Atividade moduladora da alga Chlorella em pacientes com intolerância à glicose e diabetes tipo 2 [recurso eletrônico]
Fernanda Martins
TESE
Português
T/UNICAMP M366a
[Modulating activity of the alga Chlorella in patients with impaired glucose tolerance and type-2 diabetic]
Campinas, SP : [s.n.], 2018.
1 recurso online (82 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Mary Luci de Souza Queiroz
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: A alga Chlorella é um alimento completo, contendo todos os ingredientes necessários para promover a saúde. É considerada um modificador da resposta biológica (adaptógeno), como demonstrado pela sua atividade moduladora frente a diferentes tipos de estresse, tanto em seres humanos como em...
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Resumo: A alga Chlorella é um alimento completo, contendo todos os ingredientes necessários para promover a saúde. É considerada um modificador da resposta biológica (adaptógeno), como demonstrado pela sua atividade moduladora frente a diferentes tipos de estresse, tanto em seres humanos como em animais de experimentação. Estudos pioneiros do nosso laboratório demonstraram que a capacidade da alga de prevenir a resistência à insulina em animais obesos é em parte devido à melhoria na via de sinalização da insulina no fígado, músculo esquelético e tecido adiposo, produzida através do aumento na fosforilação de proteínas, como IR, IRS-1 e AKT e redução na fosforilação do IRS-1ser307. Além disso, o tratamento com a alga nos animais obesos restaurou para os valores normais os níveis aumentados de citocinas pró-inflamatórias e os níveis reduzidos de citocinas anti-inflamatórias, assim como os níveis aumentados de triglicerídeos, colesterol total e frações, e ácidos graxos livres. Resistência à insulina é um importante mecanismo fisiopatológico que antecede a progressão para diabetes tipo 2 (DM2). Embora o tratamento farmacológico do DM2 tenha alguma eficácia em melhorar alguns parâmetros metabólicos, ele apresenta vários efeitos colaterais, que, em muitos casos, podem piorar as condições de saúde e a qualidade de vida. Nesse contexto, produtos de origem natural vêm sendo considerados de importância estratégica na pesquisa de novas substâncias seguras e eficazes no tratamento de doenças relacionadas à resistência à insulina. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do uso da Chlorella em pacientes com intolerância à glicose (IG) e DM2. Nossos resultados mostraram que o uso da alga melhorou significativamente a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos grupos IG, DM2, assim como dos controles. Ao mesmo tempo, os níveis aumentados das citocinas pró-inflamatórias TNF-?, IL-6, MCP-1, IL-1?, IL-8 foram reduzidos e níveis reduzidos da citocina anti-inflamatória IL-10 foram aumentados nos grupos IG e DM2. Um aspecto importante foi a correlação entre a melhora na QVRS e a modulação pela alga nos níveis de citocinas pró- e anti-inflamatórias observados no grupo DM2. Redução nos níveis de leptina, resistina e glucagon, e aumento de adiponectina, GLP-1 e GIP também foram observados em ambos os grupos. Na microbiota intestinal, o uso da alga produziu redução significativa do filo Bacterioidetes, aumentado no DM2. Outro aspecto relevante avaliado neste trabalho diz respeito à falta de consenso quanto à dose clínica mínima adequada de Chlorella capaz de produzir os seus efeitos adaptogênicos, uma questão ainda aberta na literatura. Esta falta de consenso está em grande parte relacionada à quase ausência de efeitos colaterais observados com o uso da alga. Para isso, escolhemos as doses de 1,6g/dia e 3g/dia, as quais estão no patamar das doses mínimas utilizadas nos estudos clínicos da literatura. Quanto ao período de tratamento, considerando que a duração no uso da alga deve ser de médio a longo prazo, escolhemos o período de 12 meses para os nossos estudos, em contraste aos períodos relativamente curtos observados na maioria dos estudos clínicos da literatura. Os resultados descritos acima indicam que as doses utilizadas são suficientes para produzir a resposta adaptogênica, sendo que não houve diferença entre as respostas das duas doses. Estes achados corroboram estudos experimentais do nosso grupo nos quais, uma vez atingido os níveis de resposta equivalentes aos do grupo controle (homeostase), doses mais elevadas não levam a respostas mais ou menos pronunciadas, manifestando-se na forma de plateaux. Em conjunto, nossos resultados apontam alga Chlorella como alternativa terapêutica e/ou complementar promissora no tratamento da DM2 e suas complicações. Além disso, o fato bem reconhecido de que o papel do processo inflamatório é crucial não apenas nas doenças infecciosas, mas também em ampla gama de doenças crônicas não infecciosas, talvez até em todas elas, reforça o uso da Chlorella no tratamento de outras condições patológicas, incluindo cânceres, doenças auto-imunes e doenças infecciosas
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Abstract: The alga Chlorella is a complete food, containing all the ingredients necessary to promote health. It is considered a biological response modifier (adaptogen), as demonstrated by its modulating activity against different types of stress, both in humans and in experimental animals. Pioneer...
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Abstract: The alga Chlorella is a complete food, containing all the ingredients necessary to promote health. It is considered a biological response modifier (adaptogen), as demonstrated by its modulating activity against different types of stress, both in humans and in experimental animals. Pioneer studies from our laboratory demonstrated that the ability of the algae to prevent insulin resistance in obese animals is partly due to the improvement in the insulin signaling pathway in the liver, skeletal muscle and adipose tissue, produced by increased phosphorylation of proteins, such as IR, IRS-1 and Akt and reduction in the phosphorylation of IRS-1ser307. In addition, treatment with the algae in obese animals restored to normal the increased levels of pro-inflammatory cytokines and the reduced levels of anti-inflammatory cytokines, as well as the increased levels of triglycerides, total cholesterol and fractions, and free fatty acids. Insulin resistance is an important pathophysiological mechanism that precedes the progression to type 2 diabetes (T2D). Although the pharmacological treatment of T2D has some efficacy in improving some metabolic parameters, it has several side effects, which, in many cases, can worsen health conditions and quality of life. In this context, products of natural origin have been considered of strategic importance in the research of new safe and effective substances in the treatment of diseases related to insulin resistance. Thus, the aim of this study was to investigate the effects of the use of Chlorella in patients with glucose intolerance (GI) and T2D. Our results showed that the use of the algae significantly improved the health-related quality of life (HRQoL) of the IG, T2D groups, as well as the controls. At the same time, increased levels of the proinflammatory cytokines TNF-?, IL-6, MCP-1, IL-1?, IL-8 were reduced and reduced levels of the anti-inflammatory cytokine IL-10 were increased in IG and T2D. Important aspect was the correlation between the improvement in HRQoL and the modulation in the levels of pro- and anti-inflammatory cytokines observed in the T2D group. Reduced levels of leptin, resistin and glucagon, and increased levels of adiponectin, GLP-1 and GIP were also observed in both groups. In the intestinal microbiota, the use of the alga produced a significant reduction of the phylum Bacterioidetes, increased in T2D. Another relevant aspect evaluated in this work was the lack of consensus regarding the adequate minimum clinical dose of Chlorella capable of producing its adaptogenic effects, an issue still open in the literature. This lack of consensus is largely related to the almost absence of side effects observed with the use of algae. For this, we have chosen the doses of 1.6 g/day and 3 g/day, which are at the level of the minimum doses used in clinical studies in the literature. Regarding the treatment period, considering that the duration of the use of the algae is of medium to long term, we selected the 12-months period for our studies, in contrast to the relatively short periods observed in most clinical studies in the literature. The results described above indicate that the doses used are sufficient to produce the adaptogenic response, and there was no difference between the responses of the two doses. These findings corroborate experimental studies from our group in which, once a response level equivalent to that of the control group (homeostasis) is reached, higher doses do not lead to more or less pronounced responses, and a plateau in the response is established. Together, our results indicate the algae Chlorella as a promising therapeutic and / or complementary alternative in the treatment of T2D and its complications. Moreover, the well-recognized fact that the role of inflammatory processes is crucial not only in infectious diseases but also in a wide range of chronic non-infectious diseases, perhaps even all of them, reinforces the use of Chlorella in the treatment of other pathological conditions, including cancers, autoimmune diseases and infectious diseases
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Queiroz, Mary Luci de Souza, 1948-
Orientador
Trindade, Claudia Bincoletto
Avaliador
Machado Neto, João Agostinho, 1987-
Avaliador
Parisi, Maria Cândida Ribeiro, 1967-
Avaliador
Saad, Sara Teresinha Olalla, 1956-
Avaliador
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