A história da atenção ao parto e nascimento [recurso eletrônico] : possibilidades dos museus como espaços de comunicação e formação sobre o tema
Luciana Aparecida Palharini
TESE
T/UNICAMP P175h
[The history of delivery and childbirth care]
Campinas, SP : [s.n.], 2015.
1 recurso online (264 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Silvia Fernanda de Mendonça Figueirôa
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação
Resumo: A história da ciência obstétrica nos mostra que o investimento sobre o corpo feminino, nos moldes do biopoder, alijou a mulher do protagonismo sobre a gravidez e o parto, deslocando seu significado para um evento patológico. Isso se reflete em medicalização excessiva e problemas de...
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Resumo: A história da ciência obstétrica nos mostra que o investimento sobre o corpo feminino, nos moldes do biopoder, alijou a mulher do protagonismo sobre a gravidez e o parto, deslocando seu significado para um evento patológico. Isso se reflete em medicalização excessiva e problemas de diferentes ordens, apontados por organizações relevantes como a OMS, que mostram a falta de evidências científicas em procedimentos de rotina. Atualmente, há um debate mundial sobre a hegemonia do modelo tecnocrático de atenção ao parto e nascimento, inclusive no Brasil. Um número cada vez mais crescente de pesquisas na área da saúde denunciam um quadro de intervenções médicas inadequadas, acompanhadas por violações aos direitos humanos e sexuais e reprodutivos das mulheres em vários países, com especial atenção ao Brasil, que ocupa a primeira posição mundial no ranking de cirurgias cesareanas, ao lado de uma alta taxa de mulheres que sofrem a chamada "violência obstétrica", de acordo com pesquisas recentes. O modelo hegemônico, por outro lado, investe seus esforços na disseminação de discursos centrados na noção de risco e pautando a segurança da assistência ao parto no uso de tecnologias. No entanto, apesar de inúmeras ações no provimento de informações por movimentos organizados e por parte do governo federal, a maior parte das mulheres e da população de um modo geral não tem acessado esse debate ou não tem informações suficiente para uma tomada de posição em relação ao assunto. Temos identificado uma ausência do tema no ensino de ciências, tanto na educação formal quanto na educação não-formal. Pensando nos museus enquanto espaços privilegiados da história, da comunicação e da inclusão social, por meio da linguagem expositiva e de ações educativas, nossa questão foi: não poderiam os museus contribuírem para a comunicação do tema do parto e nascimento? A partir dessa hipótese, o objetivo da pesquisa foi investigar exposições em museus que abordassem, de alguma forma, o parto e nascimento. Foram analisadas exposições em três importantes museus brasileiros: Museu da Vida, Rio de Janeiro; Museu de Ciência e Tecnologia da PUC Rio Grande do Sul, Porto Alegre; e Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Os resultados apontam problematizações e potencialidades nas exposições, evidenciando que o assunto ainda é incipiente, mas que os museus são espaços férteis para sua comunicação, desde que envolvam as controvérsias que envolvem o tema ao longo da história, visando a inclusão social. No caso brasileiro, com suas especificidades de altíssimo número de cesáreas e educação científica deficiente, os museus se constituem como espaços relevantes e, até mesmo privilegiados, para abordar o tema, podendo contribuir para ampliar o debate
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Abstract: The history of obstetric science shows us that investment on the female body, in biopower templates, dismissed the woman's role on pregnancy and childbirth, shifting its meaning to a pathological event. This is reflected in excessive medicalization and problems of different orders, pointed...
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Abstract: The history of obstetric science shows us that investment on the female body, in biopower templates, dismissed the woman's role on pregnancy and childbirth, shifting its meaning to a pathological event. This is reflected in excessive medicalization and problems of different orders, pointed out by relevant organizations such as OMS, showing the lack of scientific evidence into routine procedures. Nowadays, there is a worldwide debate about the hegemony of the technocratic model of labor and birth care, including Brazil. An increasingly growing number of health research denounce a picture of inappropriate medical interventions, accompanied by violations of women¿s human rights, including sexual and reproductive rights, in many countries, especially Brazil which occupies the first position in the world ranking of cesarean sections, next to a high rate of women suffering the so-called "obstetric violence", according to recent research. The hegemonic model, on the other hand , invests its efforts in discourses centered on the notion of risk and guiding the safety of labor through technological use. However, despite numerous actions to provide information by organized movements and by the federal government, most of the women and the population have no access this debate or do not have enough information to position themselves about this subject. Problems have been identified in absence of this theme in science education, both in formal or non-formal education. Thinking of museums as privileged spaces of history, communication and social inclusion, through the exhibition language and educational actions, the question was: Could not museums contribute to communicate the theme of labor and birth? From this hypothesis, this research aimed to investigate museum exhibitions that dealt in some way with labor and birth. Exhibitions were analyzed in three important Brazilian museums: Museu da Vida, Rio de Janeiro; Museu de Ciência e Tecnologia, PUC-RS, Porto Alegre; e Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. The results show problematizations and potentialities in the exhibitions, showing that this subject is still incipient, but museums are fertile areas for its communication, since involving the controversies surrounding the theme throughout history, aiming social inclusion. In the brazilian case, with its specificities among the high number of cesarean deliveries and poor science education, museums are constituted as relevant spaces and even privileged to address the issue and may contribute to broaden the debate
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