Rochas hospedeiras e controle estrutural da mineralização aurífera do depósito Peteca, região de Flor da Serra - MT, na província aurífera de Alta Floresta (PAAF)
Rafael Vasconcellos Teixeira
TCC
TCC/UNICAMP T235r
Campinas, SP : [s.n.], 2015.
95 f. : il.
Orientador: Maria José de Mesquita
Coorientador: Roberto Perez Xavier
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências
Resumo: A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) está localizada na porção sul do Cráton Amazônico, norte do Mato Grosso, no limite entre as províncias geocronológicas Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga) e Rio Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga). Especialmente na porção leste da PAAF, há mais de uma centena...
Ver mais
Resumo: A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) está localizada na porção sul do Cráton Amazônico, norte do Mato Grosso, no limite entre as províncias geocronológicas Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga) e Rio Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga). Especialmente na porção leste da PAAF, há mais de uma centena de depósitos auríferos disseminados e em veios, a maioria concentrada ao longo de um cinturão de cisalhamento de direção NW denominado Peru-Trairão. Embora muitos depósitos auríferos na PAAF, em especial, no setor leste, sejam do tipo filonear, poucos estudos foram direcionados a depósitos desta natureza. Neste cenário, encontra-se o prospecto do Peteca, na região de Flor da Serra, município de Matupa-MT concordante com o trend estrutural regional. O depósito está em fase de pesquisa mineral, entretanto, carece de dados estruturais, essenciais para o entendimento do arranjo estrutural do depósito. O propósito deste trabalho é: (i) compreensão do controle estrutural da mineralização aurífera do prospecto do Peteca, a partir da definição das rochas graníticas, miloníticas e filoníticas que hospedam o depósito; (ii) caracterização das fases de deformação presentes na zona de cisalhamento; (iii) análise microestrutural de microestruturas de deformação e indicadores cinemáticos; (iv) compreensão da geometria e da cinemática das zonas de cisalhamento que controlam o depósito; (v) caracterização dos padrões da alteração hidrotermal, e paragênese do minério. A rocha encaixante apresenta foliação milonítica anastomosada que evolui de hornblenda gabro milonito, distal ao veio, para granodiorito milonito, encaixante do veio. Apresenta texturas e microestruturas de deformação dúctil, dúctil-rúptil e rúptil em porfiroclastos de feldspatos alcalinos e plagioclásio. Labradorita e k-feldspato são alterados para albita, e sericita. Os protólitos ígneos são afetados por 6 zonas de cisalhamento hidratadas, ricas em pirita, com cianita, em contato direto com o veio mineralizado. O veio mineralizado, de atitude N70-80W/60-80NE, é bandado e com alternância de quartzo alongado e lâminas de sulfetos. As lâminas de sulfetos e slickensides nos planos de cisalhamento são dawn-dip. Fibras de cristais de quartzo, oblíquas ao bandamento, em seção perpendicular à foliação, indicam movimento reverso. Vênulas subhorizontais são poli ou monominerálicas de quartzo + calcita + epidoto ± hematita e não apresentam deformação. A assembléia de minério nas vênulas é pirita + calcocita + esfalerita + galena ± ouro ± prata ± telúrio ± bismuto em vênula subhorizontal, e no veio é pirita + covelita + calcopirita + ouro ± calcocita ± galena ± esfalerita ± bismuto. O ouro tem razão Au:Ag >5. Estas assembléias são sugestivas de mesmo fluido mineralizante para ambas as estruturas. Microestruturas de deformação dúctil nos feldspatos sugerem que a rocha atingiu pelo menos temperatura de 450 ºC, representante de série milonítica, da transição elástico-friccional à quase-plástico em níveis crustais superiores à 10 km de profundidade. O paralelismo entre foliação milonítica, filonitos e o veio mineralizado sugere contemporaneidade de formação a partir do mesmo vetor compressivo. O arranjo estrutural e geodinâmico do depósito é concordante com depósitos do tipo ouro orogênico. Estudos estruturais de detalhe são importantes para a classificação dos veios mineralizados, da cinemática e dinâmica das zonas de cisalhamento, e assim, primordial para otimização dos processos de lavra, bem como planejamento de projetos futuros de prospecção
Ver menos
Abstract: The Alta Floresta Gold Province (AFGP) is located in the south-central portion of the Amazon Craton, north of Mato Grosso State, in the limits of Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga) and Rio Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga) geochronological provinces. Specifically in the eastern sector of the AFGP,...
Ver mais
Abstract: The Alta Floresta Gold Province (AFGP) is located in the south-central portion of the Amazon Craton, north of Mato Grosso State, in the limits of Ventuari-Tapajós (1,95-1,8 Ga) and Rio Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga) geochronological provinces. Specifically in the eastern sector of the AFGP, there are more than a thousand disseminated and vein hosted gold deposits, and most of them is concentrated in a NW shear belt called Peru-Trairao. Although many gold deposits in AFGP are like-vein hosted, especially in its eastern portion, few researches have been made in deposits of this nature. In this scenario, there is the Peteca prospect, in Flor da Serra Region, on Biominer Mineração plant, a vein-like gold deposit concordant with the structural regional trend. The deposit is in the exploration stage, however, has no enough structural data, essential to understand de structural control. The goal of this study is: (i) understand the structural control of Peteca gold prospect, (ii) classify granitic, mylonitic and phyllonitic host rocks; (iii) distinguish the deformational phases in shear zones; (iv) analyze microstructural features and shear sense indicators; (v) define kinematic of shear zones; (v) characterize hydrothermal alteration styles and ore assemblage. The host rock has mylonitic spaced foliation and evolves from a hornblende gabbro mylonite, far from vein, to granodiorite mylonite hosting the vein. The igneous rocks have ductile, ductile-ruptile, and ruptile deformational microstructures in alkaline feldspars and plagioclase porphyroclasts. Labradorite and k-feldspars are replaced by albite and sericite. The igneous protoliths are affected by 6 hydrated pyrite rich shear zones, and kyanite in direct contact with the mineralized vein. The vein trending N70-80W/60-80NE, is banded with alternating bands of elongating quartz and films of sulphides. The film sulphide planes are down-dip. The quartz crystal fibres grew obliqúes to the bands in a perpendicular view, showing reverse movement. Sub horizontal veinlets are poli or monomineralic with quartz + calcite + epidote ± galena ± hematite, and has no deformation. The ore assemblage is pyrite + chalcocite + sphalerite + galena ± gold ± silver ± tellurium ± bismuth. The ore in the vein is pyrite + covellite + chalcopyrite + gold ± chalcocite ± galena ± sphalerite ± bismuth. The gold and silver ratio is Au:Ag > 5. These assemblage suggest the same mineralizing fluid to both structures. The feldspars ductile deformation suggests that the rocks achieve at least temperature of 450 ºC, representative of mylonitic series in elastic-frictional to quasi-plastic transition, in crustal level over than 10 km depth. The parallelism between mylonitic and phyllonitic foliation plus the mineralized vein suggests its contemporaneous formation by the same compressive vector. The structural and geodynamic setting is in accordance with orogenic gold deposit types. Detailed structural studies are important to classify mineralized veins, the kinematic and dynamic of shear zones, and then to optimize the ore dressing process, as well as planning future exploration projects
Ver menos
Rochas hospedeiras e controle estrutural da mineralização aurífera do depósito Peteca, região de Flor da Serra - MT, na província aurífera de Alta Floresta (PAAF)
Rafael Vasconcellos Teixeira
Rochas hospedeiras e controle estrutural da mineralização aurífera do depósito Peteca, região de Flor da Serra - MT, na província aurífera de Alta Floresta (PAAF)
Rafael Vasconcellos Teixeira