Comportamento e seleção de presas em Eriphia gonagra (Decapoda, Xanthidae) no costão da Praia do Rio Verde, E.E. Jureia-Itatins, SP
Rosebel Cunha Nalesso
TESE
Português
T/UNICAMP N147c
Campinas, SP : [s.n.], 1993.
138f. : il.
Orientador : Luiz Francisco Lembo Duarte
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia
Resumo: Eriphia gonagra no costão rochoso da Praia do Rio Verde, cava tocas junto às colônias do poliqueto construtor de recifes de areia Phragmatopoma lapidosa, na região entre marés. Nos períodos de maré baixa, os caranguejos podem sair das tócas para se alimentar, acasalar, permanecer parados na...
Ver mais
Resumo: Eriphia gonagra no costão rochoso da Praia do Rio Verde, cava tocas junto às colônias do poliqueto construtor de recifes de areia Phragmatopoma lapidosa, na região entre marés. Nos períodos de maré baixa, os caranguejos podem sair das tócas para se alimentar, acasalar, permanecer parados na beira da toca ou mesmo dentro dela. Através de observações do tipo animal-focal e de marcação e recaptura de indivíduos, verificou-se que os tipos e freqüências de comportamentos diferem entre as classes de tamanho sendo que, em geral, os indivíduos pequenos tendem a ficar próximos à toca mesmo quando se alimentam, enquanto os médios e grandes forrageiam mais distantes, exibindo também comportamentos relacionados ao aprendizado, reprodução, agressividade e defesa. Entretanto o raio de ação dos caranguejos foi sempre menor do que 5 metros. As tocas têm distribuição ao acaso e são ocupadas por um único indivíduo por um longo tempo. Na natureza, E. gonagra é generalista, alimentando-se de algas (principalmente UIva lactuca) cracas (ChthamaIus bisinuatus), mexilhões (Perna perna e Brachidontes solisianus) e do poliqueto onde se abrigam. Não foi observada a predação sobre gastrópodos, embora em outros locais a espécie selecione esse tipo de presa. O forrageamento também depende das condições da maré e da disponibilidade de presas, que varia durante o ano. Com mar agitado, os caranguejos forrageiam próximo à toca ou não saem da toca, provavelmente alimentando-se do próprio poliqueto dentro da mesma. Em laboratório, E. gonagra selecionou sempre os menores mexilhões. Em experimentos sem reposição de presas, os caranguejos só predaram os médios e grandes, quando não havia presas pequenas disponíveis. Nos experimentos de seleção de espécies de presas, C. bisinuatus e B. solisianus foram preferidas, provavelmente devido ao menor tempo de manipulação envolvido. Assim, em laboratório, E. gonagra se comportou conforme o previsto pela teoria de forrageamento ótimo. Na natureza, a escolha de presas envolve outros fatores como as condições de maré, a presença de indivíduos maiores e provavelmente a necessidade de outros nutrientes presentes em alguns alimentos especificos, o que nem sempre é previsto pela teoria
Ver menos
Abstract: At Rio Verde rocky shore Eriphia gonagra lives in burrows inside sandy reefs built by the polychete Phragmatopoma lapidosa, along the intertidal zone. At low tides, the crabs may either leave their burrows searching for food or mates, or stay at burrows entrance or inside them. By means of...
Ver mais
Abstract: At Rio Verde rocky shore Eriphia gonagra lives in burrows inside sandy reefs built by the polychete Phragmatopoma lapidosa, along the intertidal zone. At low tides, the crabs may either leave their burrows searching for food or mates, or stay at burrows entrance or inside them. By means of animal-focal observations and mark/recapture techniques, it was verified that the individuals behaved differently according to their size: small crabs stayed close to their burrows even when they were eating, while medium and large crabs could forage far away from their burrows, exhibiting learning, mating, defense and agonistic behaviors. However, even for the latter, the maximum distance covered was inferior to 5 meters. The burrows were randomly distributed and each one was occupied by a single individual for a long time. In the field, E. gonagra behaved as a generalist, comsuming algae (Uiva Iactuca), barnacales (Chthamalus bisinuatus), mussels (Perna perna and Brachidontes solisianus), and the polychetes where they burrow. Gastropods were not preyed upon, although this was verified elsewhere. The foraging behaviour also depended on tidal conditions and and prey availability, which changed during the year. With strong the crabs foraged close to their burrows or do not went away, probably eating the polychetes inside the reef. or do not went away, probably eating the palychetes inside the reef. In laboratory, the crabs always selected the smallest mussels. In experiments with no prey reposition they preyed upon medium and large mussels only when the smallest ones were not available anymore. In experiments of prey species selection, the preferred preys were C. bisinuatus and B. solisianus, probably due to lesser manipulation times required by these species. So, in laboratory conditions E. gonagra behaved according to Optimal Foraging Theory predictions. On the other hand, in the field prey choice depended on other factors such as wave action, the presence of larger crabs, and probably the necessity of other nutrients provided by other kind of food items. These factors are not always considered by the Theory
Ver menos
Comportamento e seleção de presas em Eriphia gonagra (Decapoda, Xanthidae) no costão da Praia do Rio Verde, E.E. Jureia-Itatins, SP
Rosebel Cunha Nalesso
Comportamento e seleção de presas em Eriphia gonagra (Decapoda, Xanthidae) no costão da Praia do Rio Verde, E.E. Jureia-Itatins, SP
Rosebel Cunha Nalesso
Exemplares
Nº de exemplares: 1
Não existem reservas para esta obra