Conversando com a pessoa a ser amputada : uma contribuição a psicologia medica
TESE
Português
T/UNICAMP C314c
Campinas, SP : [s.n.], 1991.
[286] f.
Orientador : Roosevelt Moises Smeke Cassorla
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas
Resumo: A amputação de membros inferiores ocorre freqüentemente como indicação de tratamento radical para as complicações de doenças arteriais crônicas. A adaptação psicossocial da pessoa amputada encontra-se fortemente determinada pelo seu modo de reagir a doença e defrontar-se com a cirurgia. A...
Resumo: A amputação de membros inferiores ocorre freqüentemente como indicação de tratamento radical para as complicações de doenças arteriais crônicas. A adaptação psicossocial da pessoa amputada encontra-se fortemente determinada pelo seu modo de reagir a doença e defrontar-se com a cirurgia. A elaboração deste estudo objetivou conhecer e compreender as teorias e os sentimentos desenvolvidos pelo paciente acerca da doença arterial, as expectativas diante de ato cirúrgico tão agressivo, suas perspectivas de reabilitação e a comunicação que estabelecem paciente e equipe terapêutica. Doze pessoas acometidas de arteriopatia crônica de extremidades foram acompanhadas durante a hospitalização e entrevistadas nos períodos pré e pós operatórios, por ocasião da alta hospitalar e mais uma vez em suas residências. A doença arterial crônica se revelou uma patologia extremamente dolorosa, grave, de longa evolução, progressivamente limitante e que acarreta perdas significativas. Para explicar o seu aparecimento, os pacientes elaboraram teorias que levam em conta, entre outros, os aspectos mais cotidianos, anteriores experiências do adoecer, e crenças místicas mobilizando onipotentes fantasias de aniquilamento e destruição. Tentativas de tratamento leigo foram ensaiadas com base nessas concepções. O tratamento médico, pela transitoriedade dos resultados obtidos, é fonte de pessimismo e descrença quanto à manutenção do membro. A amputação foi sempre considerada uma possibilidade a ser adotada para a resolução do problema. Ao lado de resultados realistas assegurar a sobrevivência e aliviar a dor -, a cirurgia para a amputação se acompanhou de idealizadas expectativas de cura para todos os problemas de saúde ou traduziu necessidade de punição e aí foi considerada uma boa lição. Na ausência de um planejamento de reabilitação física e de chances de reintegração social, as conseqüências esperadas da perda do membro são, para a maioria, a manutenção das limitações já vivenciadas em relação à doença. O nível de conhecimento que o paciente exibe a respeito da situação concreta em que se encontra é precário. A comunicação estabelecida com a equipe médica foi sentida insuficiente para esclarecimento de dúvidas e tranquilização dos temores. No final do estudo, levando em consideração os dados obtidos, são discutidas hipóteses que possam contribuir para a facilitação da relação entre o paciente a ser amputado e a equipe terapêutica
Abstract: The amputation of lower limbs is frequently indicaled as radical treatment for cronic arterial diseases. The amputee's psycho-social adaptation is deeply interwoven with the way the patient will react to the illness and face the surgery. This study aims at investigating and understanding...
Abstract: The amputation of lower limbs is frequently indicaled as radical treatment for cronic arterial diseases. The amputee's psycho-social adaptation is deeply interwoven with the way the patient will react to the illness and face the surgery. This study aims at investigating and understanding the theories and feelings patients develop towards arterial disease. It also seeks to comprehend the expectations patients nurture about such an aggressive surgical intervention, the outook they have for rehabilitation and the relalionship they establish with the therapists. Twelve patients suffering from peripheral chronic artereopathy were followed up during hospitalization. They were interviewed not only during pre and pos-surgery periods, but also at hospital discharge and, later on, at their homes. The chronic arterial disease was described as an extremely painful, progressively limiting, serious pathology of long evolution. It inflicts great losses. To explain the disease onset, the patients elaborated theories which took into account several aspects, such as experiences prior to the illness, and mystical beliefs, mobilizing omnipotent fantasies of annihilation and destruction. Non-scientific attempts to cure the diseases were tried out based on these concepts. The positive, though short-living results obtained through eventually inefficient medical treatment also triggered off pessimism and skepticism towards the possibility of conserving the limb. Amputation has always been looked upon by the patients as a possible solution to their health problem. Besides realistic results, such as life preservation and pain relief, surgery, for amputation has also been either connected with idealized expectations, along the line of the cure for all health problems, or translated into the need for punishment, like some think that served you right. Due to the lack of physical rehabilitation planning and to the bleak chances for social reintegration, the forecast consequences concerning the loss of a limb mean, in most cases, living on the same limited life which the disease had previously imposed. Patients show little awareness of their real situation. Patient-doctor communication was felt to be insufficient to dissipate doubts and fears. The gathered evidence provided grounds for hypolheses to be raised which may contribute to facilitating the relationship between the person to be amputated and the therapeutic team
Conversando com a pessoa a ser amputada : uma contribuição a psicologia medica
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