Sangramento uterino anormal em mulheres brasileiras : um estudo multicêntrico
Gabriela Pravatta Rezende Antoniassi
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP An88s
[Abnormal uterine bleeding in brazilian women]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (91 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Cristina Laguna Benetti Pinto
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: Sangramento uterino anormal (SUA) é definido como alterações do fluxo sanguíneo proveniente do corpo uterino em volume, frequência ou duração, na ausência de gestação Compreender os padrões menstruais das mulheres pode contribuir para reduzir as consequências do SUA, porém, dados...
Ver mais
Resumo: Introdução: Sangramento uterino anormal (SUA) é definido como alterações do fluxo sanguíneo proveniente do corpo uterino em volume, frequência ou duração, na ausência de gestação Compreender os padrões menstruais das mulheres pode contribuir para reduzir as consequências do SUA, porém, dados de prevalência no Brasil são escassos, localizados e incapazes de refletir a realidade de um país de dimensões continentais. Objetivo: Avaliar a prevalência de SUA no Brasil e por regiões geográficas, de acordo com a autopercepção das mulheres e de acordo com critérios objetivos de sangramento (definidos pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia-FIGO para avaliar ciclos menstruais), bem como aspectos sociodemográficos relacionados às regiões do país. Sujeitos e métodos: Estudo transversal multicêntrico, incluindo 8 centros, representados por Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais secundários e terciários, universitários e não vinculados a Universidades, públicos e privados, das 5 regiões geográficas oficiais do Brasil. Incluídas mulheres após a menarca, moradoras de zona urbana e rural, recrutadas quando em atendimento em serviços médicos não especializados em sangramento uterino ou quando estivessem acompanhando familiares em atendimentos médicos. Aplicado questionário contendo dados sociodemográficos, estratificação econômica e informações relacionadas ao sangramento menstrual (autopercepção de SUA e dados objetivos de sangramento). Foram critérios de exclusão amenorreia primária, e transtornos cognitivos que impedissem a compreensão dos questionários. Resultados: O total de mulheres incluídas foi 1928, sendo 772 da região Sudeste (40%), 460 da região Nordeste (24%), 240 da região Sul (12%), 230 da região Norte (12%) e 226 da região Centro-Oeste (12%). A média de idade foi de 35,5±12,5 anos , sendo excluídas 167 mulheres que referiram estar na pós-menopausa. Nas 1761 mulheres em período reprodutivo, a média de duração do ciclo menstrual foi de 29,2±20,6 dias, com sangramento durando 5,6±4,0 dias. A prevalência de SUA, considerando a autopercepção destas mulheres foi de 31,4%. Analisando apenas as que consideravam seu sangramento anormal (n=553), o ciclo menstrual apresentava duração menor do que 24 dias em 28,4% e o sangramento persistia por mais de 8 dias em 21,8%. Além disso, 34,1% referia sangramento intermenstrual e 12,8% relatava sinusiorragia, com todos os parâmetros objetivos definidos pela FIGO para a presença de SUA mostrando-se mais prevalentes entre as mulheres com autopercepção de sangramento anormal. Metade das mulheres referia impacto negativo da menstruação na qualidade de vida, porém, entre aquelas com autopercepção para SUA, 8 em cada 10 mulheres referia piora na qualidade de vida. Na comparação entre as regiões geográficas, a prevalência de SUA foi assim distribuída: 39,46% no Nordeste, 37,56% na região Norte, 29,56% no Sudeste, 25,34% no Sul e 21,54% no Centro-Oeste (p<0.001). As regiões com estrato socioeconômico indicativo de pior poder aquisitivo foram as com a maior prevalência de SUA, com maior dificuldade de atendimento médico para controle de sangramento e menor índice de intervenções terapêuticas, além de serem as regiões onde há a maior porcentagem de mulheres que responde sozinha pelo sustento familiar. Conclusão: A prevalência de SUA é de 31,4% entre mulheres de todo o Brasil, considerando-se o diagnóstico através de autopercepção, com concordância quando se analisam os parâmetros objetivos de SUA. O sangramento aumentado piora a qualidade de vida de 8 em 10 destas mulheres. A prevalência é maior nas regiões Norte e Nordeste, economicamente as mais pobres do país. Considerando a iniquidade no acesso aos serviços de saúde entre as regiões geográficas do Brasil, com maior dificuldade nas regiões Norte e Nordeste, tais resultados podem nortear atitudes de profissionais e gestores de saúde para melhor atenção ao diagnóstico, controle e tratamento do SUA
Ver menos
Abstract: Introduction: Abnormal uterine bleeding (AUB) is defined as changes in blood flow originating from the uterine body in volume, frequency or duration, in the absence of pregnancy. Understanding women's menstrual patterns can contribute to reducing the consequences of AUB, however,...
Ver mais
Abstract: Introduction: Abnormal uterine bleeding (AUB) is defined as changes in blood flow originating from the uterine body in volume, frequency or duration, in the absence of pregnancy. Understanding women's menstrual patterns can contribute to reducing the consequences of AUB, however, prevalence data in Brazil they are scarce, localized and unable to reflect the reality of a country of continental dimensions. Objective: To evaluate the prevalence of AUB in Brazil and by geographic regions, according to women's self-perception and according to objective bleeding criteria (defined by the International Federation of Gynecology and Obstetrics-FIGO to evaluate menstrual cycles), as well as sociodemographic aspects related to the regions of the country. Subjects and methods: Multicenter cross-sectional study, including 8 centers, represented by Basic Health Units, secondary and tertiary hospitals, universities and not linked to Universities, public and private, from the 5 official geographic regions of Brazil. Included were women after menarche, living in urban and rural areas, recruited when receiving care in medical services not specialized in uterine bleeding or when accompanying family members in medical care. Questionnaire applied containing sociodemographic data, economic stratification and information related to menstrual bleeding (self-perception of AUB and objective bleeding data). Exclusion criteria were primary amenorrhea and cognitive disorders that prevented understanding of the questionnaires. Results: Were included 1928 women, 772 from the Southeast region (40%), 460 from the Northeast region (24%), 240 from the South region (12%), 230 from the North region (12%) and 226 from the Midwest (12%). The average age was 35.5±12.5 years, with 167 women who reported being postmenopausal being restored. In the 1761 women in the reproductive period, the average length of the menstrual cycle was 29.2±20.6 days, with bleeding lasting 5.6±4.0 days. The prevalence of SUA, considering the self-perception of these women, was 31.4%. Analyzing only that they considered their bleeding abnormal (n=553), the menstrual cycle lasted less than 24 days in 28.4% and the bleeding persisted for more than 8 days in 21.8%. Furthermore, 34.1% reported intermenstrual bleeding and 12.8% reported sinus bleeding, with all parameters defined by FIGO for the presence of SUA proving to be more prevalent among women with self-perception of abnormal bleeding. Half of the women report a negative impact of menstruation on their quality of life, however, among those with self-perception of SUA, 8 out of 10 women report a worsening in their quality of life. When comparing geographic regions, the prevalence of SUA was distributed as follows: 39.46% in the Northeast, 37.56% in the North, 29.56% in the Southeast, 25.34% in the South and 21.54% in the Center -West (p<0.001). The regions with a socioeconomic stratum indicative of worse purchasing power were those with a higher prevalence of SUA, with greater difficulty in obtaining medical care to control bleeding and a lower rate of therapeutic interventions, in addition to being regions where there is a higher percentage of women who respond alone for the family support. Conclusion: The prevalence of AUB is 31.4% among women throughout Brazil, considering the diagnosis through self-perception, with agreement when analyzing the objective parameters of AUB. Bleeding worsened the quality of life of 8 in 10 of these women. The prevalence is higher in the North and Northeast regions, which are economically the poorest in the country. Considering the inequity in access to health services between the geographic regions of Brazil, with greater difficulty in the North and Northeast regions, such results can guide the attitudes of health professionals and managers towards better attention to the diagnosis, control and treatment of AUB
Ver menos
Aberto
Pinto, Cristina Laguna Benetti, 1959-
Orientador
Baccaro, Luiz Francisco Cintra, 1980-
Avaliador
Brito, Luiz Gustavo Oliveira, 1980-
Avaliador
Soares Junior, José Maria
Avaliador
Reis, Rosana Maria dos
Avaliador
Sangramento uterino anormal em mulheres brasileiras : um estudo multicêntrico
Gabriela Pravatta Rezende Antoniassi
Sangramento uterino anormal em mulheres brasileiras : um estudo multicêntrico
Gabriela Pravatta Rezende Antoniassi