Resumo: Esta pesquisa se insere no debate atual sobre as emoções no contexto escolar, marcado por uma abordagem no campo das competências individuais e do controle do comportamento. Como contraponto, assumindo uma abordagem histórico-cultural, objetiva investigar o problema das emoções no desenvolvimento infantil tendo em vista sua temporalidade na experiência vivida por uma criança que chega na escola pela primeira vez, no primeiro ano do Ensino Fundamental, após a pandemia. Neste estudo de caso, a pesquisa de campo foi realizada em uma turma de primeiro ano de uma Escola pública em um município do interior de São Paulo, por meio de participação e observação das situações vivenciadas com as crianças e a professora, registradas em diário de campo e oficinas videogravadas. Tomando como referencial teórico-metodológico os pressupostos da teoria histórico-cultural do desenvolvimento, através das contribuições de Vigotski em seus textos pedológicos e de autores contemporâneos que se debruçam sobre a temática - como Magiolino (2010, 2014, 2015); Sawaia, Magiolino (2014, 2015) - e trazemos ao diálogo Espinosa e sua teoria dos afetos e seus contemporâneos, como Olivieira (2022). Nessa perspectiva, ao tecermos as análises, construímos uma discussão sobre a questão dos afetos, da imaginação e da vivencia a partir do referencial teórico, a emoção é pensada em um processo histórico e cultural, em uma temporalidade que acontece no desenvolvimento da criança. As oficinas, ao contemplarem a experiência estética (a arte, literatura, música) colocam as emoções em uma outra temporalidade, em que a criança vai aprendendo a generalizar esses afetos e conectas as vivências no processo de significação das emoções. Trata-se, assim, de uma abordagem social, histórica e cultural da questão e não um trabalho de aquisição de competências individuais Ver menos

Abstract: This research engages in the current debate on emotions in the school context, characterized by an approach focusing on individual competencies and behavioral control. As a counterpoint, adopting a historical-cultural approach, it aims to investigate the issue of emotions in child development considering their temporality in the lived experience of a child entering elementary school for the first time, in the first year of primary education, after the pandemic. In this case study, field research was conducted in a first-grade class at a public school in a municipality in the interior of São Paulo, through participant observation of situations experienced by children and the teacher, documented in field notes and video-recorded workshops. The theoretical and methodological framework draws on the assumptions of Vygotsky's historical-cultural theory of development, as articulated in his pedological texts, along with contributions from contemporary authors such as Magiolino (2010, 2014, 2015), Sawaia, and Magiolino (2014, 2015). Additionally, we engage in dialogue with Espinosa and his theory of affects, along with contemporary scholars like Oliveira (2022). From this perspective, our analysis constructs a discussion on emotions, imagination, and experience grounded in theoretical frameworks. Emotion is conceptualized as a historical and cultural process, unfolding over time in a child's development. The workshops, incorporating aesthetic experiences (art, literature, music), present emotions in another temporality where children learn to generalize these affects and connect experiences in the process of emotional significance. Thus, this study represents a social, historical, and cultural approach to the issue rather than a focus on individual competency acquisition centered on the individual Ver menos