Saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e mulheres jovens em situação de vulnerabilidade
Rachel Esteves Soeiro
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP So21s
[Sexual and reproductive health of vulnerable adolescents and young women]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (181 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Maria Laura Costa do Nascimento.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: A saúde sexual e reprodutiva (SSR) é um componente essencial da cobertura universal de saúde, sendo influenciada por fatores socioeconômicos. Globalmente, as mulheres têm prejuízo no cuidado de SSR devido à pobreza, falta de acesso a cuidados de saúde e baixo nível educacional....
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Resumo: Introdução: A saúde sexual e reprodutiva (SSR) é um componente essencial da cobertura universal de saúde, sendo influenciada por fatores socioeconômicos. Globalmente, as mulheres têm prejuízo no cuidado de SSR devido à pobreza, falta de acesso a cuidados de saúde e baixo nível educacional. Atualmente, mais de 40 milhões de mulheres foram obrigadas a se deslocar devido a conflitos armados, violência generalizada ou violações de direitos humanos. A pandemia de COVID-19 também impactou nos frágeis serviços de SSR. Objetivo: Descrever uma visão geral da SSR em contextos de emergência e humanitários. Métodos: Foram realizados quatro estudos: 1) revisão sistemática para sintetizar as evidências disponíveis sobre os desafios de saúde sexual e reprodutiva vivenciados por adolescentes e mulheres jovens em todo o mundo 2) estudo transversal para descrever as principais questões de SSR entre adolescentes e mulheres jovens venezuelanas migrantes em Boa Vista, Brasil; 3) estudo transversal para descrever o manejo de higiene menstrual (MHM) entre adolescentes e mulheres jovens venezuelanas em Boa Vista, Brasil; 4) estudo qualitativo para compreender como as gestantes/puérperas vivenciaram a suspeita ou confirmação da infecção por COVID-19 e as consequências da pandemia para elas e suas famílias. Resultados: Na revisão sistemática (estudo 1) foram incluídos 32 estudos, realizados em 13 países (nove em países africanos), e evidenciou que adolescentes e mulheres jovens tiveram desfechos ruins em SSR: contracepção não atendida, gravidez não planejada, falta de acesso e informações sobre SSR, casamentos infantis e altas taxas de violência sexual e de gênero (SGBV). No estudo 2, a média etária foi de 17,7 anos e dois terços tinham menos de 20 anos. A maioria (84,3%) vivia em situação de rua, 54,3% relataram já ter tido pelo menos um parto anterior, 9,8% estavam grávidas no momento da entrevista e 30% delas não faziam pré-natal. A principal preocupação em SSR foi a contracepção (35,3%); no entanto, 75% das entrevistadas que procuraram o serviço de saúde não conseguiram o método de sua preferência e para 90,5% não foi oferecido nenhum outro método contraceptivo. No estudo 3 foram entrevistadas 142 adolescentes, com média etária de idade média de 17,7 anos, sendo que quase metade das participantes que menstruam (46,4%) não receberam kits de higiene, 61% não podiam lavar as mãos sempre que desejavam e a maioria (75,9%) não se sentiam seguras para usar o banheiro. Além disso, a menstruação foi frequentemente descrita com palavras negativas. Do estudo qualitativo (estudo 4), realizado antes da disponibilidade da vacina contra COVID-19, emergiram cinco grandes temas: assistência recebida pela mulher e bebê nos serviços médicos, impacto da pandemia de COVID-19, rede de apoio, problemas relacionados a consultas e exames de pré-natal e lições aprendidas. Conclusões: Embora haja um número crescente de estudos sobre SSR de adolescentes e mulheres jovens, os desafios de como alcançar essa população para pesquisas e intervenções direcionadas ainda precisam ser enfrentados, especialmente após o início da pandemia de COVID-19. Existe uma necessidade urgente de uma resposta multidisciplinar e abrangente, envolvendo múltiplos stakeholders como organizações governamentais e não governamentais e parceiros privados
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Abstract: Introduction: Sexual and reproductive health and rights (SRH) are an essential component of universal health coverage (UHC), being influenced by socioeconomic factors. Globally, women do not meet their SRH needs due to poverty, lack of access to health care and low educational attainment....
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Abstract: Introduction: Sexual and reproductive health and rights (SRH) are an essential component of universal health coverage (UHC), being influenced by socioeconomic factors. Globally, women do not meet their SRH needs due to poverty, lack of access to health care and low educational attainment. Currently, more than 40 million women have been displaced due to armed conflict, widespread violence, or human rights violations. The COVID-19 pandemic has also impacted fragile services. Objective: To describe an overview of SRH in emergency and humanitarian contexts. Methods: Four studies were conducted: 1) a systematic review to synthesize the available evidence on the sexual and reproductive health challenges experienced by adolescents and young women around the world 2) a cross-sectional study to describe the main SRH issues among Venezuelan migrant adolescents and young women in Boa Vista, Brazil; 3) a cross-sectional study to describe the management of menstrual hygiene (MHM) among Venezuelan adolescents and young women in Boa Vista, Brazil; 4) qualitative study to understand how pregnant women/puerperal women experienced the suspicion or confirmation of COVID-19 infection and the consequences of the pandemic for them and their families. Results: The systematic review (study 1) included 32 studies, conducted in 13 countries (nine in African countries), and evidenced that adolescents and young women had poor SRH outcomes: unattended contraception, unplanned pregnancy, lack of access to and information about SRH, child marriages, and high rates of sexual and gender-based violence (SGBV). In study 2, the mean age was 17.7 years and two-thirds were under 20 years old. The majority (84.3%) lived on the streets, 54.3% reported having had at least one previous delivery, 9.8% were pregnant at the time of the interview and 30% of them did not receive prenatal care. The main concern in SRH was contraception (35.3%); however, 75% of the interviewees who sought the health service did not get the method of their preference and for 90.5% no other contraceptive method was offered. In study 3, 142 adolescents were interviewed, with a mean age of 17.7 years, and almost half of the participants who menstruate (46.4%) did not receive hygiene kits, 61% could not wash their hands whenever they wished and most (75.9%) did not feel safe to use the bathroom. In addition, menstruation was often described with negative words. From the qualitative study (study 4), performed before COVID-19 vaccine was available, five major themes emerged: assistance received by the woman and baby in medical services, impact of the COVID-19 pandemic, support network, problems related to prenatal appointments and exams, and lessons learned. Conclusions: Although there are a growing number of studies on adolescents and young women's SRH, the challenges of how to reach this population for targeted research and interventions still need to be addressed, especially after the onset of the COVID-19 pandemic. There is an urgent need for a multidisciplinary and comprehensive response, involving multiple stakeholders such as governmental and non-governmental organizations
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Aberto
Nascimento, Maria Laura Costa do, 1979-
Orientador
Amaral, Eliana Martorano, 1960-
Avaliador
Juliato, Cássia Raquel Teatin, 1975-
Avaliador
Serruya, Suzanne Jacob
Avaliador
Brizuela, Vanessa
Avaliador
Saúde sexual e reprodutiva de adolescentes e mulheres jovens em situação de vulnerabilidade
Rachel Esteves Soeiro
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Rachel Esteves Soeiro