O não falar, a comunicação suplementar e/ou alternativa e a funcionalidade de pessoas em vulnerabilidade comunicativa em cuidados intensivos e semi-intensivos
TESE
Português
T/UNICAMP Z18n
[Speechlessness, augmentative and alternative communication, and functioning of vulnerable communication people in the intensive and semi-intensive care]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (87 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Regina Yu Shon Chun
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: No decorrer de uma internação, pessoas pacientes podem apresentar alterações de linguagem e interação, em decorrência de questões neurológicas, mecânicas, psicogênicas ou ambientais. Tal fato coloca estas pessoas em vulnerabilidade comunicativa. Objetivo: Investigar as demandas...
Resumo: Introdução: No decorrer de uma internação, pessoas pacientes podem apresentar alterações de linguagem e interação, em decorrência de questões neurológicas, mecânicas, psicogênicas ou ambientais. Tal fato coloca estas pessoas em vulnerabilidade comunicativa. Objetivo: Investigar as demandas de linguagem, dificuldades e facilitadores de pessoas em situação de comunicação vulnerável, no ambiente hospitalar, e a aplicabilidade da introdução da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA). Método: Estudo clínico, composto por 25 participantes internados em um Hospital-escola da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do interior de São Paulo. Aprovado pelo Comitê de Ética sob CAEE n° 56719316.3.0000.540410 e parecer n° 1.678.046. Os procedimentos para coleta de dados foram: (i) levantamento dos prontuários, para caracterização do perfil dos participantes quanto ao sexo e condições de linguagem e clínicas (hipótese diagnóstica e/ou doença de base); (ii) aplicação do rastreio Intensive Care Unit Communication Screening Protocol (ICUCS), adaptado e traduzido pelas pesquisadoras; (iii) indicação e acompanhamento fonoaudiológico da introdução de Sistemas Suplementares e/ou Alternativos de Comunicação (SSAC), registrados em diário de campo. Os resultados do ICUCS foram transcritos para análise pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e para a indicação de SSAC. Resultados: São apresentados no formato de três artigos. Quanto à CIF, a maioria dos participantes estava alerta e compreendia comandos simples, sendo que 39% apresentaram problemas graves de expressão de linguagem, com prejuízo de atividade e participação; 50% apresentaram dificuldade grave no falar e 33%, em iniciar e manter conversas. Quanto aos impactos do não falar, categorias como condições de saúde, sentimentos, relações e uso de SSAC apareceram como relevantes nas interações com os participantes. Tais dados mostraram que a vulnerabilidade comunicativa impacta na percepção do sujeito sobre ele e seu ambiente, no sentimento de insegurança, durante a internação, e na relação com seus pares. Fatores como o uso de SSAC, mudanças ambientais, capacitação de familiares e equipe de cuidados são importantes para reduzir as consequências da comunicação vulnerável. Foi possível realizar a indicação de SSAC de baixa tecnologia, como pranchas de comunicação (alfabética ou de símbolos), uso de gestos e da escrita, minimizando os efeitos da vulnerabilidade comunicativa do grupo estudado. Os resultados geraram um fluxograma de análise da linguagem e uma proposta do processo de implementação da CSA para a prática clínica em linguagem, nos cuidados hospitalares. Conclusão: Os achados mostram que ouvir e dar voz às pessoas, por meio da atenção e escuta individualizada e de SSAC, permitiu maior compreensão das demandas e necessidades da pessoa em vulnerabilidade comunicativa. Além disto, destaca-se a importância de vários aspectos no processo de avaliação e indicação de SSAC, no contexto hospitalar, tais como os impactos das alterações de linguagem, motoras e das condições clínicas, além dos fatores contextuais, analisados pela CIF, que podem agravar a situação de comunicação vulnerável. Isto gerou um fluxograma para a prática clínica em linguagem com enfoque na implementação de CSA, no ambiente hospitalar, de modo a contribuir para um ambiente favorável à comunicação e ampliar o olhar de saúde em uma abordagem humanizada e centrada na pessoa
Abstract: Introduction: During a hospitalization, people may present changes in language and interaction, due to neurological, mechanical, psychogenic, or environmental issues. This fact places these people in vulnerable communication. Objective: To investigate the language demands, barriers, and...
Abstract: Introduction: During a hospitalization, people may present changes in language and interaction, due to neurological, mechanical, psychogenic, or environmental issues. This fact places these people in vulnerable communication. Objective: To investigate the language demands, barriers, and facilitators of people in vulnerable communication situations, in the hospital setting, and the applicability of introducing Augmentative And Alternative Communication. Method: Clinical study, consisting of 25 participants admitted to a teaching hospital within the Unified Health System (SUS) network in the interior of São Paulo. Approved by the Ethics Committee under CAEE no. 56719316.3.0000.540410 and statement no. 1,678,046. The procedures for data collection were: (i) a survey of medical records, to characterize the participants' profile regarding gender language and clinical conditions (diagnostic hypothesis and/or underlying disease); (ii) application of the Intensive Care Unit Communication Screening Protocol (ICUCS) screening, adapted and translated by the researchers; (iii) speech therapy indication and monitoring of the introduction of Supplementary and/or Alternative Communication Systems (SSAC), recorded in a field diary. The ICUCS results were transcribed for analysis by the International Classification of Functioning, Disability, and Health (ICF) and the indication of SSAC. Results: They are presented in the format of three articles. Regarding the ICF, the majority of participants were alert and understood simple commands, 39% had serious problems with language expression, with impaired activity and participation; 50% had severe difficulty speaking and 33% had severe difficulty in starting and maintaining conversations. Regarding the impacts of not speaking, categories such as health conditions, feelings, relationships, and use of SSAC appeared relevant in interactions with participants. Such data showed that communicative vulnerability impacts the subjects' perception of themselves and their environment, the feeling of insecurity during hospitalization, and their relationship with their peers. Factors such as the use of SSAC, environmental changes, and training of family members and the care team are important to reduce the consequences of vulnerable communication. It was possible to indicate low-technology SSAC, such as communication boards (alphabetic or symbols), use of gestures and writing, minimizing the effects of the communicative vulnerability of the studied group. The results generated a language analysis flowchart and a proposal for the CSA implementation process for clinical practice in language, in hospital care. Conclusion: The findings show that listening and giving people a voice, through individualized attention and listening and SSAC, allowed a greater understanding of the demands and needs of people in communicative vulnerability. Furthermore, the importance of several aspects in the process of assessment and indication of SSAC in the hospital context is highlighted, such as the impacts of language and motor changes and clinical conditions, in addition to contextual factors, analyzed by the ICF, which can worsen the situation of vulnerable communication. This generated a flowchart for clinical practice in language with a focus on the implementation of AAC in the hospital environment, to contribute to an environment favorable to communication and broaden the perspective of health in a humanized and person-centered approach
Aberto