Efeito da radiofrequência não ablativa, do estrogênio tópico e do hidratante vaginal no tratamento da síndrome geniturinária da menopausa sobre parâmetros clínicos e histopatológicos [recurso eletrônico] : ensaio clínico randomizado
Anna Valéria Gueldini de Moraes
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP M791e
[Effect of non-invasive radiofrequency, topical estrogen, and vaginal moisturizer in the treatment of genitourinary syndrome of menopause on clinical, and histopathological parameters]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (218 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Adriana Orcesi Pedro, Lucia Costa-Paiva
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: Dispositivos baseados em energia, como a radiofrequência não ablativa (RF), têm sido utilizados para tratar a mucosa vaginal atrófica e promover regeneração tecidual, restaurando as modificações funcionais urogenitais associadas ao climatério. Objetivos: Comparar o efeito da RF,...
Ver mais
Resumo: Introdução: Dispositivos baseados em energia, como a radiofrequência não ablativa (RF), têm sido utilizados para tratar a mucosa vaginal atrófica e promover regeneração tecidual, restaurando as modificações funcionais urogenitais associadas ao climatério. Objetivos: Comparar o efeito da RF, do estrogênio tópico (E) e do hidratante vaginal (H) no tratamento dos sintomas da síndrome geniturinária da menopausa (SGM). Foi conduzido um ensaio clínico randomizado com 32 mulheres pós menopausa que tinham sintomas moderados ou graves da SGM, aleatoriamente distribuídas nos grupos (n=10): Grupo RF, Grupo E e Grupo H. As pacientes foram acompanhadas clinicamente durante 4 meses. Os parâmetros utilizados para medir o efeito antes (D0) e após os tratamentos (D120) foram: Vaginal Health Index (VHI), Maturação Vaginal, Menopause Rating Scale (MRS), Female Sexual Function Index (FSFI), Incontinence Questionnaire Overactive Bladder (ICIQ-OAB), Incontinence Questionnaire-Urinary Incontinence Short Form (ICIQ-UI SF), análise ultrassonográfica, histopatológica e imuno-histoquímica. A análise estatística descritiva foi feita através das medidas de frequência, médias e desvios padrões. Para comparação das variáveis categóricas foram utilizados os testes Qui-Quadrado ou Fisher e para as variáveis numéricas foram utilizados os testes de Kruskal-Wallis ou Wilcoxon. A comparação longitudinal entre grupos e tempos foi feita através da análise de variância para medidas repetidas (ANOVA). Resultados: A média etária das participantes do estudo era de 58,5 ± 5,7 anos e, de acordo com as avaliações iniciais, 100% das mulheres apresentavam atrofia vaginal (VHI?15), 97% referiam disfunção sexual (FSFI<26,55), 53% tinham sintomas de bexiga hiperativa (ICIQ-OAB?5) e sintomas de incontinência urinária de esforço (ICIQ-UI SF?11). Após 4 meses de tratamento, observou-se melhora na pontuação total do VHI, com aumento de 6,6 pontos no grupo RF, semelhante ao grupo E (+7,3), sem melhora significativa no grupo H (+1,5) (p< 0,001). Em relação à maturação vaginal, houve aumento significativo de células superficiais no grupo E (+31,3), sem alterações significativas nos grupos RF (+9,3) e H (-0,5) (p<0,001). O pH vaginal diminuiu significativamente no grupo E (-1,25), com resposta semelhante no grupo RF (-1,7), sem melhora significativa no grupo H (-0,25) (p<0,001). A função sexual teve melhora de 17,32 pontos no escore total do FSFI no grupo RF (p=0,009). Os subdomínios da função sexual (desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, dor e satisfação) também melhoraram significativamente somente no grupo RF (p=0,011, p=0,002, p=0,016, p=0,002, p<0,001, p=0,016, respectivamente), quando comparados aos outros dois grupos. Os sintomas da bexiga hiperativa melhoraram após os tratamentos com RF e E (p<0,001), não sendo observadas diferenças significativas entre eles (p=0,064). Os sintomas de incontinência urinária de esforço melhoraram significativamente apenas no grupo RF (-12,5 pontos) em comparação aos outros dois grupos (p<0,001). De acordo com a análise histopatológica, não houve aumento significativo na glicogenação (p=0,691) nem na altura do cone epitelial (p=0,935), apesar de um aumento do delta mediano (diferença pré e pós-tratamento) nos 3 grupos (glicogenação: ? RF=+118,4%; ? E=+130,9%; ? M=+24,9%; altura do cone epitelial: ? RF=+33,5%; ? E=+18,6%; ? M=+22,3%). Conclusão: Após 4 meses de seguimento, a eficácia clínica da RF foi semelhante à terapia estrogênica vaginal para o tratamento da atrofia vaginal e para os sintomas de bexiga hiperativa. Com relação às queixas de disfunção sexual e incontinência urinária de esforço, a eficácia da RF e foi superior à terapia estrogênica vaginal. Houve melhora em parâmetros histomorfométricos. Os achados são promissores e mais estudos são necessários para avaliar os efeitos a longo prazo da RF na SGM
Ver menos
Abstract: Introduction: Energy-based devices, such as non-invasive radiofrequency (RF), have been used in the treatment of atrophic vaginal mucosa promoting tissue regeneration, restoring the urogenital functional changes related to climacteric period. Objectives: To compare the effect of RF,...
Ver mais
Abstract: Introduction: Energy-based devices, such as non-invasive radiofrequency (RF), have been used in the treatment of atrophic vaginal mucosa promoting tissue regeneration, restoring the urogenital functional changes related to climacteric period. Objectives: To compare the effect of RF, topical estrogen (E) and vaginal moisturizer (M) in the treatment of GSM symptoms. A randomized clinical trial was conducted with 32 postmenopausal women who had moderate or severe symptoms of GSM, randomly assigned into one of the following arms (n=10): RF, E and M arms. Patients were clinically followed for 4 months. The parameters used to measure the effect before (D0) and after treatments (D120) were: Vaginal Health Index (VHI), Vaginal Maturation, Menopause Rating Scale (MRS), Female Sexual Function Index (FSFI), Incontinence Questionnaire Overactive Bladder (ICIQ-OAB), Urinary Incontinence Short Form (ICIQ-UI SF), ultrasonographic, histopathological and immunohistochemical analysis. Descriptive statistical analysis was performed, using measures of frequency, means and standard deviations. The Chi-Square or Fisher tests were used to compare categorical variables. The Kruskal-Wallis or Wilcoxon tests were used to compare numerical variables. The ANOVA for repeated measures was used for longitudinal comparison between groups and times, with variables transformed into "ranks" due to the absence of normal distribution. Results: Mean age of participants was 58.5 ± 5.7 years. At baseline, 100% had vaginal atrophy (VHI?15), 97% reported sexual dysfunction (FSFI<26.55), 53% had symptoms of overactive bladder (ICIQ-OAB?5) and symptoms of stress urinary incontinence (ICIQ- UI SF?11). After 4 months, the VHI showed an increase of 6.6 points in RF arm, likewise E arm (+7.3), with no significant improvement in M arm (+1.5) (p<0.001). Regarding vaginal maturation, there was a significant increase in superficial cells in the E arm (+31.3), with no significant changes in RF (+9.3) and M (-0.5) arms (p<0.001). Vaginal pH decreased significantly in the E arm (-1.25), with a similar response in RF arm (-1.7), with no significant improvement in M arm (-0.25) (p<0.001). Sexual function had an improvement of 17.32 points in the total FSFI score in the RF arm (p=0.009). Desire, arousal, lubrication, orgasm, pain, and satisfaction improved significantly after treatment only in the RF arm (p=0.011, p=0.002, p=0.016, p=0.002, p<0.001, p=0.016, respectively), when compared to E and M arms. Overactive bladder symptoms improved after RF and E treatments (p<0.001), with no significant differences being observed between them (p=0.064). Stress urinary incontinence symptoms improved significantly only in the RF arm (-12.5) compared to E arm (-1.3) and to M arm (-2.60) (p<0.001). According to histopathological analysis, there was no statistically significant increase in glycogenation (p=0.691) nor in height of epithelial cone (p=0.935), despite an increase of the median delta (difference pre- and post-treatment) in the 3 intervention arms (glycogenation: RF arm ?=+118.4%; E arm ?=+130.9%; M arm ?=+24.9%; height of the epithelial cone: RF arm ?=+33.5%; E arm ?=+18.6%; M arm ?=+22.3%). Conclusion: After 4 months follow-up, the clinical efficacy of RF was similar to vaginal estrogen therapy for the treatment of vaginal atrophy and overactive bladder symptoms. Regarding complaints of sexual dysfunction and stress urinary incontinence, the efficacy of RF was superior to vaginal estrogen therapy. There was improvement in histomorphometric parameters. The findings are promising, and further studies are needed to evaluate the long-term effects of RF on SGM
Ver menos
Aberto
Pedro, Adriana Orcesi, 1966-
Orientador
Costa-Paiva, Lucia, 1958-
Coorientador
Pinto, Cristina Laguna Benetti, 1959-
Avaliador
Giraldo, Paulo César, 1956-
Avaliador
Soares Junior, José Maria
Avaliador
Machado, Rogério Bonassi
Avaliador
Efeito da radiofrequência não ablativa, do estrogênio tópico e do hidratante vaginal no tratamento da síndrome geniturinária da menopausa sobre parâmetros clínicos e histopatológicos [recurso eletrônico] : ensaio clínico randomizado
Anna Valéria Gueldini de Moraes
Efeito da radiofrequência não ablativa, do estrogênio tópico e do hidratante vaginal no tratamento da síndrome geniturinária da menopausa sobre parâmetros clínicos e histopatológicos [recurso eletrônico] : ensaio clínico randomizado
Anna Valéria Gueldini de Moraes