Uma floresta de universos além [recurso eletrônico] : a decolonialidade e a etnossintaxe como dever para com as línguas indígenas
Gabriel Diniz Gruber de Oliveira
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP G921f
[A forest of universes beyond]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (158 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Angel Humberto Corbera Mori
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: Esta dissertação se concentra em discutir uma revisão dos desdobramentos eurocêntricos, coloniais e racistas na estrutura da história e teoria linguística face às línguas indígenas americanas, assim como as tentativas de insurgência acadêmica contra esses eixos norteadores, como o princípio...
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Resumo: Esta dissertação se concentra em discutir uma revisão dos desdobramentos eurocêntricos, coloniais e racistas na estrutura da história e teoria linguística face às línguas indígenas americanas, assim como as tentativas de insurgência acadêmica contra esses eixos norteadores, como o princípio da relatividade linguística, especialmente quando contextualizado para o que foi proposto, um princípio epistemológico, seguido pelo método em construção da etnossintaxe dentro da área da etnolinguística. Para tanto, a primeira etapa da dissertação busca debater dois eixos fundamentais da linguagem, seu papel ontológico e epistemológico, tal como os desdobramentos da colonialidade do ser e do saber. Restabelecendo um panorama mais completo da natureza da linguagem, assim como sua instrumentalização na luta por domínio ou extermínio cultural, especialmente dentro de uma estratégia histórica de universalização, se consegue compreender melhor movimentos disruptivos. Criticando a dicotomia colonial moderna entre racionalismo e empirismo, imanência e transcendência, razão e o seu além, é discutido como Benjamin L. Whorf, e outros, decidiram trazer um novo tipo de debate sobre as línguas indígenas americanas, especialmente no quesito autoridade e autonomia. Porém, mesmo com um novo princípio epistemológico sem haver um método prático não há caminho a seguir, para tanto se propõe uma análise dos desdobramentos da etnossintaxe, método em desenvolvimento de Anna Wierzbicka, Ken Hale, e N. J. Enfield, especialmente em suas recentes aplicações as línguas indígenas brasileiras com os trabalhos de Eunice Dias de Paula com os Tapirapé e Silvia Lucia Braggio com os Xerente Akwén. Em tal proposta, revisando o diálogo de dados etnográficos, antropológicos, históricos, filosóficos com os linguísticos, se chega a novas conclusões voltadas à ética linguística em descrição e análise de dados. Logo em seguida é dedicado um capítulo a língua mehinaku, da família linguística Arawak, localizada no Alto Xingu, onde breves considerações são tomadas refletindo sobre o método da etnossintaxe em três frentes: os classificadores nominais, os desdobramentos do termo t?pa/t?pe e sua amplitude semântica, e por fim a relação entre o léxico corporal e segmentos da ecologia da moradia. Em um último capítulo, considerações finais são feitas ainda alertando sobre o dever de cultivar uma nova consciência linguística que outras áreas, métodos e epistemologias têm advertido
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Abstract: This dissertation focuses on discussing a review of Eurocentric, colonial and racist developments in the structure of linguistic history and theory in relation to Native American languages, as well as attempts at academic insurgency against these guiding principles, such as the principle...
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Abstract: This dissertation focuses on discussing a review of Eurocentric, colonial and racist developments in the structure of linguistic history and theory in relation to Native American languages, as well as attempts at academic insurgency against these guiding principles, such as the principle of linguistic relativity, especially when contextualized for what was proposed, an epistemological principle, followed by the method under construction of ethnosyntax within the area of ethnolinguistics. Therefore, the first stage of the dissertation seeks to discuss two fundamental axes of language, its ontological and epistemological role, as well as the consequences of the coloniality of being and knowledge. By restoring a more complete picture of the nature of language, as well as its use in the struggle for cultural domination or extermination, especially within a historical strategy of universalization, it is possible to better understand disruptive movements. Critiquing the modern colonial dichotomy between rationalism and empiricism, immanence and transcendence, reason and its beyond, it is discussed how Benjamin L. Whorf, and others, decided to bring a new kind of debate about Native American languages, especially in terms of authority and autonomy . However, even with a new epistemological principle without having a practical method, there is no way forward, therefore, an analysis of the unfolding of ethnosyntax, a method under development by Anna Wierzbicka, Ken Hale, and N. J. Enfield, is proposed, especially in its recent applications to Brazilian indigenous languages with the work of Eunice Dias de Paula with the Tapirapé and Silvia Lucia Braggio with the Xerente Akwén. In such a proposal, reviewing the dialogue between ethnographic, anthropological, historical, philosophical and linguistic data, new conclusions are reached regarding linguistic ethics in data description and analysis. Soon after, a chapter is dedicated to the Mehinaku language, of the Arawak language family, located in the Upper Xingu, where brief considerations are taken reflecting on the method of ethnosyntax on three fronts: the nominal classifiers, the developments of the term t?pa/t?pe and its amplitude semantics, and finally the relationship between the body lexicon and segments of housing ecology. In a last chapter, final considerations are made, warning about the duty to cultivate a new linguistic awareness that other areas, methods and epistemologies have warned about
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Uma floresta de universos além [recurso eletrônico] : a decolonialidade e a etnossintaxe como dever para com as línguas indígenas
Gabriel Diniz Gruber de Oliveira
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Gabriel Diniz Gruber de Oliveira