Coorte prospectiva de covid-19 na gravidez [recurso eletrônico] : desfechos gestacionais, neonatais e impacto no desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida
Carolina Araújo Damasio Santos
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP Sa59c
[Prospective cohort of covid-19 in pregnancy]
Campinas, SP : [s.n.], 2023.
1 recurso online (70 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Lília Freire Rodrigues de Souza Li
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas e Escola Multicampi de Ciências Médicas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Resumo: Introdução Epidemias anteriores de coronavírus foram associadas a maior morbimortalidade materna e desfechos obstétricos e neonatais adversos. Pesquisas iniciais com SARS-CoV-2 indicaram que a população obstétrica tinha maior risco para forma grave de doença e parto pré-termo, embora dados...
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Resumo: Introdução Epidemias anteriores de coronavírus foram associadas a maior morbimortalidade materna e desfechos obstétricos e neonatais adversos. Pesquisas iniciais com SARS-CoV-2 indicaram que a população obstétrica tinha maior risco para forma grave de doença e parto pré-termo, embora dados sobre formas leves durante a gravidez ainda fossem limitados. Efeitos da exposição intrauterina ao SARS-CoV-2 no neurodesenvolvimento infantil ainda são desconhecidos. Objetivo Determinar a associação entre COVID-19 durante a gravidez e desfechos maternos, neonatais, e impacto no desenvolvimento infantil. Metodologia Realizamos um estudo de coorte prospectivo entre gestantes com e sem COVID-19 e os seus bebês. O neurodesenvolvimento infantil foi avaliado por meio do Guia de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil no Contexto AIDPI no primeiro ano de vida e do Ages & Stages Questionnaire (ASQ-3), aos 4, 6 e 12 meses. Para a pesquisa de depressão pós-parto foi utilizada a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS). Resultados 84 gestantes com COVID-19 e 88 gestantes sem COVID-19 participaram do estudo. Nenhuma participante era vacinada no momento da admissão, e no grupo com COVID-19 todas apresentaram quadro leve. Os sintomas agudos mais comuns foram dor de cabeça (82,1%), perda de olfato (81%) e astenia (77,4%). A mediana de duração dos sintomas na COVID longa foi de 60 dias (intervalo interquartil, 130). Gestantes com diagnóstico de COVID-19 apresentaram maior risco de alterações ultrassonográficas, principalmente, restrição do crescimento fetal (risco relativo [RR], 12,40; IC de 95%, 1,66–92,5), parto pré-termo (RR, 2,62; IC de 95%, 1,07–6,43) e depressão pós-parto (RR, 2,28; IC 95%, 1,24–4,21). 127 crianças foram acompanhadas por um ano, 69 crianças no grupo exposto ao SARS-CoV-2 (GE) e 68 no grupo controle (GC). Via de nascimento, escores de Apgar, peso médio ao nascer, perímetro cefálico e comprimento ao nascer foram semelhantes em ambos os grupos. 20,3% do GE e 5,9% do GC receberam diagnóstico de atraso no neurodesenvolvimento até 12 meses de vida (p=0,013, RR= 3,44; IC 95%, 1,19-9,95). 10% das crianças do GE apresentaram anormalidades na ultrassonografia transfontanelar. Conclusão Nossos achados evidenciaram as consequências da COVID-19 durante a gravidez, mesmo em casos leves, em virtude do risco aumentado de anormalidades ultrassonográficas, parto pré-termo, COVID Longa e depressão pós-parto. A exposição ao SARS-CoV-2 intra útero foi associada ao comprometimento do neurodesenvolvimento no primeiro ano de vida dos bebês e reforça a importância de entender o impacto da pandemia nas trajetórias de desenvolvimento infantil para identificar a necessidade de recomendar intervenções precoces apropriadas. Políticas públicas devem garantir o apoio adequado para famílias com crianças pequenas, a fim de mitigar ou prevenir efeitos de longo prazo na saúde materna e infantil
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Abstract: Introduction Previous coronavirus epidemics have been associated with higher maternal morbidity and mortality, and adverse obstetric and neonatal outcomes. Initial research with SARS-CoV-2 indicates that the obstetric population is at greater risk of the severe form of the disease and...
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Abstract: Introduction Previous coronavirus epidemics have been associated with higher maternal morbidity and mortality, and adverse obstetric and neonatal outcomes. Initial research with SARS-CoV-2 indicates that the obstetric population is at greater risk of the severe form of the disease and premature birth, while data on mild cases during pregnancy are still limited. The effects of intrauterine exposure to SARS-CoV-2 on child neurodevelopment are still unknown. Methodology To determine the association between COVID-19 during pregnancy and maternal, neonatal, and child developmental outcomes, we conducted a prospective cohort study among pregnant women with COVID-19 and their infants and a control group. Data were collected prospectively from medical records. Child neurodevelopment was assessed using the Child Development Monitoring Guide in the IMCI context in the first year of life and the Ages & Stages Questionnaire (ASQ-3) at 4, 6, and 12 months. For the postpartum depression survey, the Edinburgh Postpartum Depression Scale (EPDS) was used. Results 84 pregnant women with COVID-19 and 88 pregnant women without COVID-19 participated in the study. Participants were not vaccinated at the time of admission, and 100% had a mild illness in the COVID-19 group. The most common acute symptoms were headache (82.1%), loss of smell (81%), and asthenia (77.4%). The median duration of COVID symptoms was 60 days (interquartile range, 130). Pregnant women diagnosed with COVID-19 had a higher risk of sonographic alterations - mainly fetal growth restriction (relative risk [RR], 12.40; 95% CI, 1.66–92.5), preterm delivery (RR, 2.62; 95% CI, 1.07–6.43) and postpartum depression (RR, 2.28; 95% CI, 1.24–4.21). 127 children were followed for one year, 69 children in the group exposed to SARS-CoV-2 (EG) and 68 in the control group (CG). Type of birth, Apgar scores, mean birth weight, head circumference, and length at birth were similar in both groups. 20.3% of the EG and 5.9% of the CG were diagnosed with a neurodevelopmental delay within 12 months of life (p=0.013, RR= 3.44; 95% CI, 1.19-9.95), while 10% of the children in the EG had abnormalities on the cranial ultrasound. Conclusion Our findings highlight the consequences of COVID-19 during pregnancy, even in mild cases, due to the increased risk of ultrasound abnormalities, preterm delivery, Long COVID symptoms and postpartum depression. Exposure to SARS-CoV-2 in utero was associated with impaired neurodevelopment in the first year of life and reinforces the importance of understanding the impact of the pandemic on child developmental trajectories, in order to recommend appropriate early interventions. Public policy must ensure adequate support for families with young children to mitigate long-term effects on maternal and child health
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D'Souza Li, Lília Freire Rodrigues, 1967-
Orientador
Stucchi, Raquel Silveira Bello, 1958-
Avaliador
Azevedo, George Dantas de
Avaliador
Freitas, Marise Reis de
Avaliador
Guerra Júnior, Gil, 1960-
Avaliador
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