Rastro de onça no romance d'a Pedra do Reino [recurso eletrônico] : a mitificação de uma simbólica perspectivista
Marcos Paulo Torres Pereira
TESE
Português
T/UNICAMP P414r
[Tracks of a jaguar in romance d'A Pedra do Reino]
Campinas, SP : [s.n.], 2022.
1 recurso online (187 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Suzi Frankl Sperber
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: A pesquisa propõe analisar a permanência, o resíduo, o contágio, um rastro de onça no Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, que mitifica o enredo da obra numa simbólica perspectivista ameríndia, buscando explicar como a conjunção de...
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Resumo: A pesquisa propõe analisar a permanência, o resíduo, o contágio, um rastro de onça no Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, que mitifica o enredo da obra numa simbólica perspectivista ameríndia, buscando explicar como a conjunção de pressuposições sobre a natureza da realidade, imanentes a um conjunto de práticas (como as xamânicas), a um conjunto de narrativas, a um conjunto de tradições e de visões, numa simbólica de onça aderente a uma cosmologia ameríndia, são tornadas símbolos, ressignificadas e cristalizadas no discurso de caráter mitificado empregado como cerne do enredo. A identidade narrativa engendrada no romance manifesta substratos do que seria o popular e o armorial, que ressoam à constituição daquilo que Suassuna denominara de civilização do couro, repositório simbólico no lastro de hibridações e mestiçagens entre o branco, o negro e o vermelho nos pardos sertanejos. A cosmogonia tapuia que se registra no romance acaba por se instituir como rastro identitário do herói trapaceiro, Dom Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, narrador e personagem central da obra, cuja trajetória fora enredada pela representação da onça como figuração totêmica e teriomórfica ressignificada, potencializando um devir-onça como estratégia de abertura de si, um tornar-se outro que lhe permitiria adotar corporalidades às quengadas que armou como forma de se bater contra seus inimigos e de desmanchar as cifras de sertão
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Abstract: The present research aims to analyze the permanence, the residue, the contagion, the tracks of a jaguar found in Ariano Suassuna's Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. In this novel, the plot is mythified through a perspectivist Amerindian symbolic as the...
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Abstract: The present research aims to analyze the permanence, the residue, the contagion, the tracks of a jaguar found in Ariano Suassuna's Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. In this novel, the plot is mythified through a perspectivist Amerindian symbolic as the author seeks to explain how a conjunction of presuppositions about the nature of reality is turned into symbols, it is resignified, and then crystallized in the mythicized discourse used as the heart of the plot. These presuppositions are immanent to a set of practices (such as shamanic), to a set of narratives, to a set of traditions and visions, in a symbolic of a jaguar adhered to an Amerindian cosmology. The narrative identity engendered in the novel manifests substrates of what would be the popular and the armorial, which resonate to the constitution of what Suassuna called the civilization of leather, a symbolic repository in the ballast of hybridization and miscegenation between white, black, and red people into the pardos from the Sertão. The Tapuia cosmogony that is registered in the novel ends up being instituted as an identity trace of the trickster hero, Dom Pedro Dinis Ferreira-Quaderna, narrator and central character of the novel. His trajectory had been entangled by the representation of the jaguar as a resignified totemic and theriomorphic figuration, enhancing this becoming a jaguar as a strategy for opening himself, for becoming somebody else that would allow him to adopt corporealities to the trickeries he set up to fight against his enemies and to undo the ciphers of the Sertão
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Sperber, Suzi Frankl, 1939-
Orientador
Ribeiro, Bruno de Oliveira
Avaliador
Silva, David Junior de Souza
Avaliador
Lachat, Marcelo
Avaliador
Medeiros, Tito Barros Leal de Pontes
Avaliador
Rastro de onça no romance d'a Pedra do Reino [recurso eletrônico] : a mitificação de uma simbólica perspectivista
Marcos Paulo Torres Pereira
Rastro de onça no romance d'a Pedra do Reino [recurso eletrônico] : a mitificação de uma simbólica perspectivista
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