Variações estruturais, químicas e de crescimento do lenho de espécies distribuídas ao longo de um gradiente de vegetação neotropical sazonal (floresta sempre verde-savana-floresta seca) e suas relações com as mudanças climáticas [recurso eletrônico] = Structural, chemical and growth variations of the woody of species distributed along a neotropical seasonal gradient (evergreen forest-savannah-dry forest) and their relationships with climate change
José Roberto Vieira Aragão
TESE
Português
T/UNICAMP Ar12v
[Structural, chemical and growth variations of the woody of species distributed along a neotropical seasonal gradient (evergreen forest-savannah-dry forest) and their relationships with climate change]
Campinas, SP : [s.n.], 2022.
1 recurso online (169 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Peter Stoltenborg Groenendyk
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia
Resumo: As florestas tropicais são importantes prestadoras de serviços ecossistêmicos e reguladoras do clima. Dentre elas, as florestas sazonais desempenham um papel-chave como sumidouro sazonal de carbono, modulado por temperatura e precipitação. Apesar disto, pouco se sabe sobre como a...
Ver mais
Resumo: As florestas tropicais são importantes prestadoras de serviços ecossistêmicos e reguladoras do clima. Dentre elas, as florestas sazonais desempenham um papel-chave como sumidouro sazonal de carbono, modulado por temperatura e precipitação. Apesar disto, pouco se sabe sobre como a variabilidade climática interanual afeta o crescimento e a estrutura do lenho das árvores e como as respostas ao crescimento climático variam entre os gradientes de chuva nessas florestas. Aqui nós avaliamos as mudanças na sensibilidade climática do crescimento de árvores, diversos traços químico-físicos da madeira dentro de classes diamétricas de tamanho (SCI) de 8 cm, bem como construímos projeções de crescimento e rendimento futuro do lenho após ciclos de corte programados ao longo de um gradiente ambiental de tipos de vegetação tropical sazonalmente seca (floresta sempre verde – savana – floresta seca) no Nordeste do Brasil, usando espécies congenéricas de dois gêneros neotropicais comuns: Aspidosperma e Handroanthus. Construímos cronologias de largura de anéis de árvores para cada combinação de espécies × tipo de floresta e exploramos como a variabilidade de crescimento se correlacionava com fatores climáticos locais (precipitação, temperatura) e globais (El Niño Oscilação Sul - ENOS). Também avaliamos como a sensibilidade do crescimento ao clima e a presença de desvios de crescimento variaram ao longo do gradiente. Através das cronologias calculamos o SCI e quantificamos suas mudanças na eficiência no uso da água (iEUA) ao longo do tempo, relação com estrutura e química do lenho, além das diferenças entre tipos florestais distintos. Calculamos ainda aspectos referentes ao diâmetro cumulativo, a trajetória de crescimento das árvores ao longo do gradiente e seu rendimento após dois ciclos de corte. Nossos resultados revelam um efeito dominante da precipitação no crescimento das árvores em florestas tropicais sazonalmente secas e sugerem que ao longo do gradiente, as florestas secas são as mais sensíveis ao déficit hídrico. A relação negativa de temperatura e ENOS com o crescimento foram semelhantes entre os locais, no entanto, desvios negativos de crescimento foram observados principalmente nas espécies de floresta seca. Em contrapartida, temperatura e ENOS influenciaram positivamente a iEUA, que aumentou ao longo do tempo em todas as florestas sazonais, independentemente do tipo florestal e não gerou efeitos sobre o crescimento. Na floresta seca, a variação na iEUA de A. multiflorum teve relação significativa com a frequência dos elementos de vaso no xilema e a concentração de Fe, S e K/Ca, mostrando a importância da utilização de mais de uma estratégia para suportar o estresse hídrico em florestas secas. Neste sentido, as espécies de matas secas foram as que apresentaram menor crescimento em relação as suas congêneres de outros tipos florestais, com limites de extração distintos entre as espécies congêneres de Aspidosperma e Handroanthus. Apenas A. castroanum (floresta sempre verde), apresentou rendimento próximo ao considerável sustentável (~80%), enquanto as demais espécies tiveram um rendimento médio baixo, entre 10-30%. Esses resultados destacam a importância de entender a sensibilidade climática de diferentes florestas tropicais. Compreender o impacto da escassez hídrica na produtividade de florestas sazonais e suas estratégias para suportá-la podem auxiliar no entendimento do ciclo de carbono futuro e servir de base para medidas de mitigação das mudanças no clima. Estas diferenças mostram que o tipo de manejo florestal deve atender às variações socioambientais ao longo de gradientes florestais e que as matas secas são as que mais demoram a se recuperar após o manejo. Esse entendimento é fundamental para prever a dinâmica do carbono em regiões tropicais, e diferenças de sensibilidade devem ser consideradas ao priorizar medidas de conservação de florestas tópicas sazonalmente secas
Ver menos
Abstract: Tropical forests are important providers of ecosystem services and climate regulators. Among them, seasonal forests play a key role as a seasonal carbon sink, modulated by temperature and precipitation. Despite this, little is known about how interannual climate variability affects tree...
Ver mais
Abstract: Tropical forests are important providers of ecosystem services and climate regulators. Among them, seasonal forests play a key role as a seasonal carbon sink, modulated by temperature and precipitation. Despite this, little is known about how interannual climate variability affects tree growth and wood structure and how climate growth responses vary across rainfall gradients in these forests. Here we evaluated changes in climate sensitivity of tree growth, various chemical-physical wood traits within 8 cm diameter size classes (SCI), as well as constructed projections of future wood growth and yield after programmed cutting cycles along an environmental gradient of seasonally dry tropical vegetation types (evergreen forest – savannah – dry forest) in Northeast Brazil, using congeneric species from two common Neotropical genera: Aspidosperma and Handroanthus. We constructed tree ring width chronologies for each combination of species × forest type and explored how growth variability correlated with local (precipitation, temperature) and global (El Niño Southern Oscillation - ENSO) climatic factors. We also evaluated how the sensitivity of growth to climate and the presence of growth deviations varied along the gradient. Through the chronologies we calculated the SCI and quantified its changes in the water use efficiency (iWUE) over time, relationship with wood structure and chemistry, in addition to the differences between different forest types. We also calculated aspects related to the cumulative diameter, the growth trajectory of the trees along the gradient and their yield after two cutting cycles. Our results reveal a dominant effect of precipitation on tree growth in seasonally dry tropical forests and suggest that along the gradient, dry forests are the most sensitive to water deficit. The negative relationship of temperature and ENSO with growth were similar between sites, however, negative growth deviations were observed mainly in dry forest species. In contrast, temperature and ENSO positively influenced iWUE, which increased over time in all seasonal forests, regardless of forest type, and had no effect on growth. In the dry forest, the variation in the iWUE of A. multiflorum was significantly related to the frequency of vessel elements in the xylem and the concentration of Fe, S and K/Ca, showing the importance of using more than one strategy to withstand stress. water in dry forests. In this sense, the dry forest species showed the lowest growth in relation to their congeners of other forest types, with different extraction limits between the congeners of Aspidosperma and Handroanthus. Only A. castroanum (evergreen forest) presented a yield close to considerable sustainable (~80%), while the other species had a low average yield, between 10-30%. These results highlight the importance of understanding the climate sensitivity of different tropical forests. Understanding the impact of water scarcity on the productivity of seasonal forests and their strategies to support it can help to understand the future carbon cycle and serve as a basis for measures to mitigate climate change. These differences show that the type of forest management must take into account the socio-environmental variations along forest gradients and that dry forests are the ones that take the longest to recover after management. This understanding is critical to predicting carbon dynamics in tropical regions, and differences in sensitivity must be considered when prioritizing conservation measures for seasonally dry topical forests
Ver menos
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Groenendyk, Peter Stoltenborg, 1984-
Orientador
Locosselli, Giuliano Maselli
Avaliador
Barbosa, Ana Carolina Maioli Campos
Avaliador
Oliveira, Rafael Silva, 1974-
Avaliador
Anholetto Junior, Claudio Roberto
Avaliador
Variações estruturais, químicas e de crescimento do lenho de espécies distribuídas ao longo de um gradiente de vegetação neotropical sazonal (floresta sempre verde-savana-floresta seca) e suas relações com as mudanças climáticas [recurso eletrônico] = Structural, chemical and growth variations of the woody of species distributed along a neotropical seasonal gradient (evergreen forest-savannah-dry forest) and their relationships with climate change
José Roberto Vieira Aragão
Variações estruturais, químicas e de crescimento do lenho de espécies distribuídas ao longo de um gradiente de vegetação neotropical sazonal (floresta sempre verde-savana-floresta seca) e suas relações com as mudanças climáticas [recurso eletrônico] = Structural, chemical and growth variations of the woody of species distributed along a neotropical seasonal gradient (evergreen forest-savannah-dry forest) and their relationships with climate change
José Roberto Vieira Aragão