Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar quais são as estratégias empregadas para ensinar Geociências para alunos do público-alvo da educação especial (EPAEE) nos últimos 20 anos em nível global. Defendemos que o acesso à educação inclusiva pode transformar o desenvolvimento e a aprendizagem de um EPAEE, principalmente quando os contextos de ensino se encontram e podem ser carregados de abordagens significativas. Neste trabalho, lançamos luz sobre as contribuições das Geociências que promovem a inclusão desses indivíduos nos níveis básico e superior da educação escolar. O campo amostral são os trabalhos e pesquisas realizados entre os anos de 2000 a 2020 que discutiram possíveis caminhos para ampliar a inserção do EPAEE no ensino de Geociências. Assim, realizamos uma pesquisa bibliográfica em plataformas bibliográficas nacionais e internacionais utilizando palavras-chave como: "ensino de Geociências"; "Educação inclusiva"; "Educação especial"; "deficiências" entre outros. Submetemos a seleção à Análise de Conteúdo e dividimos em resultados quantitativos e qualitativos. No lado quantitativo, agrupamos e quantificamos as publicações por ano, assunto, nível, formatação, país, etc. No lado qualitativo, categorizamos e debatemos o alcance das estratégias para, por fim, traçar o panorama global do ensino de Geociências de forma perspectiva inclusiva. A análise qualitativa destaca as principais discussões nas publicações, como o panorama da inclusão no contexto das Geociências; a percepção dos profissionais geocientistas em relação ao EPAEE em Geociências; participação da EPAEE em Geociências; a situação dos geocientistas autistas em seu campo; entre outros. Os resultados indicam que: a maioria das publicações são dos EUA; o assunto mais estudado foi o trabalho de campo; e que a maioria das pesquisas visa a inclusão ao nível acadêmico. Concluímos que as propostas publicadas não são suficientes para tornar as Geociências um campo acessível ao EPAEE. Isso porque, acima de tudo, precisamos pensar em estratégias abrangentes nos diferentes níveis de ensino que alcancem o maior número possível de EPAEE, apesar dos esforços atuais serem considerados grandes avanços. Assim, apontamos a realização de projetos apoiados pelo Desenho Universal para Aprendizagem (UDL) como uma possibilidade de transformação dessa realidade. O UDL é um referencial teórico capaz de oferecer aos alunos mais do que apenas a apreensão de conceitos, mas um conjunto de ferramentas adequadas para a realização e transformação de nossa sociedade Ver menos

Abstract: The present work aims to investigate which are the strategies employed to teach Geoscience for students from the target group of the special education (EPAEE) in the past 20 years at global level. We advocate that access to inclusive education can transform the development and learning of an EPAEE, especially when teaching contexts meet and can be loaded with meaningful approaches. In this work, we shed light on the contributions from the Geosciences that promote the inclusion of these individuals in basic and higher levels of school education. The sampling field is the work and research carried out between years 2000–2020 that discussed possible ways to expand the inclusion of EPAEE in the Geosciences teaching. Thus, we performed a bibliographic research on national and international bibliographic platforms using keywords such as: "teaching of Geosciences"; "inclusive education"; "special education"; "disabilities" among others. We submitted the output to Contents Analysis and split in quantitative and qualitative results. On the quantitative side, we grouped and quantified the publications by year, subject, level, formatting, country, etc. On the qualitative side, we categorized and debated the scope of strategies to, finally, outline the global panorama of Geosciences teaching in an inclusive perspective. The qualitative analysis highlights the main discussions in the publications, such as the panorama of inclusion in the Geosciences context; the perception of the geoscientist professionals in relation to EPAEE in Geosciences; EPAEE's participation in Geosciences; the situation of autistic geoscientists in their field; among others. The results indicates that: most publications are from the USA; the most studied subject was fieldwork; and that most of the research aims inclusion to the academic level. We conclude that the published proposals are not enough to make Geoscience an accessible field to EPAEE. This is because, we, above all, need to think about comprehensive strategies at different levels of education that reach the largest number of EPAEE as possible, despite the current efforts being considered great advances. Thus, we point out the realization of projects supported by the Universal Design for Learning (UDL) as a possibility of transforming this reality. UDL is a theoretical framework capable of offering to the students more than just the apprehension of concepts, but a set of tools suitable for the accomplishment and transformation of our society Ver menos