Subversão e transgressão no esporte infantil [recurso eletrônico] : análise das atitudes de treinadores de handebol de crianças em competições pedagógicas a partir do complexo diálogo entre as dimensões éticas e morais
Lucas Leonardo
TESE
Português
T/UNICAMP L553s
[Subversion and transgression in youth spor]
Campinas, SP : [s.n.], 2022.
1 recurso online (179 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Alcides José Scaglia
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física
Resumo: Este estudo parte do meu mestrado que me trouxe mais apontamentos futuros do que propriamente a chegada a um ponto-final, uma vez que me deparei com uma grande novidade: treinadores de handebol de crianças e jovens entre 11 e 14 anos de idade transgridem e subvertem os regulamentos que...
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Resumo: Este estudo parte do meu mestrado que me trouxe mais apontamentos futuros do que propriamente a chegada a um ponto-final, uma vez que me deparei com uma grande novidade: treinadores de handebol de crianças e jovens entre 11 e 14 anos de idade transgridem e subvertem os regulamentos que modificam a competição — especialmente o uso obrigatório do sistema defensivo individual —, mudanças estas que visam a objetivos de aprendizagem das crianças e jovens. Tais achados levaram a presente pesquisa a avançar para o estudo dos campos éticos e morais e suas intersecções com as condutas de tensionamento das regras por parte dos treinadores. Assim, o objetivo do estudo é debater as justificativas apresentadas por treinadores e treinadoras de handebol de crianças para suas condutas transgressoras e/ou subversivas à luz da complexidade ético-moral, e, para isso, parto da dialógica e complexa ecologia da ação moral definida por um marco teórico a partir da pequena ética de Paul Ricoeur, que possui um cuidado particular na análise de casos difíceis nos quais as escolhas podem se afastar do que é considerado bom moralmente. Para isso, será a partir da relação dialógica entre o deontológico e o teleológico baseada em três níveis de articulação — o si mesmo, o outro e a comunidade — que outras três relações morais e éticas serão propostas pelo filósofo: 1) a primazia da ética sobre a moral, 2) a necessidade de que a ética passe pelo crivo das normas e 3) a legitimidade de que em situações em que a norma não seja um guia seguro para a deliberação moral, realize-se o recurso à ética como meio para ação concreta. Opto por uma abordagem qualitativa e utilizo-me das entrevistas recorrentes para obtenção de informações oriundas de treinadores que foram escolhidos intencionalmente para este estudo por serem reconhecidamente aqueles que mais promovem tensionamentos das regras modificadas do handebol. A análise dos dados deu-se pela análise temática que revelou quatro grandes temas: 1) Sentir-se confrontado em seu ofício; 2) Sentir-se confrontado em seus deveres no plano estratégico; 3) Subversão como instrumentalização da criança; 4) Transgressão como cuidado com o outro. Os resultados deste estudo apontam que as regras modificadas são reconhecidas pelos treinadores como fonte de limitação de sua atuação, especialmente no que se refere ao exercício de seu ofício concretizado pelos seus deveres estratégico-táticos na disputa. Para superar essas limitações, eles adotam predominantemente duas posturas: 1) agem pela jogabilidade, tangenciando condutas orientadas a si mesmos e levando ao uso instrumental da criança, portanto conferindo caráter imoral às suas ações e 2) agem pela trapaça, porém baseados no cuidado para com a criança e a valorização da liberdade de expressão em meio à competição, alinhando condutas de trapaça com ações pedagógicas. Concluo que embora condutas subversivas/transgressoras guardem um apelo imoral, ainda assim não é possível generalizar tais condutas como também dotadas de tensionamento ao pedagógico, evidenciando a complexidade deliberativa da ação do treinador em competições de crianças modificadas em suas regras
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Abstract: This study is part of my master's degree that brought me more future notes than the arrival at a final point, since I came across a great novelty: youth handball coaches transgress and subvert the regulations that modify competition — especially the mandatory use of the individual...
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Abstract: This study is part of my master's degree that brought me more future notes than the arrival at a final point, since I came across a great novelty: youth handball coaches transgress and subvert the regulations that modify competition — especially the mandatory use of the individual defensive system —, changes that aim at the youth learning objectives. Such findings led the present research to advance to the study of ethical and moral fields and their intersections with the coaches behavior of tensioning the rules. Thus, the objective of the study is to discuss the justifications presented by youth handball coaches about their transgressive and/or subversive conducts in the light of ethical-moral complexity. I start from the dialogic and complex ecology of moral action defined by a theoretical framework based on the little ethics of Paul Ricoeur, who has a particular care for the analysis of hard cases in which choices can depart from what is considered morally good. For this, it will be from the dialogic between the deontological and the teleological based on three levels of articulation — the self, the other and community — that other three moral and ethical relationships are proposed by the philosopher: 1) Feeling confronted in your craft; 2) Feeling confronted in their duties in the strategic plan; 3) Subversion as instrumentalization of the child; 4) Transgression as care for the other. The results of this study indicate that the modified rules are recognized by the coaches as a source of limitation of their performance, especially with regard to the exercise of their craft, concretized by their strategic-tactical duties in the dispute. In order to overcome these limitations, they predominantly adopt two postures: 1) they act through gamesmanship, touching on self-oriented conducts leading to the instrumental use of the child, therefore, conferring an immoral character to their actions and 2) they act through cheating, however, based on care for the children and valuing freedom of expression in the midst of competition, aligning cheating behavior with pedagogical actions. I conclude, therefore, that although subversive/transgressive conducts have an immoral appeal, even so, it is not possible to generalize every action of tensioning the rule as well as endowed with tensioning the pedagogical, evidencing the deliberative complexity of coach actions in child modified competitions
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Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Scaglia, Alcides José, 1972-
Orientador
Roble, Odilon José, 1970-
Avaliador
Thiengo, Carlos Rogério, 1981-
Avaliador
Rodrigues, Heitor de Andrade, 1983-
Avaliador
Milistetd, Michel
Avaliador
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Lucas Leonardo
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