Orientador: Ana de Medeiros Arnt

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Física Gleb Wataghin

Resumo: O desenvolvimento tecnocientífico do Capital, enquanto projeto socioeconômico, tem promovido a ampla distribuição da Internet e das tecnologias individuais de informação e comunicação. Por conseguinte, o surgimento de um novo paradigma midiático com as redes sociais, sugere que estamos no...

Resumo: O desenvolvimento tecnocientífico do Capital, enquanto projeto socioeconômico, tem promovido a ampla distribuição da Internet e das tecnologias individuais de informação e comunicação. Por conseguinte, o surgimento de um novo paradigma midiático com as redes sociais, sugere que estamos no ínterim de uma transição sociocultural. A deflagração da pandemia de COVID-19 em 2020 acabou por catalisar este processo já em franco desdobramento: as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) foram protagonistas na transposição das aulas presenciais para plataformas digitais, em um movimento feito às pressas e sem planejamento pedagógico, que ficou conhecido como Ensino Remoto Emergencial (ERE). O emprego educativo das mídias digitais, agora flagrante, já era narrado pelos estudos culturais e pelas pedagogias contemporâneas, segundo os quais, a função pedagógica, tem transbordado o muro das instituições para seu exercício permanente e ubíquo nos meios de comunicação on-line. Em contrapartida, o fluxo intenso de informações e a falta de moderação dos conteúdos digitais, torna este ambiente suscetível a fenômenos socialmente nocivos como infodemias, desinformação e notícias falsas, fato evidenciado pela pandemia, com a inundação de publicações negacionistas e anticientíficas nas redes. Em momentos como este, ante o vácuo intencional de ações publicitárias de conscientização por parte do Governo Federal, o trabalho dos(as) divulgadores(as) da ciência nas mídias digitais se mostra ainda mais salutar. Não somente no sentido de promover as medidas sanitárias sustentadas por evidências, mas o pensamento e o fazer científico enquanto postura e prática cultural. Nesta pesquisa me ocupo em desenhar as narrativas dos divulgadores(as) de ciência sobre seus próprios trabalhos e identidades nesse mundo cibercultural dominado pelo marketing de influenciamento. Seguindo o curso da análise Foucaultiana, este trabalho objetiva compreender, entre outras inquietações, o que as enunciações e enunciados daqueles(as) que divulgam ciência na nova mídia dizem sobre a emergência das redes sociais enquanto instância educativa e/ou [des](in)formativa sobre ciência e de que forma este trabalho se contrapõe ao negacionismo que aflorou no contexto pandêmico

Abstract: The techno-scientific development of Capital, as a socio-economic project, has promoted the wide distribution of the Internet and individual information and communication technologies. Therefore, the emergence of a new media paradigm with social networks suggests that we are in the midst...

Abstract: The techno-scientific development of Capital, as a socio-economic project, has promoted the wide distribution of the Internet and individual information and communication technologies. Therefore, the emergence of a new media paradigm with social networks suggests that we are in the midst of a sociocultural transition. The outbreak of the Covid-19 pandemic in 2020 ended up catalyzing this process, which was already unfolding: Digital Information and Communication Technologies (DICT) were protagonists in the transposition of face-to-face classes to digital platforms, in a hastily and unplanned move. pedagogy, which became known as Emergency Remote Teaching (ERT). The educational use of digital media, now blatant, was already narrated by cultural studies and contemporary pedagogies, according to which the pedagogical function has overflowed the walls of institutions for its permanent and ubiquitous exercise in the online media. On the other hand, the intense flow of information and the lack of moderation of digital content makes this environment susceptible to socially harmful phenomena such as infodemics, disinformation and fake news, a fact evidenced by the pandemic, with the flood of denialist and unscientific publications on the networks. In moments like this, in the face of the intentional vacuum of publicity actions to raise awareness on the part of the Federal Government, the work of science disseminators in digital media proves to be even more salutary. Not only in the sense of promoting health measures supported by evidence, but scientific thinking and doing as a cultural posture and practice. In this research I am concerned with drawing the narratives of science disseminators about their own work and identities in this cybercultural world dominated by influencer marketing. Following the course of Foucaultian analysis, this work aims to understand, among other concerns, what the utterances and statements of those who disseminate science in the new media say about the emergence of social networks as an educational instance and/or [des](miss)informative about science and how this work opposes the denialism that emerged in the pandemic context

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