Construção de curvas de distribuição da cérvice de gestantes brasileiras no segundo trimestre de gestação e fatores de risco associados ao colo curto [recurso eletrônico] = Construction of the cervix distribution curves of Brazilian pregnant women in the second trimester of pregnancy and risk factors associated with the short cervix
Kaline Gomes Ferrari Marquart
DISSERTAÇÃO
Multilíngua
T/UNICAMP M347c
[Construction of the cervix distribution curves of Brazilian pregnant women in the second trimester of pregnancy and risk factors associated with the short cervix]
Campinas, SP : [s.n.], 2020.
1 recurso online (63 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Rodolfo de Carvalho Pacagnella
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: A prematuridade é a principal causa de mortalidade em crianças menores de 5 anos e contribui com 50% da mortalidade perinatal. Dentre as principais causas destacam-se a insuficiência cervical, rotura de membranas ovulares, infecções, comorbidades como diabetes e síndromes...
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Resumo: Introdução: A prematuridade é a principal causa de mortalidade em crianças menores de 5 anos e contribui com 50% da mortalidade perinatal. Dentre as principais causas destacam-se a insuficiência cervical, rotura de membranas ovulares, infecções, comorbidades como diabetes e síndromes hipertensivas; no entanto, muitas vezes a causa não é identificada. Apenas 15% dos nascimentos prematuros ocorrem em mulheres com fatores de risco. Por conseguinte, há necessidade de desenvolvimento de estratégias de identificação e prevenção de prematuridade nas mulheres assintomáticas e sem fatores de risco. Já é bem estabelecido que a ultrassonografia transvaginal é o método padrão ouro para medida de colo uterino e de sua predição quanto ao risco de trabalho de parto prematuro. No entanto, ainda existem controvérsias quanto ao rastreio universal ou apenas para o grupo de gestantes com fatores de risco. Poucos estudos também foram dedicados a construção de curvas populacionais específicas de colo uterino bem como fatores de risco para colo curto específica para uma determinada população uma vez que já foi elucidado que há diferenças populacionais na gênese do trabalho de parto prematuro. Objetivo: Construir curvas com medidas de colo uterino representativa da população brasileira. Métodos: Foi realizado um estudo de corte transversal das medidas do colo uterino de 7844 mulheres com gestações únicas de 18 a 22 semanas e 6 dias incluídas no banco de dados do estudo P5. As medidas longitudinais (reta e curva), anteroposterior e transversal previamente obtidas através da ultrassonografia transvaginal foram distribuídas conforme idade gestacional sendo possível avaliar média, mediana e porcentagem de colo uterino ?25mm assim como para o cálculo do volume do colo uterino. As características socio demográficas e antecedentes pessoais extraídas do banco de dados foram utilizadas para verificar a associação de características populacionais e o risco de colo uterino ?25mm. Com os dados obtidos foi possível a construção de curvas de distribuição populacional e percentis. Resultados: A média do comprimento cervical em linha reta de nossa população foi de 36,9 mm. Foi observado uma redução do comprimento cervical a partir de 21 semanas, independente da técnica utilizada para medida longitudinal. Comparando ambas as técnicas, notou-se que para colos uterinos mais curtos não houve muita variação da medida do comprimento cervical, no entanto, em colos mais longos, a diferença se torna pronunciada. As variáveis estatisticamente significativas que foram associadas com comprimento cervical ? 25 mm foram: Índice de massa corpórea (IMC) ?18,5 (OR: 1.81 CI: 1.16-2.82), níveis de escolaridade elevados (OR: 1.39 CI: 1.10-1.75), um ou mais abortos prévios (OR: 1.41 CI: 1.11-1.78 e OR: 1.67 CI: 1.24-2.25 respectivamente), parto prematuro prévio (OR: 1.70 CI: 1.12-2.59), parto prematuro prévio <28 semanas (OR: 2.72 CI: 1.79-4.15), história prévia de conceptos nascidos com peso <2500g (OR: 1.70 CI: 1.15-2.50) e passado de cirurgias cervicais (OR: 4.33 CI: 2.58-7.27). Conclusões: Nossos dados mostraram a curva de distribuição de colo uterino de gestantes brasileiras no segundo trimestre de gestação evidenciando uma pequena porcentagem de colo ?25mm bem como seus fatores de risco associados. Como o rastreio do comprimento cervical não é realizado universalmente para todas as gestantes no segundo trimestre, nosso estudo contribuiu na identificação das gestantes brasileiras sob maior risco de colo uterino ?25mm, propondo assim a triagem para aquelas com baixo IMC, altos níveis de escolaridade, abortos prévios, antecedente de prematuridade principalmente para aqueles ocorridos antes de 28 semanas de gestação, antecedente de conceptos nascidos com peso inferior a 2500g e cirurgias cervicais prévias. Os dados corroboram com a ideia de que diferenças populacionais devem ser levadas em consideração no que diz respeito a prevenção do parto prematuro
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Abstract: Background: Prematurity is the leading cause of mortality in children under 5 and contributes 50% of perinatal mortality. Among the main causes are cervical insufficiency, rupture of ovular membranes, infections, comorbidities such as diabetes and hypertensive syndromes; however, the cause...
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Abstract: Background: Prematurity is the leading cause of mortality in children under 5 and contributes 50% of perinatal mortality. Among the main causes are cervical insufficiency, rupture of ovular membranes, infections, comorbidities such as diabetes and hypertensive syndromes; however, the cause is often not identified. Only 15% of preterm births occur in women with risk factors. Therefore, there is a need for the development of strategies to identify and prevent prematurity in asymptomatic women with no risk factors. It is well established that transvaginal ultrasonography is the gold standard method for uterine cervix measurement and its prediction about preterm labor. However, there is still controversy regarding universal screening or only for the group of pregnant women with risk factors. Few studies have also been devoted to the construction of specific population curves of the cervix as well as risk factors for short cervix specific to a given population since it has already been elucidated that there are population differences in the genesis of premature labor. Objective: To construct curves with measurements of uterine cervix representative of the Brazilian population. Methods: A cross-sectional study of cervical measurements of 7,844 singleton pregnant women with gestational age between 18 to 22 weeks and 6 days included in the database of study P5. The longitudinal (straight and curved), anteroposterior and transverse measurements previously obtained through transvaginal ultrasound were distributed according to gestational age, being possible to evaluate mean, median and percentage of uterine cervix ?25mm as well as to calculate the volume of the uterine cervix. The socio-demographic characteristics and personal history extracted from the database were used to verify the association of population characteristics and the risk of cervix ?25mm. With the data obtained it was possible to construct population distribution curves and percentiles. Results: The average straight cervical length of our population was 36.9 mm. A reduction in cervical length was observed after 21 weeks, regardless of the technique used for longitudinal measurement. Comparing both techniques, it was noted that for shorter cervices there was not much variation in the measurement of cervical length, however, in longer cervix, the difference becomes pronounced. The statistically significant variables that were associated with cervical length ? 25 mm were: Body mass index (BMI) ?18.5 (OR: 1.81 CI: 1.16-2.82), high educational levels (OR: 1.39 CI: 1.10-1.75 ), one or more previous abortions (OR: 1.41 CI: 1.11-1.78 and OR: 1.67 CI: 1.24-2.25 respectively), previous premature delivery (OR: 1.70 CI: 1.12-2.59), previous premature delivery <28 weeks (OR : 2.72 CI: 1.79-4.15), previous history of fetuses born <2500g (OR: 1.70 CI: 1.15-2.50) and past cervical surgery (OR: 4.33 CI: 2.58-7.27). Conclusions: Our data showed the cervical distribution curve of Brazilian pregnant women in the second trimester of pregnancy, showing a small percentage of cervix ?25mm as well as their associated risk factors. As cervical length screening is not universally performed for all pregnant women in the second trimester, our study contributed to the identification of Brazilian pregnant women at a higher risk of cervical ?25mm, thus proposing screening for those with low BMI, high levels of education, previous abortions, a history of prematurity mainly for those occurring before 28 weeks of gestation, a history of fetuses born weighing less than 2500g and previous cervical surgery. The data corroborate with the idea that population differences should be considered with regard to the prevention of premature birth
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Construção de curvas de distribuição da cérvice de gestantes brasileiras no segundo trimestre de gestação e fatores de risco associados ao colo curto [recurso eletrônico] = Construction of the cervix distribution curves of Brazilian pregnant women in the second trimester of pregnancy and risk factors associated with the short cervix
Kaline Gomes Ferrari Marquart
Construção de curvas de distribuição da cérvice de gestantes brasileiras no segundo trimestre de gestação e fatores de risco associados ao colo curto [recurso eletrônico] = Construction of the cervix distribution curves of Brazilian pregnant women in the second trimester of pregnancy and risk factors associated with the short cervix
Kaline Gomes Ferrari Marquart