Avaliação da estenose vaginal e dos músculos do assoalho pélvico de mulheres com câncer do colo ou endométrio pós-radioterapia pélvica [recurso eletrônico] : estudo transversal
Thaís de Morais Siqueira
DISSERTAÇÃO
Multilíngua
T/UNICAMP Si75a
[Assessment of vaginal stenosis and pelvic floor muscles of women with cervical or endometrial cancer after pelvic radiotherapy]
Campinas, SP : [s.n.], 2020.
1 recurso online (146 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Luiz Gustavo Oliveira Brito, Sophie Françoise Mauricette Derchain
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero (CC) e o câncer de endométrio (CE) são neoplasias ginecológicas malignas muito frequentes no mundo. A radioterapia (RT) pélvica é uma das opções de tratamento com o risco de complicações, como a estenose vaginal (EV) e alterações na função dos músculos...
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Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero (CC) e o câncer de endométrio (CE) são neoplasias ginecológicas malignas muito frequentes no mundo. A radioterapia (RT) pélvica é uma das opções de tratamento com o risco de complicações, como a estenose vaginal (EV) e alterações na função dos músculos do assoalho pélvico (MAP). A EV, definida como estreitamento e/ou encurtamento do canal vaginal, e as alterações nos MAP podem levar à disfunção sexual, que geram prejuízo na qualidade de vida (QV) dessas mulheres. OBJETIVOS: Avaliar a prevalência da EV, medidas vaginais, risco para disfunção sexual, QV e a função dos MAP de mulheres com CC ou CE submetidas à RT pélvica com ou sem cirurgia prévia. METODOLOGIA: Estudo de corte transversal. Após anamnese e revisão do prontuário foi aplicado o questionário Common Terminology Criteria for Adverse Events version 5.0 (CTCAE v5.0) para graduação da EV, Índice da Função Sexual Feminina (FSFI) para avaliar a disfunção sexual e a versão abreviada do questionário da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-BREF) para avaliar a QV. A seguir foi realizado exame ginecológico para avaliação da força dos MAP, graduada pela Escala de Oxford Modificada, e do comprimento e diâmetro do canal vaginal, mensurados através de um cilindro de acrílico. Por último foi realizado ultrassom translabial quadri-dimensional (USTL 4D) para avaliação dos MAP por imagem. Os dados foram analisados utilizando os testes Qui-Quadrado, exato de Fisher, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, o software SAS System for Windows (Statistical Analysis System, versão 9.4) e foi adotado um nível de significância de 5%. RESULTADOS: Os resultados foram apresentados na forma de dois artigos; o primeiro incluiu 130 e o segundo 64 mulheres com CC ou CE. No primeiro estudo, a EV foi reportada por 79% das pacientes com CC (16% grau 1, 39% grau 2 e 23% grau 3) e por 67% daquelas com CE (26% grau 1, 29% grau 2 e 11% grau 3). O comprimento vaginal não apresentou diferença entre os grupos (p=0.072), mas o diâmetro vaginal mostrou-se significativamente maior nas mulheres com CE (p=0.047). A disfunção sexual esteve presente na maioria da população, tanto para CC quanto para CE (88% vs 91%; p=0.598). Na QV não houve diferença em todos os domínios do WHOQOL-BREF entre os grupos (Físico: 57.6±18.6 vs 58.8±20.1; Psicológico: 62.3±13.5 vs 63.6±14.8; Relações sociais: 64.4±16.1 vs 65.3±17.1; Meio ambiente: 57.2±10.7 vs 57.4±13.2). No segundo estudo, quando avaliadas pela palpação digital, não foi encontrada diferença significativa na força dos MAP entre mulheres com CC e CE (p=0.747). Mas quando avaliadas pelo USTL 4D, as mulheres com CC apresentaram maior espessamento da porção inferior esquerda (p=0.039) e direita (p=0.014) do músculo puborretal durante a contração dos MAP. Mulheres que terminaram a RT há menos de 60 meses, apresentaram maior espessamento da porção superior esquerda (p=0.029) e direita (p=0.013) do músculo puborretal durante a contração muscular; aquelas com estádio 1 do câncer apresentaram maior estreitamento da distância entre a sínfise púbica e o levantador do ânus (p=0.028) e aquelas com menor tempo de menopausa apresentaram maior espessamento da porção superior esquerda (p=0.007) e direita (p=0.002) do músculo puborretal durante a contração muscular, demonstrando melhor função dos MAP do que naquelas que terminaram o tratamento há mais de 60 meses, com o estágio 3 da doença e com maior tempo de menopausa, respectivamente. CONCLUSÃO: A prevalência de EV e o risco para disfunção sexual foi elevado nas mulheres com CC e CE. O comprimento vaginal não mostrou diferença, mas o diâmetro vaginal foi significativamente maior nas mulheres com CE. Na QV não houve diferença entre os grupos. Quando avaliadas pela palpação digital, não houve diferença na força dos MAP entre as mulheres com CC e CE, mas quando avaliadas pelo USTL 4D houve melhor função dos MAP na variável espessura do músculo puborretal nas mulheres com CC, ou seja, o USTL 4D parece ser mais eficaz para avaliar pequenas diferenças na função dos MAP do que a palpação digital
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Abstract: INTRODUCTION: Cervical cancer (CC) and endometrial cancer (EC) are very common gynecological malignancies in the worldwide. Pelvic radiotherapy (RT) is one of the treatment options with risk of complications, such as vaginal stenosis (VS) and changes in pelvic floor muscles (PFM) function....
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Abstract: INTRODUCTION: Cervical cancer (CC) and endometrial cancer (EC) are very common gynecological malignancies in the worldwide. Pelvic radiotherapy (RT) is one of the treatment options with risk of complications, such as vaginal stenosis (VS) and changes in pelvic floor muscles (PFM) function. VS, defined as narrowing and/or shortening of the vaginal canal, and changes in PFM can lead to sexual dysfunction, which impairs in the quality of life (QOL) of these women. OBJECTIVES: Assess the prevalence of VS, vaginal measurements, risk for sexual dysfunction, QOL and PFM function of women with CC or EC submitted to pelvic RT with or without previous surgery. METHODOLOGY: Cross-sectional study. After anamnesis and medical record review, the Common Terminology Criteria for Adverse Events version 5.0 (CTCAE v5.0) questionnaire was applied for VS graduation, the Female Sexual Function Index (FSFI) to assess sexual dysfunction and the shortened version of the World Health Organization (WHOQOL-BREF) questionnaire to assess QOL. Next, a gynecological examination was performed to assess PFM strength, graduated through the Modified Oxford Scale, and vaginal canal length and diameter were measured through an acrylic cylinder. Finally, a four-dimensional translabial ultrasound (4D TLUS) was performed to assess PFM by image. Data were analyzed using the Chi-square, Fisher's exact, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis tests, the SAS System for Windows software (Statistical Analysis System, version 9.4) and a significance level of 5% was adopted. RESULTS: The results were presented in form of two articles; the first included 130 and the second 64 women with CC or EC. In the first study, VS was reported by 79% of CC patients (16% grade 1, 39% grade 2 and 23% grade 3) and by 67% of EC women (26% grade 1, 29% grade 2 and 11% grade 3). Vaginal length did not show difference between groups (p=0.072), but vaginal diameter was significantly higher in EC women (p=0.047). Sexual dysfunction was present in most of the study population, both for CC and EC (88% vs 91%; p=0.598). In QOL there was no difference in all WHOQOL-BREF domains between groups (Physical: 57.6±18.6 vs 58.8±20.1; Psychological: 62.3±13.5 vs 63.6±14.8; Social relationships: 64.4±16.1 vs 65.3±17.1; Environment: 57.2±10.7 vs 57.4±13.2). In the second study, when assessed by digital palpation, no significant difference was found in PFM strength between CC and EC women (p=0.747). However, when assessed by 4D TLUS, CC women presented greater thickening of left (p=0.039) and right (p=0.014) lower portion of puborectalis muscle during PFM contraction. Women who finished RT less than 60 months ago presented higher thickening of left (p=0.029) and right (p=0.013) upper portion of puborectalis muscle during muscle contraction; those with stage 1 of cancer had greater narrowing of the distance between pubic symphysis to levator ani (p=0.028) and those with shorter menopause time presented higher thickening of left (p=0.007) and right (p=0.002) upper portion of puborectalis muscle during muscle contraction, demonstrating better PFM function than in those who finished the treatment more than 60 months ago, with stage 3 of the disease and with longer menopause time, respectively. CONCLUSION: The prevalence of VS and the risk for sexual dysfunction were high in CC and EC women. Vaginal length did not show difference, but vaginal diameter was significantly higher in EC women. In QOL there was no difference between groups. When assessed by digital palpation, there was no difference in PFM strength between women with CC and EC, but when assessed by 4D TLUS, there was a better PFM function in the variable thickness of puborectalis muscle in CC women, that is, 4D TLUS seems to be more effective in assessing smaller differences in PFM function than digital palpation
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Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Brito, Luiz Gustavo Oliveira, 1980-
Orientador
Derchain, Sophie Françoise Mauricette, 1959-
Coorientador
Sarian, Luís Otávio Zanatta, 1974-
Avaliador
Ferreira, Cristine Homsi Jorge
Avaliador
Avaliação da estenose vaginal e dos músculos do assoalho pélvico de mulheres com câncer do colo ou endométrio pós-radioterapia pélvica [recurso eletrônico] : estudo transversal
Thaís de Morais Siqueira
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