Resumo: Esta pesquisa de mestrado tem como objetivo analisar como os marcadores sociais da diferença - gênero, raça, classe social e idade - se articulam no processo de produção das culturas infantis de uma turma de crianças pequenininhas de 1 a 2 anos de idade, de Educação Infantil do litoral norte paulista (Ilhabela - SP). Apoiada nos pressupostos da Sociologia da Infância, da Pedagogia da Infância e de uma perspectiva pós-colonial, a etnografia realizada com as crianças, com a professora e com as Auxiliares da Primeira Infância (API) no ambiente da creche, utilizou a interseccionalidade como ferramenta teórico-metodológica de pesquisa, possibilitando uma análise reflexiva dos procedimentos metodológicos utilizados como o Diário de Campo, construído a partir da observação em campo antes da pandemia do Coronavírus, a continuação da pesquisa de forma remota e uma entrevista on-line com a professora. Nesta perspectiva, considerando as relações de gênero, raça, classe social e idade, foi possível analisar como as crianças pequenininhas se relacionam entre elas, com os espaços, materiais e tempos da creche, com as pessoas adultas e como a relação entre estas impacta na produção das culturas infantis. Essa relação entre os corpos despertou indagações referentes a ética na pesquisa com crianças pequenininhas, sobre o planejamento pedagógico realizado pelas pessoas adultas e sobre questões mais amplas considerando o contexto da cidade, do bairro, das famílias, da estrutura educacional municipal como um todo, refletindo sobre as identidades e elementos das culturas caiçaras. Essas análises apontam para a necessidade da construção coletiva de um projeto político pedagógico que contemple as especificidades das crianças pequenininhas, apontando também para um trabalho intersetorial que tenha a qualidade na Educação Infantil como pauta. A pandemia que interrompeu o trabalho de campo em março de 2020 trouxe novos horizontes para o estudo, as questões que já se colocavam nestes contextos se tornaram mais urgentes, demonstrando a importância de pensar a educação sob uma perspectiva pós-colonial e interseccional Ver menos

Abstract: This master's research aims to analyze how the social markers of difference - gender, race, social class and age - are articulated in the production process of peer cultures of a group of tiny young children from 1 to 2 years old, from Early Childhood Education in the north coast of São Paulo (Ilhabela - SP). Based on the studies of the Sociology of Childhood, Childhood Pedagogy and a post-colonial perspective, the ethnography carried out with the children, the teacher and the "Auxiliares da Primeira Infância" - API (Early Childhood Educator Assistants - ECEA) in the public Early Childhood Education and Care (ECEC) environment, used intersectionality as a tool theoretical-methodological research, enabling a reflective analysis of the methodological procedures used such as the Field Notes, built from field observation before the Coronavirus pandemic, the continuation of the research remotely and an online interview with the teacher. In this perspective, considering the relations of gender, race, social class and age, it was possible to analyze how tiny young children relate to each other, with the spaces, materials and times of the public ECEC, with adults and how the relationship between them impacts on the production of peer cultures. This relationship between the bodies raised questions regarding ethics in research with tiny young children, about the pedagogical planning carried out by adults and about broader issues considering the context of the city, the neighborhood, families, the municipal educational structure as a whole, reflecting on the identitys and elements of the caiçaras cultures. These analyzes point to the need for the collective construction of a pedagogical political project that addresses the specificities of tiny young children, also pointing to an intersectoral work that has quality in Early Childhood Education as its agenda. The pandemic that interrupted fieldwork in March 2020 brought new horizons to the study, the issues that were already posed in these contexts became more urgent, demonstrating the importance of thinking about education from a post-colonial and intersectional perspective Ver menos