Avaliação da superfície ocular, mediadores e mecanismos fisiopatológicos relacionados ao pterígio [recurso eletrônico]
Ana Cláudia Viana Wanzeler
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP W189a
[Evaluation of the ocular surface, mediators and pathophysiological mechanisms related to the pterygium]
Campinas, SP : [s.n.], 2021.
1 recurso online (104 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Mônica de Cássia Alves de Paula
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: O pterígio é uma proliferação fibrovascular da superfície ocular que pode causar uma ampla gama de sintomas irritativos e visuais. Objetivos: (1) quantificar os sintomas associados ao pterígio; (2) avaliar de forma objetiva os parâmetros da superfície ocular; (3) investigar potenciais...
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Resumo: O pterígio é uma proliferação fibrovascular da superfície ocular que pode causar uma ampla gama de sintomas irritativos e visuais. Objetivos: (1) quantificar os sintomas associados ao pterígio; (2) avaliar de forma objetiva os parâmetros da superfície ocular; (3) investigar potenciais mediadores na lágrima (4) e no tecido do pterígio. Métodos: Foram incluídos, neste estudo, 60 pacientes com pterígio e 37 controles. Foram avaliados: (1) sintomas (irritação, hiperemia, lacrimejamento, visão turva e estética) e apresentação clínica; (2) parâmetros objetivos da superfície ocular: hiperemia conjuntival (HC), tempo não-invasivo de ruptura do filme lacrimal (NITBUT), meniscometria, meibografia e topografia de córnea; (3) estudos de proteômica em amostras de lágrimas (4) estudo de potenciais mediadores no tecido do pterígio (IL-6, IL-10, TNF-'alfa', IP10, EGF e VEGF) e imunofluoresce?ncia por microscopia confocal (Fibronectina, Laminina, CD45, CD31). Foi realizada investigação de biomarcadores nas amostras de lágrima e de pterígio coletadas durante procedimento cirúrgico e armazenadas no Biobanco de Tecidos Oculares da disciplina de Oftalmologia da Unicamp. Resultados: A média de idade, nos pacientes com pterígio, foi de 53,69 ± 11,29 anos (26-75), sendo, 46% homens e 54% mulheres. A classificação do pterígio em relação à progressão tecidual em relação ao eixo visual foi: 1,9% como grau 1; 59,5% de grau 2; 32,7% de grau 3; e 5,8% de Grau 4. Além disso, 15,4% eram atróficos e 84,6% tinham aspecto clínico carnoso, 94,3% apresentavam localização nasal, 1,9 % temporal e 3,8% nasal e temporal simultaneamente; 96,1% eram primários e 3,8% recidivados. A indução do astigmatismo corneano foi de 2,65 D ± 2,52 (0,4-11,8 D). Nos parâmetros da superfície ocular, em comparação com os controles, foi observado: hiperemia conjuntival (controle 1,55 ± 0,39 / pterígio 2,14 ± 0,69), altura do menisco lacrimal (controle 0,24 ± 0,05mm / pterígio 0,36mm ± 0,14), meiboscore da pálpebra superior (controle 0,53± 0,62 / pterígio 0,98 ± 0,75) e meiboscore da pálpebra inferior (controle 0,29 ± 0,64/ 1,38 ± 0,95). Além disso, 88% dos pacientes apresentavam alterações estruturais meibográficas, com relevante associação da perda das glândulas meibomianas na topografia do pterígio, encontrada em 54% das pálpebras superiores e 77% nas pálpebras inferiores. O perfil de citocinas no tecido do pterígio revelou ampla variação de concentrações e não houve correlação significativa entre mediadores e parâmetros clínicos. Estudos de microscopia confocal mostraram expressão positiva de CD31 em vasos e células epiteliais com maior intensidade em pterígio recidivado e inflamado. Houve expressão equivalente de laminina na membrana basal e vasos, fibronectina intensa no tecido da matriz extracelular e ausência de expressão positiva de CD45 em amostras atróficas, inflamadas ou recorrentes. Conclusão: O presente estudo mostra que o pterígio tem relevante impacto nas estruturas da superfície ocular, induzindo principalmente alterações no padrão das glândulas meibomianas. Os marcadores de angiogênese, avaliados neste estudo, foram identificados nos vasos e epitélio com mais intensidade nos pterígios carnosos e nos recidivados. Já os mediadores inflamatórios não mostraram envolvimento consistente na patogênese do pterígio, sugerindo que a inflamação, talvez, não seja o principal mecanismo presente no desenvolvimento dessa lesão
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Abstract: The pterygium is a fibrovascular proliferation on the ocular surface which can be a wide range of irritative and visual symptoms. Objectives: (1) Quantify pterygium-related symptoms; (2) Evaluate objectively the ocular surface parameters; (3) Investigate potential mediators in tears and...
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Abstract: The pterygium is a fibrovascular proliferation on the ocular surface which can be a wide range of irritative and visual symptoms. Objectives: (1) Quantify pterygium-related symptoms; (2) Evaluate objectively the ocular surface parameters; (3) Investigate potential mediators in tears and (4) pterygium tissue. Methods: A total of 60 pterygium patients and 37 healthy volunteers participated in this study. Each patient was evaluated for (1) pterygium-related symptoms (irritation, hyperemia, tearing, blurred vision and aesthetics) and clinical presentation; (2) objective ocular surface parameters acquired by analyzing conjunctival hyperemia (HC), noninvasive tear break-up time (NITBUT), meniscometry, meibography and corneal topography; (3) proteomic studies in tear samples (4) potential disease mediators in the pterygium tissue (IL-6, IL-10, TNF-'alfa', IP10, EGF and VEGF) and confocal microscopy immunofluorescence (Fibronectin, Laminin, CD45, CD31). Tear and pterygium tissue samples collected during the surgical procedure were stored at the Ocular Tissue Biobank in the Department of Ophthalmology at Unicamp. Results: The study participants had an average age of 53.69 ± 11.29 years (26-75). The sample was made up of 46% men and 54% women. The classification of the pterygium was performed according to tissue progression towards the visual axis. We found that 1.9% of the sample was considered Grade 1, 59.5% Grade 2, 32.7% Grade 3, and 5.8% Grade 4. Additionally, 15.4% of the samples were atrophic, and 84.6% had a fleshy clinical appearance, 94.3% had nasal location, 1.9% temporal and 3.8% nasal and temporal simultaneously; 96.1% were primary and 3.8% relapsed. On average, the induction of corneal astigmatism was 2.65 D± 2.52 (0.4-11.8 D). In the ocular surface parameters, in comparison with the controls, it was observed: conjunctival hyperemia (control 1.55 ± 0.39/ pterygium 2.14 ± 0.69), height of the lacrimal meniscus (control 0.24 ± 0.05mm/ pterygium 0.36mm ± 0.14), upper eyelid meiboscore (control 0.53 ± 0.62/ pterygium 0.98 ± 0.75) and lower eyelid meiboscore (control 0.29 ± 0.64/ 1.38 ± 0.95).The pterygium topography results showed that 88% of the patients presented meibography changes with significantly associated meibomian glands. This result was observed in 54% of the upper eyelids and 77% of the lower eyelids. The tissue and tear cytokine profiles exhibited a wide variation in concentrations, but we failed to detect a significant correlation between mediators and clinical parameters. Confocal microscopy studies showed positive expression of CD31 with great intensity in vessels and epithelial cells of inflamed and recurrent pterygium. There was equivalent laminin expression in the basement membrane and vessels, intense fibronectin expression in the tissue extracellular matrix and lack of positive CD45 expression in atrophic, inflamed, or recurrent samples. Conclusion: The present study revealed that pterygiums impact ocular surface structures, inducing changes in the meibomian glands' pattern. Angiogenesis markers were present in greater intensity in the vessels and epithelium of fleshy pterygium and relapsed samples. On the other hand, our data indicated that inflammatory mediators did not show consistent disease pathogenesis involvement. Thus, suggesting that inflammation does not play a significant role in pterygium development
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Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Alves, Mônica, 1974-
Orientador
Arieta, Carlos Eduardo Leite, 1956-
Avaliador
Schellini, Silvana Artioli
Avaliador
Rocha, Eduardo Melani
Avaliador
Avaliação da superfície ocular, mediadores e mecanismos fisiopatológicos relacionados ao pterígio [recurso eletrônico]
Ana Cláudia Viana Wanzeler
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