Resumo: As cefaleias são classificadas em primárias e secundárias. Cefaleias primárias ocorrem sem doenças subjacentes e dividem-se em enxaquecas, dores de cabeça e dores de origem tensional. Para obter sucesso no tratamento das cefaleias primárias com toxina botulínica do tipo A (TXB-A) é fundamental conhecer detalhes anatômicos do músculo temporal (MT) e das estruturas adjacentes a ele. Esse projeto visou propor diretrizes anatômicas para distinguir a posição do ventre muscular do MT, de seu tendão e de vasos sanguíneos e nervos, proporcionando maior segurança e eficácia para aplicação da TXB-A em uma amostra brasileira. Foram analisadas 20 hemifaces do MT pertencentes a FOP-UNICAMP seguindo dois métodos diferentes: obtenção de medidas morfométricas do MT e do seu tendão com auxílio de um paquímetro digital e confecção de uma estrutura de quadrantes em um filme plástico transparente, o que permitiu observar a distribuição do tendão temporal e de vasos e nervos na região. Os resultados demonstraram que o tendão temporal está localizado acima do arco zigomático e possui forma retangular. O Método I avaliou a extensão horizontal do tendão temporal e permitiu sua classificação em três tipos: Tipo I (35,29%), tipo II (58,82%) e tipo III (5,88%). As distâncias verticais entre a linha horizontal LH e o tendão temporal ao longo das linhas de referência foram L0: 30.9 ± 5.5 mm, L1: 48.5 ± 3.8mm, L2: 39.2 ± 7.8mm, L3: 44.9 ± 11.6 mm, e L4: 34.2 ± 2.3mm. Segundo o Método II, o tendão temporal estava disposto nos quadrantes Pl, Ml e Al. As fibras tendíneas do MT estavam dispostas na maioria dos casos no compartimento Al (63,4%). Nenhuma porção tendínea alcançou os quadrantes Au e Pu e somente algumas fibras posteriores ocuparam o compartimento Pl, cuja mensuração ficou comprometida pela presença da orelha externa. Em todos os casos analisados, a artéria temporal superficial teve seu ponto de bifurcação no compartimento Mm. A veia temporal média teve seu trajeto majoritariamente horizontal ou levemente inclinado para cima em sua extremidade, no limite superior dos quadrantes Al e Ml. Ambas as metodologias forneceram diretrizes anatômicas capazes de garantir segurança e eficácia para a injeção de TXB-A no MT em uma amostra brasileira Ver menos

Abstract: Headaches are classified into primary and secondary. Primary headaches occur without underlying diseases and are divided into migraines, headaches, and tension-type headaches. To be successful in the treatment of primary headache disorders with botulinum toxin type A (BTX-A), it is essential to know anatomical details of the temporalis muscle (TM) and the structures adjacent to it. This project aimed to propose anatomical guidelines to distinguish the position of the belly of the TM, its tendon and blood vessels and nerves, providing greater safety and efficacy for the application of BTX-A in a Brazilian sample. Twenty sides of TM belonging to FOP-UNICAMP were analyzed using two different methods: by obtaining morphometric measurements of the TM and its tendon with the aid of a digital caliper and by making a structure of quadrants in a transparent plastic film, which allowed observing the distribution of the temporalis tendon and vessels and nerves in the region. The results showed that the temporalis tendon is located above the zygomatic arch and has a rectangular shape. Method I evaluated the horizontal extension of the temporalis tendon and allowed its classification into three types: Type I (35.29%), type II (58.82%) and type III (5.88%). The vertical distances between the horizontal LH line and the temporalis tendon along the reference lines were L0: 30.9 ± 5.5 mm, L1: 48.5 ± 3.8mm, L2: 39.2 ± 7.8mm, L3: 44.9 ± 11.6 mm, and L4: 34.2 ± 2.3mm. According to Method II, the temporalis tendon was arranged in the quadrants Pl, Ml and Al. The tendon fibers of the TM were arranged in most cases in the Al compartment (63.4%). No tendon portion reached the Au and Pu quadrants and only a few posterior fibers occupied the Pl compartment, whose measurement was compromised by the presence of the outer ear. In all cases analyzed, the superficial temporal artery had its bifurcation point in the Mm compartment. The middle temporal vein had its course mostly horizontal or slightly tilted upwards at its end, at the upper limit of the Al and Ml quadrants. Both methodologies provided anatomical guidelines capable of ensuring safety and efficacy for the injection of BTX-A into the TM in a Brazilian sample Ver menos