Utopia and pessimism in Plato's Republic [recurso eletrônico] = Utopia e pessimismo na República de Platão
Natalia Costa Rugnitz
TESE
Inglês
T/UNICAMP R848u
[Utopia e pessimismo na República de Platão]
Campinas, SP : [s.n.], 2021.
1 recurso online ( 119 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Lucas Angioni
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Resumo: Este trabalho se insere na polêmica a respeito do caráter utópico da República de Platão. A tese é que só é legítimo considerar a República a utopia fundadora da literatura ocidental, se a obra for considerada, ao mesmo tempo, a primeira crítica da utopia da literatura ocidental. Diremos que...
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Resumo: Este trabalho se insere na polêmica a respeito do caráter utópico da República de Platão. A tese é que só é legítimo considerar a República a utopia fundadora da literatura ocidental, se a obra for considerada, ao mesmo tempo, a primeira crítica da utopia da literatura ocidental. Diremos que os diversos paradigmas ali expostos são contestados por gestos dramáticos e teorias filosóficas abertamente pessimistas, e que este é o cerne da crítica em questão. No primeiro capítulo, nos concentraremos no gesto dramático em que a zombaria e o ridículo são utilizados como meios para impedir certas posições ingênuas e otimistas de Sócrates em relação à motivação humana. Veremos aqui um pessimismo implícito. No segundo capítulo, observaremos como Sócrates, ao mesmo tempo que constrói os diversos paradigmas, desenvolve, paralelamente, teorias propriamente filosóficas de conteúdo pessimista denso e explícito. Tentaremos extrair esse conteúdo colocando especial ênfase na teoria da alma tripartida e na alegoria da caverna, com o intuito de mostrar como nelas se desdobra uma visão (i) da interioridade humana em que o conflito interno entre as partes da alma é inevitável e, conseqüentemente, o estado psíquico ótimo, inatingível e (ii) do conhecimento, no qual a compreensão e comunicação da ideia do Bem escapa à inteligência humana, mesmo para as almas mais bem dotadas e educadas. Diremos que, por esses motivos, o ideal do filósofo, isto é, o ideal do dlmínio de si com base na razão esclarecida, é de consecução duvidosa e improvável, tornando assim duvidosa e improvável a figura do rei-filósofo e, portanto, também da Kallipolis sob sua regência. No terceiro capítulo, nos concentraremos no fenômeno do pessimismo, procurando expor suas raízes e percorrer a literatura secundária que o situa em relação ao pensamento platônico, em especial o da República. Concluiremos que, longe de constituir um paradoxo ou uma contradição, a República, neste contexto específico, apresenta-se como um exercício sem pretensões conclusivas mas intencionalmente aberto, cuja mensagem reside antes em uma recomendação metodológica relativa à procura da melhor vida possível—mas não em uma norma definitiva ou uma proposta igualmente consolidada para o seu empreendimento. Platão embarca na construção do ideal, mas convida simultaneamente a uma crítica desse ideal a partir da consideração exaustiva e filosófica das condições da experiência, apresentadas em toda a sua adversidade, bem como a uma ação positiva sobre tal experiência em direção ao ideal, não no sentido da sua realização final e absoluta, que se assume, no interior da própria obra e nas antípodas dos escritos utópicos tradicionais, impossível e até indesejável, mas em um sentido vinculado à resiliência, centrado na redução de danos e orientado a um progresso limitado, embora possível
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Abstract: This work addresses the controversial issue of the utopian nature of Plato's Republic. My thesis is that it is legitimate to consider the Republic as the founding utopia in the history of Western literature only if it is considered, at the same time, as the first critique of utopia in...
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Abstract: This work addresses the controversial issue of the utopian nature of Plato's Republic. My thesis is that it is legitimate to consider the Republic as the founding utopia in the history of Western literature only if it is considered, at the same time, as the first critique of utopia in Western literature. I suggest that the Republic's several paradigms are counteracted by pessimistic dramatic gestures and philosophical theories, and that this is the core of the criticism at stake. In the first chapter I concentrate on the dramatic use of mockery and ridicule as strategies to stop and refrain certain naive and optimistic positions advanced or insinuated by Socrates concerning human motivation. We will see, here, an implicit pessimism. In the second chapter I observe how Socrates, while constructing positions of a more refined optimism, expounds—in parallel way— properly philosophical theories with a dense and explicit pessimistic content. I try to highlight this content with special emphasis on the Theory of the tripartite soul and the Allegory of the cave, in order to show two main points. First, the Theory of the tripartite soul suggests a vision of human interiority in which the internal conflict between the parts of the soul is inevitable and, consequently, the optimal psychic state is unattainable. Second, the Allegory of the cave suggests a vision of human reason in which the knowledge and communication of the idea of the Good escapes human intelligence, even for the best endowed and educated souls. I suggest that, for these reasons, the ideal of the philosopher, i.e., the ideal of self-control based on reason, is of doubtful and improbable attainment, and, consequently, the same applies both to the ideal of the philosopher-king and to the Kallipolis under his regency. In the third chapter, I concentrate on the phenomenon of pessimism, trying to expound its philosophical roots with attention to the secondary literature that examines it in the broader context of Plato’s thought, especially the Republic. I conclude that, far from constituting a paradox or a contradiction, the Republic is, in this specific context, an exercise in no way conclusive, but intentionally open. Its main message lies rather in a methodological recommendation relative to the search for a better life than in a definitive prescription or an equally consolidated path for its realization. Plato embarks on the construction of the ideal, but invites the reader to perform a serious critique of that very ideal based on an exhaustive and philosophical consideration of the limitations of experience, presented in all their adversity. Plato also invites the reader to engage in a positive action in relation to the ideal, not in the sense of its final and absolute realization—which is assumed, within the work itself and in the antipodes of traditional utopian writing, impossible and even undesirable—, but in a sense linked to resilience, focused on minimizing harm and heading towards a limited, but still possible progress
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Angioni, Lucas, 1973-
Orientador
Zuppolini, Breno Andrade, 1989-
Avaliador
Araújo, Carolina de Melo Bomfim
Avaliador
Muniz, Fernando Décio Porto
Avaliador
Zanuzzi, Inara, 1971-
Avaliador
Utopia and pessimism in Plato's Republic [recurso eletrônico] = Utopia e pessimismo na República de Platão
Natalia Costa Rugnitz
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