Resumo: Objetivos: analisar o perfil dos pacientes vítimas de trauma hepatoesplênico em um Hospital Universitário Terciário em 25 anos. Métodos: Estudo retrospectivo, foram coletados e analisados em base de dados, de pacientes vítimas de lesão hepática e esplênica associadas, admitidos entre 1990 a 2015. As variáveis analisadas foram: gênero, idade, localização da lesão, lesões associadas, pressão arterial sistólica (PAS), Escore de Trauma Revisado (Revised Trauma Score - RTS), Escore de Gravidade da Lesão (Injury Severity Score - ISS), Escore de Severidade da Lesão no Trauma (Trauma Injury Severity Score - TRISS), tratamento instituído, complicações e tempo de permanência hospitalar em um centro de referência para trauma. Resultados: Entre os 206 pacientes que foram vítimas de trauma hepático e esplênico associados, 181 (87,86%) eram homens, média de idade de 24,5 anos (± 12,09). Mecanismo contuso foi predominante e responsável por 39,32% (n = 81) ¿ acidentes com veículos automotores 27,1% (n = 56) e atropelamentos 10,67% (n = 22). Foram submetidos à Tratamento Não Operatório (TNO) 25 pacientes (12,14%), com apenas um caso de óbito neste grupo. A lesão esplênica mais frequente foi Grau II (58 pacientes, 30,85%) e hepática Grau I (92 pacientes, 32,9%) de acordo com a classificação da Associação Americana para Cirurgia do Trauma (AAST ¿ OIS). A média do ISS foi de 20,0 (± 12,48), TRISS 0,99 (± 0,28), e RTS 7,84 (± 1,72). Necessidade de transfusão (125 pacientes, 60,67%) e hemoderivavos (PFC 4 ± 3,87) foram descritos, assim como as principais complicações abdominais ressangramento e abscessos. Já as principais causas de mortalidade foram: Traumatismo crânio encefálico (TCE), choque hipovolêmico e séptico, falência pulmonar e cardíaca; e embolia pulmonar. A taxa de mortalidade global foi de 22,33% e a falha do Tratamento não-operatório (TNO) foi de 43%. Conclusão: Homem jovem, vítima de trauma contuso com lesões hepato-esplênicas de baixo grau compõem o grupo de estudo. Escores de trauma, traumatismo crânio encefálico, choque hipovolêmico e grau de lesões combinadas demonstraram impacto na sobrevida no trauma hepatoesplênico. A taxa de mortalidade notoriamente reduziu nas últimas duas décadas com a implementação do TNO e manejo desses paciente em ambiente de terapia intensiva. Ver menos

Abstract: Objectives: To analyze the profile of patients suffering from hepatic and splenic trauma in a Tertiary University Hospital in 25 years. Methods: Data from patients with associated hepatic and splenic lesions admitted between 1990 and 2015 were collected and analyzed in a retrospective study. The variables analyzed were: gender, age, location of injury, associated lesions, systolic blood pressure (SBP), Revised Trauma Score (RTS), Injury Severity Score (ISS), Trauma Injury Severity Score (TRISS), treatment instituted, complications and length of stay in a referral center for trauma. Results: Among 206 patients who were victims of associated hepatic and splenic trauma, 181 (87,86%) were men, average age was 24.5 years (± 12,09). Blunt mechanism was predominant and responsible for 39,32% (n = 81) - accidents with motor vehicles 27,1% (n = 56) and trampling 10,67% (n = 22). Twenty-five patients (12,14%), were submitted to Non-Operative Treatment (TNO) with only one case of death in this group. The most frequent splenic lesion was Grade II (58 patients, 30,85%) and Grade I hepatic (92 patients, 32,9%) according to the American Association for Trauma Surgery (AAST - OIS) classification. The mean ISS was 20.0 (± 12,48), TRISS 0.99 (± 0,28), and RTS 6.91 (± 0,93). Need for transfusion (125 patients, 60,67%) and blood components (PFC 4 ± 3.87) were described, as well as the main abdominal complications of rebleeding and abscesses. The main causes of mortality were: Traumatic Brain Injury (TBI), hypovolemic and septic shock, pulmonary and cardiac failure and pulmonary embolism. The overall mortality rate was 22,33% and Non Operative Treatment (NOT) failure was 43%. Conclusion: Young man, victim of blunt trauma with low-grade hepatic-splenic make up the study group. Trauma scores, traumatic brain injury, hypovolemic shock and degree of combined lesions showed an impact on survival in hepatosplenic trauma. The mortality rate has notably reduced in the last two decades with the implementation of NOT and the management of these patients in an intensive care setting. Ver menos