As margens na literatura : uma analise discursiva de versos marginais
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP C823m
[The margins of literature]
Campinas, SP : [s.n.], 2009.
162 p. : il.
Orientador: Suzy Maria Lagazzi
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem
Resumo: No dicionário, o verbete 'marginal' aponta, em sua materialidade, diferentes possibilidades de o sujeito colocar-se fora da sociedade ou da lei: "Diz-se de pessoa que vive à margem da sociedade ou da lei...". A margem, que delimita o espaço, isola aquilo que está dentro (a sociedade, as...
Resumo: No dicionário, o verbete 'marginal' aponta, em sua materialidade, diferentes possibilidades de o sujeito colocar-se fora da sociedade ou da lei: "Diz-se de pessoa que vive à margem da sociedade ou da lei...". A margem, que delimita o espaço, isola aquilo que está dentro (a sociedade, as leis) e exclui o que está fora (o marginal). Ser marginal, nesse sentido, é estar fora da sociedade e de suas leis. Porém, ao nos confrontarmos com a opacidade dos sentidos ali formulados, deparamo-nos com a conjunção "como" que liga (separando) a multiplicidade dos sentidos da palavra 'marginal' ("diz-se de pessoa que vive à margem da sociedade") com a restrição limitante da conformidade ou da comparação: "como vagabundo, mendigo ou delinquente". A defesa pela legitimidade do uso da nomenclatura "Literatura Marginal" realizada por Ferréz e observada na análise das revistas Caros Amigos/Literatura Marginal sugere outras possibilidades de significação da marginalidade, ou seja, outras formas de o sujeito colocar-se fora da sociedade e de suas leis, as quais NÃO significam, necessariamente, ser "vagabundo", "mendigo" ou "delinquente", o que também é observado na Poesia Marginal da década de 70. Na tentativa de compreender como, pelo poético, a marginalidade é formulada, - passando inclusive, em sua ligação com a literatura, a ser um objeto simbólico pelo qual se luta - apresento, nesta dissertação, a análise das poesias reunidas nas antologias Literatura Marginal: Talentos da escrita periférica (2005), organizada por Ferréz e 26 poetas Hoje (1976), por Heloísa Buarque de Hollanda. Na comparação entre essas duas produções poéticas, marcadas igualmente pela formulação 'marginal', pergunto-me sobre o que nelas se repete, o que produz diferença e por quê. É nesse jogo entre a marginalidade na década de 70 e a marginalidade na atualidade que outras possibilidades de significação 'marginal' aparecem, indicando, assim, - para além dos sentidos de "vagabundo", "mendigo" ou "delinquente" - a resistência dos
sujeitos na/pela poesia da língua.
Abstract: In the Portuguese dictionary, the entry "marginal" ("outcast") indicates, in its definition, different manners of placing a person outside society or the law. "It is said of a person who lives on the margins of society or the law...". The margin, which defines the space, isolates that...
Abstract: In the Portuguese dictionary, the entry "marginal" ("outcast") indicates, in its definition, different manners of placing a person outside society or the law. "It is said of a person who lives on the margins of society or the law...". The margin, which defines the space, isolates that which is inside (society, the laws) and excludes that which is outside ("o marginal" or the outcast). To be "marginal", in this sense, is to be outside society and its laws. However, when facing the opacity of the meanings formulated in the dictionary we find the conjunctions "like" or "as" which connects (separating) the multiplicity of the meanings of the word "marginal" ("it is said of person who lives on the margins of society") with the limiting restriction of conformity or of comparison: "like a vagabond, beggar or delinquent". The defense of legitimacy in the use of the designation "Literatura Marginal" carried out by Ferréz and observed in the analysis of the periodicals Caros Amigos/Literatura Marginal suggests other meanings for marginality, that is, other forms to be outside society and its laws, which DO NOT mean necessarily, to be a "vagabond", "beggar" or "delinquent", which is also observed in the "Poesia Marginal" of the 70s. Trying to understand how, through the poetic meaning, the marginality is formulated, - becoming even, in its connection to literature, a symbolic object fought for - the analysis of the poems collected from the anthologies Literatura Marginal: Talentos da escrita periférica (2005) (Marginal Literature: Talents of the peripheral writing), organized by Ferréz and 26 poetas Hoje (1976) (26 Poets Today), by Heloísa Buarque de Hollanda. In the comparison between these two poetic productions, marked equally by the designation of "marginal", we ask about what is repeated in them, what produces a difference and why. It is in this game between the marginality of the 70s and the current marginality that other possibilities of "marginal" meaning appear, indicating thus - beyond the senses of "vagabond", "beggar" or "delinquent" - the resistance of the subjects in / for the poetry of the language.
As margens na literatura : uma analise discursiva de versos marginais
As margens na literatura : uma analise discursiva de versos marginais
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