Resumo: A presente pesquisa-ação, fundamentada na teoria construtivista, tem como objetivo geral elaborar e implantar um projeto educativo que visa uma interação mais harmoniosa dos estudantes considerados "difíceis" com os professores, com os pares e com a escola, envolvendo ações coordenadas e sistematizadas principalmente com esses alunos, com a classe e com os docentes. A pesquisa foi desenvolvida com professores e estudantes de uma classe, do 9º ano do Ensino Fundamental, de uma escola particular do município de São Paulo, escolhida a partir da constatação de um trabalho consolidado com a convivência na escola. A escolha dessa classe foi decorrente de ter três alunos considerados "difíceis" pelos professores e gestores e a partir das observações realizadas nessa turma. Apesar de terem comportamentos distintos, em geral, apresentavam atitudes impulsivas e desafiadoras, além do não cumprimento de regras. O processo de intervenção consistiu em duas frentes diferentes, formações quinzenais com os professores dessa classe e 16 aulas ministradas semanalmente pela pesquisadora para essa turma trabalhando atividades promotoras de reflexão acerca da comunicação e do impacto dessa para as relações, bem como, discussões envolvendo estratégias para resolução de conflitos. Nessas aulas, houve também uma atuação intencional com esses três alunos. Os dados foram coletados por meio de sessões de observação; entrevistas com gestores, professores e pais; registros das interações com a classe a partir das propostas desenvolvidas e das intervenções feitas com os alunos "difíceis"; registros dos encontros de formação dos professores e questionário aplicado com os professores. Os dados foram analisados qualitativamente e apresentados de três formas: estudos de casos dos estudantes "difíceis", percepção dos professores e dos estudantes da classe sobre o projeto. Os resultados indicaram melhora nas relações entre os professores e esses alunos, assim como entre eles e os pares. Eles manifestavam suas ideias e opiniões de forma mais empática e assertiva e demonstravam lidar melhor com opiniões diferentes. Houve também a percepção pelos próprios estudantes "difíceis" de avançarem na qualidade da comunicação com a família e com os colegas Ver menos

Abstract: This action-research, based on the constructivist theory, has the general objective to design and implement an educational project that aims a more harmonious interaction of "defiant" students with teachers, peers, and school, involving coordinated and systematized actions mainly with these students, the class, and teachers. The research was developed with teachers and students from a 9th grade class of Elementary School, in a private school located in São Paulo, chosen from the observation of a consolidated work with the coexistence in the school. The choice of this class was due to having three students considered defiant by teachers and managers, based on observations made in this class. Even having distinct behavior, generally, they presented impulsive and defiant attitudes, as well as non-compliance with rules. The intervention process consisted of two different fronts, biweekly trainings with the teachers of this class and 16 weekly classes ministered by the researcher for this class working on activities that promote reflection about communication and its impact on relationships, as well as discussions involving conflict resolution strategies. In these classes, there was also an intentional action with these three students. Data were collected through observation sessions; interviews with managers, teachers and parents; records of the interaction with the class based on the developed proposals and the interventions made with the "defiant" students; records of teacher training meetings and questionnaire applied to teachers. Data were qualitatively analyzed and presented in three ways: case studies of "defiant" students, teachers and students' perceptions of the project. The results indicated an improvement in the relationship between teachers and these students, as well as between them and their peers. They expressed their ideas and opinions in a more empathetic and assertive way and demonstrated a better way to deal with different opinions. There was also the perception by "defiant" students themselves of making progress in the quality of communication with family and peers Ver menos