Orientador: Arlete Moysés Rodrigues

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Resumo: Esta pesquisa insere-se no campo dos estudos urbanos, tanto entre os debates que indagam sobre as formas de crescimento e expansão das cidades, quanto entre aqueles que focam nos processos de segregação e diferenciação socioespacial, e se debruçam sobre as formas como os diferentes grupos e...

Resumo: Esta pesquisa insere-se no campo dos estudos urbanos, tanto entre os debates que indagam sobre as formas de crescimento e expansão das cidades, quanto entre aqueles que focam nos processos de segregação e diferenciação socioespacial, e se debruçam sobre as formas como os diferentes grupos e atores sociais configuram o espaço urbano - e social - em que vivem. Neste quadro, esta dissertação apresenta os processos de transformação do oeste periurbano de La Plata, em um contexto onde múltiplas formas de expansão urbana se desdobram em um cordão hortícola relevante para a Região Metropolitana de Buenos Aires. É um espaço produtivo que se consolidou ao longo do século XX na periferia da cidade, que se destaca pela sua importância como núcleo de abastecimento de produtos frescos a nível regional e nacional. Nas últimas décadas, este espaço vem sendo disputado devido ao avanço de diferentes usos residenciais: ocupações de terras organizadas por setores populares em busca de um lugar para morar; empreendimentos urbanos nas mãos de empresas imobiliárias, proprietários locais e pequenos investidores que loteiam solo rural para convertê-los em lotes urbanos; urbanizações fechadas que oferecem espaços "verdes" e "perto da natureza" para setores médios e altos. Nesse quadro, o estado municipal desempenha um papel central como agente fundamental da regulação do uso do solo local. A partir disso, nos perguntamos sobre as formas como esses grupos sociais heterogêneos colocam em jogo seus recursos, estratégias e experiências e, assim, configuram diferentes práticas e lógicas de produção desse espaço periurbano. A partir de um enfoque qualitativo, abordamos a experiência urbana de dois setores sociais: produtores hortícolas e moradores de bairros populares. Afirmamos que compartilham certas condições materiais estruturais, e que ao mesmo tempo se configuram como dois espaços e grupos sociais diferenciados que constroem seu lugar na cidade de maneira particular. Por sua vez, abordamos as estratégias de diferentes atores que realizam a conversão de terras rurais em terras urbanas, em busca de captar a valorização dos preços da terra. Também analisamos os mecanismos pelos quais o estado municipal opera e gerencia a produção da cidade, por meio da análise das mudanças regulatórias. Defendemos que se aprofunda um modelo de gestão urbana fortemente permeado pelos interesses dos setores imobiliário e de construção, através do qual se impõe um modo de fazer cidade que intervém em áreas específicas, a partir de portarias e decretos ad hoc que vão delineando uma configuração urbana dispersa e de baixa densidade, e também profundamente desigual. Ao mesmo tempo, aqueles que habitam esses espaços configuram seus próprios modos de fazer cidade e disputam o espaço periurbano a partir de suas práticas cotidianas, em grande parte condicionadas pelas modalidades de acesso à terra

Abstract: This research is part of the field of urban studies, both among the debates that ask about the forms of growth and expansion of cities, as well as among those that focus on the processes of segregation and socio-spatial differentiation, and they look at the ways in which the different...

Abstract: This research is part of the field of urban studies, both among the debates that ask about the forms of growth and expansion of cities, as well as among those that focus on the processes of segregation and socio-spatial differentiation, and they look at the ways in which the different groups and social actors configure the urban - and social - space in which they live. In this framework, this dissertation asks about the transformation processes of the peri-urban west of La Plata, in a context where multiple forms of urban expansion unfold on a relevant horticultural cordon for the Metropolitan Region of Buenos Aires. It is a productive space that was consolidated throughout the 20th century on the outskirts of the city, which stands out for its quantitative and qualitative importance as a nucleus for the supply of fresh products at a regional and national level. In recent decades, it has been disputed due to the advance of different residential uses: land occupations organized by popular sectors looking for a place to live; urban developments in the hands of real estate companies, local owners and small investors who subdivide rural land to convert it into urban lots; closed urbanizations that offer "green" and "close to nature" spaces for middle and high sectors. In this framework, the municipal State plays a central role as a fundamental agent of the regulation of local land use. From this, we wonder about the ways in which these heterogeneous social groups put their resources, strategies and experiences into play and thus configure different practices and logics of production of this peri-urban space. From a qualitative approach, we address the urban experience of two social sectors: horticultural producers and inhabitants of popular neighborhoods. We maintain that they share certain structural material conditions and that at the same time they are configured as two spaces and differentiated social groups that build their place in the city in a particular way. In turn, we address the strategies of different actors who carry out the conversion of rural land into urban land, in search of capturing the appreciation of land prices. We also delve into the mechanisms by which the municipal State operates and manages the city's production, through the analysis of regulatory changes. We maintain that an urban management model strongly permeated by the interests of the real estate and construction sectors is deepening, through which a way of making a city is imposed that intervenes in specific areas, based on ad-hoc ordinances and decrees that go outlining a dispersed and low-density urban configuration, which is also profoundly unequal. At the same time, those who inhabit these spaces configure their own ways of making a city and dispute the peri-urban space from their daily practices, largely conditioned by the modalities of access to land

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