Resumo: Objetivos: Avaliar entre adolescentes e mulheres jovens a aceitação do implante subdérmico de etonogestrel no pós-parto imediato, realizar o seguimento do grupo de adolescentes durante um ano e comparar esses resultados com mulheres da mesma faixa etária que escolheram outros métodos contraceptivos, também iniciados durante o puerpério. Além disso, discutir as implicações dessas escolhas durante a pandemia do coronavirus e orientar sobre a importância da contracepção pós-parto. Métodos: Para cumprir os objetivos propostos, foram conduzidos três estudos distintos dentro do mesmo projeto de pesquisa. Método estudos 1 e 2: Ensaio clínico não randomizado e aberto, realizado no Hospital da Mulher (CAISM), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Foram incluídas puérperas com até 19 anos que tiveram o parto no CAISM entre julho de 2019 e abril de 2020. Os métodos contraceptivos disponíveis no serviço foram oferecidos antes da alta hospitalar e as mulheres foram divididas em dois grupos de acordo com as suas escolhas: as que optaram pelo implante subdérmico e as que escolheram outros métodos, e foram acompanhadas por um ano. Método estudo 3: Estudo tipo corte transversal. Foram incluídas puérperas com até 24 anos que tiveram o parto no CAISM entre abril e junho de 2020. Os métodos contraceptivos disponíveis no serviço foram oferecidos antes da alta hospitalar e as mulheres foram divididas em dois grupos: as que optaram pelo implante subdérmico e as que escolheram outros métodos. Método estudo 4: Artigo de opinião. Resultados: Estudos 1 e 2: Foram incluídas 100 mulheres e 72 optaram pelo implante subdérmico. Com um ano de seguimento, a curva de sobrevida evidenciou que a adesão ao método contraceptivo foi maior para as usuárias do implante (p=0,0049). Mais de 90% das adolescentes mostraram-se satisfeitas com o implante e cinco optaram pela sua retirada devido à irregularidade menstrual e desconforto local. Estudo 3: Foram incluídas 151 mulheres e 76,2% optaram pelo implante subdérmico. A média de idade foi de 19,5 anos; 73,2% das gestações não foram planejadas, 32,5% das pacientes não estavam na sua primeira gestação, 74% eram solteiras, 75,5% não estavam estudando, 70,5% já tinha usado algum método contraceptivo e 89,1% das mulheres que optaram pelo implante estavam insatisfeitas com o método prévio. As mulheres não-brancas apresentaram maior aceitação do implante subdérmico (OR 1,27 [IC 95% 1,03 – 1,57, p=0,01]). Conclusões: O implante subdérmico apresentou ótima aceitação entre adolescentes e mulheres jovens no pós-parto imediato. Demonstrou altas taxas de eficácia, satisfação e continuidade entre as adolescentes seguidas por um ano, superiores quando comparadas às taxas do grupo que optou pelo uso de outros métodos contraceptivos. A contracepção no pós-parto deve ser incentivada e representa uma oportunidade de garantir direitos sexuais e reprodutivos das mulheres Ver menos

Abstract: Objectives: To evaluate the acceptance of the etonogestrel (ENG) subdermal implant in the immediate postpartum period among adolescents and young women, follow up the group of adolescents for one year and compare these results with women in the same age group who chose other contraceptive methods, also started during the postpartum period. Also, discuss the implications of these choices during the coronavirus pandemic and advise on the importance of postpartum contraception. Methods: To fulfill the proposed objectives, three different studies were conducted within the same research project. Method of studies 1 and 2: Non-randomized and open clinical trial, carried out at the Hospital da Mulher (CAISM), part of the University of Campinas (UNICAMP). Mothers aged up to 19 years who gave birth at CAISM between July 2019 and April 2020 were included. The contraceptive methods available at the service were offered before hospital discharge and women were divided into two groups according to their choices: who opted for the ENG- implant and those who chose other methods, and were followed up for one year. Method of study 3: Cross-sectional study. Mothers aged up to 24 years who gave birth at CAISM between April and June 2020 were included. The contraceptive methods available at the service were offered before hospital discharge and women were divided into two groups: those who opted for the ENG- implant and those who chose other methods. Study method 4: Opinion article. Results: Studies 1 and 2: 100 women were included and 72 opted for the subdermal implant. With one year of follow-up, the survival curve showed that adherence to the contraceptive method was higher for implant users (p=0.0049). More than 90% of the adolescents were satisfied with the implant and five opted for its removal due to menstrual irregularity and local discomfort. Study 3: 151 women were included and 76.2% opted for the subdermal implant. The mean age was 19.5 years; 73.2% of the pregnancies were unplanned, 32.5% of the patients were not in their first pregnancy, 74% were single, 75.5% were not studying, 70.5% had already used some contraceptive method and 89.1% % of women who opted for the implant were dissatisfied with the previous method. Non-white women showed greater acceptance of the subdermal implant (OR 1.27 [CI 95% 1.03 – 1.57, p=0.01]). Conclusions: The subdermal implant showed great acceptance among adolescents and young women in the immediate postpartum period. It demonstrated high rates of effectiveness, satisfaction and continuation among adolescents followed for one year, higher when compared to the rates of the group that chose other contraceptive methods. Postpartum contraception should be encouraged and represents an opportunity to guarantee women's sexual and reproductive rights Ver menos