Orientador: Rafael Straforini

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências

Resumo: Este trabalho se insere no campo dos estudos curriculares sob a perspectiva da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe (2015) e tem como objetivo tensionar quais sentidos de conhecimento geográfico escolar estão em disputa por hegemonização a partir da presença de conteúdos de atualidades...

Resumo: Este trabalho se insere no campo dos estudos curriculares sob a perspectiva da Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe (2015) e tem como objetivo tensionar quais sentidos de conhecimento geográfico escolar estão em disputa por hegemonização a partir da presença de conteúdos de atualidades articulados ao ensino de Geografia no Ensino Médio no Brasil. As atualidades podem ser compreendidas como acontecimentos em variados âmbitos sociais que, intensamente reiterados pelos meios de comunicação, passam a compor as aulas de Geografia na condição de instrumentos e componentes curriculares. Metodologicamente, a pesquisa se pauta na abordagem qualitativa em educação por meio de entrevistas realizadas com sete professores de Geografia atuantes no Ensino Médio e Ensino Fundamental II de instituições das redes pública e privada de ensino e na análise, sob o prisma dos pressupostos laclaunianos, da superfície textual e imagética de provas do vestibular da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no recorte temporal de 2010-2019. O trabalho é baseado em uma concatenação teórica envolvendo História do Pensamento Geográfico, epistemologia da Geografia escolar e acadêmica e Teorias de Currículo. Os resultados da pesquisa apontam para uma identificação entre o conhecimento geográfico escolar e estudos do tempo presente, à interdisciplinaridade como constitutiva da Geografia e da geopolítica como reivindicação geográfica. Deste modo, o significante atualidades se constitui como ponto nodal em uma cadeia de equivalências (LACLAU e MOUFFE, 2015) capaz de responder a demandas dos vestibulares e Enem, de estudantes da educação básica e da comunidade disciplinar de Geografia, que nos movimentos em defesa da permanência da Geografia como componente curricular obrigatório diante de reformas educacionais e curriculares brasileiras procura manter a sua estabilidade por meio da metáfora da Geografia para compreender o mundo.

Abstract: This research is inserted in the field of curricular studies from the perspective of Laclau and Mouffe's Theory of Discourse (2015) and aims to understand which meanings of geographic school knowledge are in dispute for hegemonization based on the presence of current contents articulated...

Abstract: This research is inserted in the field of curricular studies from the perspective of Laclau and Mouffe's Theory of Discourse (2015) and aims to understand which meanings of geographic school knowledge are in dispute for hegemonization based on the presence of current contents articulated to the component of Geography in brazilian High School. Current contents are understood as events from various social spheres that, intensely reiterated by the media, start to compose Geography classes as instruments and curricular components. Methodologically, the research is based on the qualitative approach in education and in interviews conducted with seven Geography teachers working in High School and Elementary School from public and private educational institutions and in the analysis of the textual and imagery surface of evidence of the entrance exams of the Permanent Commission for Entrance Examination at Unicamp (Comvest) and the National High School Examination (Enem), in the 2010-2019 time frame, in dialogue with laclaunian assumptions. Research is based on a theoretical concatenation involving History of Geographic Thought, epistemology of School and Academic Geography and Curriculum Theories. Results of the research point to an association between school geographic knowledge and the present time, an organization based on interdisciplinarity and an identification with geopolitics. In this way, the current events as a signifier is constituted as a nodal point in a chain of equivalences (LACLAU and MOUFFE, 2015) capable of responding to the demands of entrance exams and Enem, students of basic education and the disciplinary community of Geography, who, in the movements in defense the permanence of Geography as a mandatory curricular component in the face of educational and curricular reforms in Brazil, seeks to maintain its stability through the metaphor of Geography to understand the world.

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