Avaliação da função autonômica e da cardiomiopatia na Ataxia de Friedreich [recurso eletrônico] = Assessment of autonomic function and cardiomyopathy in Friedreich's Ataxia
Karen Antonia Girotto Takazaki
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP T139a
[Assessment of autonomic function and cardiomyopathy in Friedreich's Ataxia]
Campinas, SP : [s.n.], 2019.
1 recurso online (130 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Marcondes Cavalcante França Junior, Anamarli Nucci
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Ataxia de Friedreich (AF) é a ataxia autossômica recessiva mais comum no mundo, causada por expansões GAA em homozigose no gene FXN que levam à disfunção mitocondrial. Manifestações como o dano cardíaco e a disfunção autonômica foram pouco explorados na doença. Assim, os objetivos desta tese...
Ver mais
Resumo: Ataxia de Friedreich (AF) é a ataxia autossômica recessiva mais comum no mundo, causada por expansões GAA em homozigose no gene FXN que levam à disfunção mitocondrial. Manifestações como o dano cardíaco e a disfunção autonômica foram pouco explorados na doença. Assim, os objetivos desta tese são: (a) determinar a frequência e o perfil das alterações autonômicas na AF e (b) caracterizar a cardiomiopatia associada à AF utilizando a ressonância magnética cardíaca (RMC). Na primeira parte da pesquisa (a), realizamos uma avaliação clínica e eletrofisiológica autonômica detalhada em 28 pacientes com confirmação molecular de AF e 24 controles saudáveis pareados por idade e sexo. A escala FARS (Friedreich¿s Ataxia Rating Scale), e o questionário SCOPA-AUT (Scales for Outcomes in Parkinson¿s Disease ¿ Autonomic Questionnaire) foram usados para mensurar a ataxia e a disautonomia. Avaliamos a variabilidade da frequência cardíaca em repouso, no desafio ortostático, manobra de Valsalva e respiração profunda, e avaliamos o reflexo sudomotor axonal quantitativo, QSART. No grupo com AF, nós estudamos 11 homens e a idade média foi 31.5±11.1 anos. A média do escore SCOPA-AUT foi de 15.1±8.1. A análise do intervalo RR mostrou-se semelhante (p>0.05), exceto pelo intervalo RR mínimo em repouso, que foi menor nos pacientes em comparação aos controles (Mediana 649.5, IQR 98.0 x 724.0, IQR 98.0ms, p<0.001). As respostas de suor foram significativamente menores nos pacientes em todos os sítios examinados (antebraço 0.389, IQR 0.783 x1.309, IQR 0.842 µL; perna proximal 0.406, IQR 1.050 x1.107, IQR 1.011 µL; perna distal 0.491, IQR 1.191 x 1.232, IQR 1.01 µL; pé 0.265, IQR 0.763 x 0.708, IQR 0.416µL; valor de p?0.05). Os volumes de suor se correlacionaram com os escores FARS. Na segunda parte da pesquisa (b), nós escaneamos 27 pacientes com AF (idade média 26.6±9.3anos, 15 mulheres) e sem insuficiência cardíaca num equipamento de 3T. Mapeamento T1 antes e após contraste foi utilizado para avaliar a fração do volume extracelular miocárdico (VEC) e o tempo de difusão da água intracelular (?ic), uma medida de hipertrofia do cardiomiócito. O escore FARS foi usado para medir a gravidade da doença. Dez controles saudáveis realizaram RMC para comparação (idade média 34.9±8.5, 4 mulheres). Os pacientes com AF tiveram aumento significativo do índice de massa do VE (62.7±23 vs. 45.1±6.8 g/m2, p<0.01). Ambos VEC e ?ic estavam aumentados nos pacientes (VEC: 0.36 ± 0.05 vs. 0.25±0.01, p<0.0001; ?ic: 0.13±0.07 vs. 0.06±0.02, p=0.001). VEC demonstrou uma associação negativa com o índice de volume do ventrículo esquerdo no final da diástole (r=-0.5, P<0.001). ?ic teve uma associação negativa com o escore FARS (r=-0.55, P=0.02), FARS foi associado positivamente com o tempo desde o diagnóstico (r=-0.68, P<0.001), sugerindo que a progressão da AF no coração pode resultar em regressão da hipertrofia do cardiomiócito. Em conclusão, os resultados de ambos estudos indicam que (a): disfunção sudomotora, mas não cardiovascular foi frequente em pacientes com AF, e as fibras nervosas finas pós-ganglionares colinérgicas estão afetadas; e (b) pacientes com AF tem cardiomiopatia hipertrófica caracterizada tanto por hipertrofia dos cardiomiócitos quanto por deposição de colágeno
Ver menos
Abstract: Friedreich ataxia (FRDA) is the most frequent autosomal recessive ataxia worldwide. Caused by homozygous GAA expansions at FXN that ultimately lead to mitochondrial dysfunction. Manifestations such cardiac damage and autonomic dysfunction have not been properly explored. Therefore, the...
Ver mais
Abstract: Friedreich ataxia (FRDA) is the most frequent autosomal recessive ataxia worldwide. Caused by homozygous GAA expansions at FXN that ultimately lead to mitochondrial dysfunction. Manifestations such cardiac damage and autonomic dysfunction have not been properly explored. Therefore, the objectives of this thesis are: (a) To determine the frequency and profile of autonomic manifestations in FRDA and (b) to characterize FRDA-related cardiomyopathy using cardiac magnetic resonance (CMR). In the first part of the study (a), we have performed clinical and detailed electrophysiological autonomic evaluation of 28 patients with molecular confirmation of FRDA and 24 healthy controls matched by age and gender. We used the FARS scale (Friedreich¿s Ataxia Rating Scale) and the SCOPA-AUT questionnare (Scales for Outcomes in Parkinson¿s Disease ¿ Autonomic Questionnaire) to quantify ataxic and dysautonomic manifestations. We also studied the heart rate variability at rest, during the orthostatic challenge, during the Valsalva maneuver and deep breathing. We included in our study the quantitative sudomotor axonal reflex, QSART. In the FRDA group, there were 11 men and mean age was 31.5±11.1 years. Mean SCOPA-AUT score was 15.1±8.1. Analyses of the variability of RR intervals were all similar between patients and controls (p>0.05), except for minimum RR intervals at rest, which were smaller in patients than controls (Median 649.5, IQR 98.0 x 724.0, IQR 98.0ms, p<0.001). Sweat responses were significantly reduced in patients for all sites tested (forearm 0.389, IQR 0.783 x1.309, IQR 0.842 µL; proximal leg 0.406, IQR 1.050 x1.107, IQR 1.011 µL; distal leg 0.491, IQR 1.191 x 1.232, IQR 1.01 µL; foot 0.265, IQR 0.763 x 0.708, IQR 0.416µL; p value?0.05). Sweat volumes correlated with FARS scores. In the second part of the study (b), we scanned twenty-seven FRDA patients (mean age 26.6±9.3years, 15 female)- without full blown heart failure in a 3T device. T1 mapping was used to assess myocardial extracellular volume fraction (ECV) and intracellular lifetime of water (?ic), a measure of cardiomyocyte hypertrophy. FARS score was used to measure disease severity in FRDA. Ten healthy volunteers (mean age 34.9±8.5, 4 female) also underwent CMR for comparison. FRDA patients hd significant increased LV mass-index (LVMASSi) compared to healthy controls (LVEF: 67%±11.5 vs. 63.9±9.0, P=NS; LVMASSi 62.7±23 vs. 45.1±6.8 g/m2, p<0.01). Both ECV and intracellular lifetime of water (?ic) were notably higher in FRDA patients (ECV: 0.36 ± 0.05 vs. 0.25±0.01, p<0.0001; ?ic: 0.13±0.07 vs. 0.06±0.02, p=0.001). ECV demonstrated a negative association with left ventricular end diastolic index (LVEDV-index), r=-0.5, P<0.001. ?ic was negatively associated with FARS scores (r=-0.55, P=0.02), FARS was positively associated with time since diagnosis/onset (r=-0.68, P<0.001), suggesting that the progression of FRDA in the heart may result in regression of cardiomyocyte hypertrophy. In conclusion, results of both studies reveal that (a) sudomotor, but not cardiovascular autonomic dysfunction is frequent in FRDA, and small cholinergic post-ganglionic nerve fibers are affected; and (b) patients with FRDA hypertrophic cardiomyopathy characterized by both cardiomyocyte hypertrophy and collagen deposition
Ver menos
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
França Junior, Marcondes Cavalcante, 1976-
Orientador
Nucci, Anamarli, 1947-
Coorientador
Schmidt, André
Avaliador
Heise, Carlos Otto
Avaliador
Nadruz Junior, Wilson, 1973-
Avaliador
Damasceno, Alfredo, 1979-
Avaliador
Avaliação da função autonômica e da cardiomiopatia na Ataxia de Friedreich [recurso eletrônico] = Assessment of autonomic function and cardiomyopathy in Friedreich's Ataxia
Karen Antonia Girotto Takazaki
Avaliação da função autonômica e da cardiomiopatia na Ataxia de Friedreich [recurso eletrônico] = Assessment of autonomic function and cardiomyopathy in Friedreich's Ataxia
Karen Antonia Girotto Takazaki