A tendência de despadronização da jornada de trabalho [recurso eletrônico] : configuração no Brasil e impacto nas mulheres
Lygia Sabbag Fares Gibb
TESE
Português
T/UNICAMP G351t
[The dissolution of working time patterns]
Campinas, SP : [s.n.], 2017.
1 recurso online (295 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: José Dari Krein
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Economia
Resumo: O capitalismo molda o tempo de trabalho às suas necessidades, de acordo com as circunstâncias estruturais, históricas e culturais da época. No período pós-guerra, as condições materiais viabilizaram a padronização da jornada de trabalho nos países desenvolvidos. A partir dos anos 1980, o...
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Resumo: O capitalismo molda o tempo de trabalho às suas necessidades, de acordo com as circunstâncias estruturais, históricas e culturais da época. No período pós-guerra, as condições materiais viabilizaram a padronização da jornada de trabalho nos países desenvolvidos. A partir dos anos 1980, o capitalismo desregulado alterou a produção, as relações industriais e consequentemente a jornada de trabalho. Neste cenário, a rigidez e padronização típicas do pós-guerra cedem espaço à flexibilidade, na busca de acúmulo de capital, assim, a `despadronização¿ da jornada é a marca do capitalismo contemporâneo. No Brasil, a jornada sempre foi bastante extensa e flexível, devido às condições do mercado e da regulação do trabalho. A Constituição de 1988 reduziu de 48 para 44 as horas semanais a serem trabalhadas, mas a permissividade em relação às horas extras e demais formas de flexibilização instituídas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) se mantiveram. Nos anos 1990, o país aderiu à onda neoliberal e passou a implementar diversas formas de flexibilização do trabalho. Os inúmeros arranjos de jornada utilizados a partir de então vêm dissolvendo a já flexível jornada de trabalho brasileira. Ademais, o processo conta com um componente de gênero significativo, pois alguns tipos de flexibilização exigem total disponibilidade de tempo de trabalhadores e trabalhadoras sem reconhecer que a divisão sexual do trabalho doméstico entre os gêneros é desigual enquanto outros "facilitam" a conciliação do trabalho produtivo e doméstico mantendo as mulheres em trabalhos de jornada mais curta, com menor prestígio e remuneração. Assim, a `despadronização¿ da jornada de trabalho reforça a desigualdade de gênero e a divisão sexual do trabalho
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Abstract: Capitalism shapes the working day to its needs according to the structural, historic and cultural circumstances of the time. After the II Word War, material conditions made it possible to standardize working hours in developed countries. Deregulated capitalism that has expanded since the...
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Abstract: Capitalism shapes the working day to its needs according to the structural, historic and cultural circumstances of the time. After the II Word War, material conditions made it possible to standardize working hours in developed countries. Deregulated capitalism that has expanded since the 1980s changed production patterns, industrial relations and, consequently, the working day. The rigidity of the postwar working day gave way to flexibility in the pursuit of capital accumulation, thus, the dissolution of working time patterns is the mark of contemporary capitalism. The working day in Brazil has always been extensive and flexible due to market conditions and labor regulation. The 1988 constitution reduced the working day from 48 hours to 44 hours per week, but the allowance for overtime and other forms of flexible work realized in the Consolidated Labor Laws (CLT) remained unchanged. In the 1990s, the country adhered to the neo-liberal wave and began to implement various forms of labor flexibility. The innumerable work arrangements realized since then have been dissolving the already flexible Brazilian working day. The dissolution of working time patterns increases the exploitation of all workers and has a significant gender component. Some types of flexibilization require the total availability of workers without any recognition that the sexual division of domestic labor is unequal, while other types "facilitate" the reconciliation of productive and domestic work by keeping women on shorter working hours with less prestige and remuneration. Thus, dissolution of working time patterns reinforces gender inequality and the sexual division of labor
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Krein, José Dari, 1961-
Orientador
Baltar, Paulo Eduardo de Andrade, 1950-
Avaliador
Oliveira, Sirlei Márcia de
Avaliador
Sanson, Cesar
Avaliador
Abilio, Ludmila Costhek, 1978-
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