Ácidos graxos de cadeia curta nos fenótipos metabólicos da obesidade [recurso eletrônico] : associações com consumo dietético, composição corporal e componentes das homeostases energética e glicêmica
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP So42a
[Short chain fatty acids in obesity metabolic phenotypes]
Campinas, SP : [s.n.], 2020.
1 recurso online (86 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: Ana Carolina Junqueira Vasques, Bruno Geloneze Neto
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, que se apresenta sob diversos fenótipos. Há indivíduos obeso/sobrepeso metabolicamente saudáveis (metabolically healthy obese - MHO), obeso/sobrepeso metabolicamente não saudáveis...
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo, que se apresenta sob diversos fenótipos. Há indivíduos obeso/sobrepeso metabolicamente saudáveis (metabolically healthy obese - MHO), obeso/sobrepeso metabolicamente não saudáveis (metabolically unhealthy obese - MUO), e peso normal metabolicamente não saudáveis (metabolically unhealthy normal weight - MUNW). Os mecanismos fisiopatológicos subjacentes ao desenvolvimento de cada fenótipo encontram-se parcialmente elucidados. Evidências sugerem que a microbiota intestinal modula as homeostases energética e glicêmica via produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), produzidos a partir da fermentação de fibras dietéticas pela microbiota intestinal. Objetivo: Comparar as concentrações fecais de AGCC entre os fenótipos MHO, MUO, MUNW e um grupo com peso normal metabolicamente saudável, e investigar a associação dos AGCC com adiposidade corporal, componentes das homeostases energética e glicêmica e consumo alimentar. Métodos: Estudo transversal, parte do Nutritionists¿ Health Study, com 111 mulheres em idade fértil, distribuídas entre os quatro fenótipos metabólicos. Mulheres com IMC < 25 kg/m² foram classificadas como peso normal e ? 25 kg/m² como obeso/sobrepeso. A definição de saúde metabólica levou em consideração a ausência de alterações nos níveis pressóricos, glicêmicos, lipêmicos e de doença cardiovascular. Foi realizada a avaliação de composição corporal por DEXA. Os componentes das homeostases energética (gasto energético de repouso, flexibilidade metabólica e taxa de oxidação de substratos) e glicêmica (resistência à insulina, secreção de insulina e GLP-1) foram avaliados no teste de refeição padrão mista associado à calorimetria indireta com protocolo de 180 minutos. O consumo alimentar (energia, macronutrientes e fibras) foi avaliado por questionário de frequência alimentar. Os AGCC foram quantificados nas fezes por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas. Resultados: As participantes tinham em média 28 ± 5 anos e 25,6 ± 5,0 de IMC e a frequência dos fenótipos foi de 33,9% peso normal metabolicamente saudável, 15,3% MUNW, 25,4% MHO e 25,4% MUO. As concentrações de AGCC não diferiram entre os quatro fenótipos. Houve associação inversa entre as concentrações de propionato e butirato e os níveis de IMC e adiposidade central. Propionato e acetato associaram-se inversamente com AUC de glicemia; propionato correlacionou positivamente com o índice insulinogênico e com a AUC de GLP-1. Os AGCC totais e acetato correlacionaram positivamente com o gasto energético de repouso (GER); e propionato e butirato correlacionaram positivamente com GER ajustado para peso corporal. O propionato correlacionou inversamente com a taxa de oxidação de carboidratos no jejum, e os AGCC totais, propionato e butirato fecais obtiveram correlação positiva com a taxa de oxidação de lipídeos 60 min. após o consumo da refeição padrão. Não houve associação entre o consumo alimentar e os AGCC. Conclusão: Os achados não sustentam que a determinação de AGCC nas fezes ajude a diferenciar os fenótipos metabólicos. No entanto, maiores concentrações de AGCC fecal estiveram associadas com menor acúmulo de adiposidade corporal principalmente central, maiores taxas de GER e de oxidação de lipídeos e níveis de GLP-1 no período pós-prandial, em paralelo a uma melhor função de célula-beta, e menor incursão glicêmica após o estímulo oral
Abstract: Introduction: Obesity is a chronic disease, characterized by excessive accumulation of fat tissue, which presents itself under several phenotypes. There are individuals metabolically healthy obese - MHO, metabolically unhealthy obese - MUO and metabolically unhealthy normal weight - MUNW....
Abstract: Introduction: Obesity is a chronic disease, characterized by excessive accumulation of fat tissue, which presents itself under several phenotypes. There are individuals metabolically healthy obese - MHO, metabolically unhealthy obese - MUO and metabolically unhealthy normal weight - MUNW. The pathophysiological mechanisms underlying the development of each phenotype are partially elucidated. Evidence suggests that the intestinal microbiota modulates the energy and glycemic homeostasis via the production of short-chain fatty acids (SCFA), produced through the fermentation of dietary fibers by the intestinal microbiota. Objective: Compare the fecal concentrations of SCFA between the phenotypes MHO, MUO, MUNW and a metabolically healthy normal weight group, and investigate the association of AGCC with body adiposity, components of energy and glycemic homeostasis and food consumption. Methods: A cross-sectional study, part of the Nutritionists' Health Study, with 111 women of fertile age, distributed among the four metabolic phenotypes. Women with BMI < 25 kg/m² were classified as normal weight and ? 25 kg/m² as obese/overweight. The definition of metabolic health took into account the absence of changes in blood pressure levels, glycemic, lipemic and cardiovascular disease. The evaluation of body composition was performed by DEXA. The components of energy homeostasis (resting energy expenditure, metabolic flexibility and substrate oxidation rate) and glycemic (insulin resistance, insulin secretion and GLP-1) were evaluated in the standard mixed-meal tolerance test associated with indirect calorimetry with 180-minute protocol. The food consumption (energy, macronutrients and fibers) was evaluated by a food frequency questionnaire. The SCFA were quantified in the feces by gas chromatography coupled to the mass spectrometer. Results: The participants had on average 28 ± 5 years and 25.6 ± 5.0 BMI and the frequency of phenotypes was 33.9% normal metabolically healthy weight, 15.3% MUNW, 25.4% MHO and 25.4% MUO. SCFA concentrations did not differ between the four phenotypes. There was an inverse association between the concentrations of propionate and butyrate and the levels of BMI and central adiposity. Propionate and acetate were inversely associated with AUC of glycemia; propionate correlated positively with the insulinogenic index and AUC of GLP-1. Total SCFA and acetate correlated positively with resting energy expenditure (REE); and propionate and butyrate correlated positively with GER adjusted for body weight. Propionate correlated inversely with the oxidation rate of carbohydrates in fasting, and total SCFA, propionate and fecal butyrate obtained positive correlation with the oxidation rate of lipids 60 minutes after the consumption of the standard mixed-meal. There was no association between food consumption and SCFA. Conclusion: The findings do not support that the determination of SCFA in feces helps to differentiate metabolic phenotypes. However, higher concentrations of fecal SCFA were associated with lower accumulation of mainly central body adiposity, higher rates of REE and lipid oxidation and levels of GLP-1 in the postprandial period, in parallel with a better beta cell function, and lower glycemic incursion after oral stimulation
Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF