Avaliação multidimensional das repercussões da morbidade materna grave sobre a saúde e vida das mulheres [recurso eletrônico] = Multidimensional assessment of repercussions of severe maternal morbidity on the women's health and life
Elton Carlos Ferreira
TESE
Multilíngua
T/UNICAMP F413a
[Multidimensional assessment of repercussions of severe maternal morbidity on the women's health and life]
Campinas, SP : [s.n.], 2019.
1 recurso online (148 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientadores: José Guilherme Cecatti, Maria Laura Costa do Nascimento
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Resumo: Introdução: As mortes maternas representam o desfecho de uma sequência de eventos mórbidos durante o ciclo gravídico-puerperal potencialmente detectáveis e/ou manejáveis. Assim, a morbidade materna tem sido utilizada também como um indicador de qualidade de assistência, ampliando a visão e o...
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Resumo: Introdução: As mortes maternas representam o desfecho de uma sequência de eventos mórbidos durante o ciclo gravídico-puerperal potencialmente detectáveis e/ou manejáveis. Assim, a morbidade materna tem sido utilizada também como um indicador de qualidade de assistência, ampliando a visão e o entendimento em relação ao cuidado prestado. Apesar da complicação aguda representar o enfoque principal, pouco é sabido sobre as repercussões da morbidade materna grave (MMG) em médio e longo prazo. Objetivos: Comparar com um grupo sem morbidade grave, as repercussões da MMG em médio e longo prazo de maneira ampla e multidimensional, considerando não só as consequências sobre a saúde física e reprodutiva das mulheres, mas também aspectos de saúde mental, qualidade de vida, funcionalidade, função sexual, uso de substâncias e o crescimento e desenvolvimento das respectivas crianças, comparando os resultados dos diversos instrumentos utilizados. Método: Estudo de coorte retrospectivo realizado na maternidade da Universidade de Campinas, hospital público terciário, em que foi realizada a avaliação das repercussões da MMG em médio e longo prazo de maneira ampla e multidimensional. Além disso, foi realizada a comparação dos diversos instrumentos utilizados nos grupos com e sem MMG para avaliar a proporção de mulheres em cada grupo que apresentava escore alterado para cada instrumento utilizado e se os diferentes instrumentos identificam as mesmas mulheres. Para a inclusão no grupo MMG, foram obtidos dados de prontuários da unidade de terapia intensiva da instituição e selecionadas mulheres com critérios diagnósticos de MMG e que tiveram parto na instituição no período de 1º de julho de 2008 a 30 de junho de 2012. Uma amostra aleatória de mulheres que tiveram parto no mesmo período e que não possuíam critérios definidores MMG, admitidos na maternidade do mesmo hospital, compuseram o grupo controle, na proporção de 1:1. Essa avaliação ocorreu entre 6 meses e 5 anos após o parto. Análises estatísticas foram realizadas utilizando Pearson Chi-Square test; Yates Chi-Square test; Fisher exact test e Mann-Whitney test. Resultados: Das 638 mulheres avaliadas, 315 pertenciam ao grupo MMG e 323 ao grupo controle. Foram avaliadas 264 crianças no grupo MMG e 307 no grupo controle. A avaliação multidimensional evidenciou comprometimento associado à MMG, incluindo uma pior qualidade de vida, comprometimento de funcionalidades, menor capacidade reprodutiva, maior desenvolvimento de novas condições clínicas, além de maior comprometimento do crescimento e desenvolvimento das respectivas crianças. Em contrapartida, não houve diferença entre os grupos na prevalência de estresse pós-traumático ou na função sexual, tampouco no uso de substâncias lícitas e ilícitas. A proporção de mulheres que apresentou mais de um instrumento de avaliação alterado foi relativamente alta (acima de 50%) apenas para WHODAS (funcionamento) com FSFI (função sexual) e para WHODAS com PTST (transtorno de estresse pós-traumático), enquanto apenas intermediário para o FSFI com PTSD (49,5%), porém sem diferença entre os grupos. O grupo de MMG teve idade mais avançada, apresentou mais antecedentes de todas as condições clínicas mais frequentes (hipertensão, diabetes, obesidade, etc.), maior prevalência de cesariana e de partos prematuros, e também mais mortes perinatais. O aleitamento materno dessas mulheres foi mais comprometido, assim como apresentaram uma tendência (não significativa) de terem menos filhos após a gestação índice, de terem novamente complicações nas gestações subsequentes e de necessitarem atenção médica especializada no futuro. Apresentaram ainda um maior risco de óbito após a resolução da MMG no período de seguimento do estudo. Conclusão: As mulheres que vivenciam um episódio de MMG têm uma pior qualidade de vida, um aumento da chance de alteração de suas funcionalidades e pior saúde física e reprodutiva após a gestação, incluindo um risco aumentado de óbito. Além disso, apresentam maior comprometimento do crescimento e desenvolvimento das respectivas crianças. Tais achados apontam para uma maior necessidade de se prolongar a vigilância e o follow-up dessas mulheres e suas crianças além dos 42 dias de pós-parto redefinindo assim o período de puerpério, além da importância de uma assistência à saúde mais especializada
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Abstract: Introduction: Maternal deaths represent the outcome of a potentially detectable and/or manageable sequence of morbid events during pregnancy and postpartum period. Thus, maternal morbidity has also been used as an indicator of quality of care, broadening the vision and understanding in...
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Abstract: Introduction: Maternal deaths represent the outcome of a potentially detectable and/or manageable sequence of morbid events during pregnancy and postpartum period. Thus, maternal morbidity has also been used as an indicator of quality of care, broadening the vision and understanding in relation to the care provided. The acute complication represents the main focus; however, little is known about the repercussions of severe maternal morbidity in the medium- and long-term evaluations. Objectives: To assess the medium- and long-term repercussions of several maternal morbidity in a comprehensive and multidimensional way, considering not only the consequences on physical and reproductive health outcomes of women, but also aspects related to mental health, functioning, sexual function, use of licit and illicit substances and the growth and development of their respective children, comparing the results of different instruments applied. Method: A retrospective cohort study in which the physical and reproductive health of women who entered the maternity unit of the Women¿s hospital at the University of Campinas (UNICAMP) were analyzed. The comparison between a group that presented severe morbidity and a group without severe morbidity was performed, and for inclusion in the study, resolution of the index gestation occurred between July 1, 2008 and June 30, 2012, in a ratio of 1:1. In addition, a comparison of different instruments of multidimensional evaluation between the groups (evaluation of functionality /disabilities, sexual function, posttraumatic stress disorder, quality of life, use of licit and illicit chemical substances, as well as evaluation of the growth and development of children born from the index gestation) was performed to analyze whether the different instruments identify the same subjects. Statistical analyzes were performed using Pearson Chi-Square test; Yates Chi-Square test; Fisher exact test and Mann-Whitney test. Results: Of the 638 women evaluated, 315 belonged to the SMM group and 323 to the control group. A total of 264 children were evaluated in the SMM group and 307 in the control group. The multidimensional assessment of several aspects of women's health and life after having had a SMM episode and the use of different instruments evidenced commitment associated with SMM, including a worse quality of life, impairment of functionalities, lower reproductive capacity, greater development of new clinical conditions, and greater impairment of the growth and development of the respective children. On the other hand, there was no difference between groups in the prevalence of PTSD or sexual function, nor in the use of licit and illicit substances. The proportion of women who presented more than one altered assessment instrument was relatively high (above 50%) only for WHODAS (functioning) with FSFI (sexual function) and for WHODAS with PTST (post-traumatic stress disorder), while only intermediate for FSFI with PTSD (49.5%), but without difference between groups. The SMM group had a higher age, had more history of all the most frequent clinical conditions (hypertension, diabetes, obesity, etc.), a higher prevalence of cesarean section and preterm births, and also more perinatal deaths. Breastfeeding of these women was more compromised as well as SMM group showed a non-significant trend of having fewer pregnancies after the index gestation, to have recurrent complications in a subsequent pregnancy and to need more specialized medical care in the future. They also presented an increased risk of death after resolution of SMM in the considered follow-up period. Conclusion: Women who experienced an SMM episode have a worse quality of life, an increased chance of changing their functionalities, and have a greater risk of compromising their general and reproductive health after such pregnancy, including an increased risk of death. In addition, they present a greater commitment of the growth and development of the respective children. These findings point to an increased need to prolong the surveillance and follow-up of these women and their children beyond 42 days postpartum, in addition to the importance of more specialized health care
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Requisitos do sistema: Software para leitura de arquivo em PDF
Cecatti, José Guilherme, 1957-
Orientador
Nascimento, Maria Laura Costa do, 1979-
Coorientador
Luz, Adriana Gomes, 1968-
Avaliador
Calderon, Iracema de Matos Paranhos
Avaliador
Francisco, Rossana Pulcineli Vieira
Avaliador
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