Orientador: Maria Suely Kofes, Fabiana Bruno

Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Resumo: A partir de minha pesquisa a respeito do processo de confecção das rendas de bilros na Casa das Rendeiras, em Ilha Grande, Piauí, emergem as questões: "Como narrar o fazer das rendas de bilros de modo a trazer minhas observações e descrições sem tornar o processo estanque e previamente...

Resumo: A partir de minha pesquisa a respeito do processo de confecção das rendas de bilros na Casa das Rendeiras, em Ilha Grande, Piauí, emergem as questões: "Como narrar o fazer das rendas de bilros de modo a trazer minhas observações e descrições sem tornar o processo estanque e previamente controlado?"; "Como mostrar os movimentos do fazer?". Para respondê-las, tive que pensar um texto que pudesse expressar alguns movimentos emaranhados das rendeiras com os materiais: o ato de operar com as linhas dos desenhos no papelão, enquanto guias na condução das rendeiras e os movimentos de troca de bilros entrelaçando as linhas de algodão, formando os pontos e gerando uma superfície tecida de renda. Na pesquisa segui os materiais, no intuito de mostrar modos de conhecer as coisas e algumas relações que elas engendram. Apoiando-me nos conceitos de Ingold (2007; 2011; 2013) como os de fazer, linhas, movimentos, superfícies, materiais, traços e gestos e de uma antropologia gráfica, experimento, na pesquisa, compor diferentes grafias na construção do texto e evidenciar a importância da discussão. E contar como essas questões e observações teceram a minha própria tese. Aqui acionando noções de forma e desenho, intento realizar um experimento de abrir linhas de desenhos de rendas com o intuito de evidenciar algumas formas visíveis do movimento de rendar possíveis de serem conhecidas a partir do processo de feitura das rendas. O desenho kene e as formas nas perspectivas de Lagrou (2007;2013) e Belaunde (2011; 2013;2014) orientam-me para uma associação entre os desenhos e as rendas de bilros envolvendo o corpo feminino

Abstract: Based on my research about the process of making bobbin lace at Casa das Rendeiras in Ilha Grande, Piauí, I started questioning "How can I narrate the making of bobbin laces in order to bring my observations and descriptions without making this process seem stagnant and previously...

Abstract: Based on my research about the process of making bobbin lace at Casa das Rendeiras in Ilha Grande, Piauí, I started questioning "How can I narrate the making of bobbin laces in order to bring my observations and descriptions without making this process seem stagnant and previously controlled?" "How can I show the movements of doing?" This requested me to think a text that could express some tangled movements of the lacemakers with the materials: the act of operating with the lines of the drawings in the cardboard as guides in the conduction of the lacemakers and the movements of interchange of bobbins interlacing the lines of cotton, forming the points and generating a woven surface of lace. In my investigations I followed the materials in order to show ways of knowing things and some relationships that they engender. Drawing upon Ingold's concepts (2007, 2011, 2013): making, lines, movements, surfaces, materials, traits and gestures and graphic anthropology, I experimented, in the research, to compose different spellings in the construction of the text and to evidence the importance of the discussion. And how these questions and observations made my own thesis. Working out notions of form and drawing, here, I attempted an experiment of opening lines of lace designs in order to bring some visible forms of the lacemaking movement possible to be known from the process of making bobbin lace. The kene drawing and the forms in the perspectives of Lagrou (2007; 2013) and Belaunde (2011; 2013;2014), led me towards an association between the drawings and the bobbin lace involving the female body

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