Encruzilhada das guerreiras da periferia sul de São Paulo [recurso eletrônico] : feminismo periférico e fronteiras políticas
DISSERTAÇÃO
Português
T/UNICAMP OL4e
[Crossroads of women warriors from the southern periphery of São Paulo]
Campinas, SP : [s.n.], 2019.
1 recurso online (269 p.) : il., digital, arquivo PDF.
Orientador: Bárbara Geraldo de Castro
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Resumo: Este estudo reflete algumas perspectivas do feminismo periférico tais como: a) noção de feminismo amparado no cotidiano de mulheres da periferia; b) território como relação social que marca experiências femininas atravessando suas relações de classe, raça e gênero; c) ações coletivas...
Resumo: Este estudo reflete algumas perspectivas do feminismo periférico tais como: a) noção de feminismo amparado no cotidiano de mulheres da periferia; b) território como relação social que marca experiências femininas atravessando suas relações de classe, raça e gênero; c) ações coletivas baseadas na construção de subjetividades rebeldes. Dessa forma, parte-se da experiência de mulheres da periferia da zona sul de São Paulo, sendo o coração das análises a produção política-intelectual de ativistas da coletiva Fala Guerreira, registrada através de entrevistas individuais/coletiva e suas ações promovidas desde o início dos anos 2010, histórias das quais também faço parte. Por essa perspectiva, revisitei narrativas do feminismo no Brasil, dos anos 70 e 80, que produziram a dicotomia conceitual "movimento feminista" e "movimento de mulheres". Através da experiência dos Clubes de Mães da zona sul, desse período, organização política de mulheres da periferia, esta dicotomia se mostra insuficiente para analisar experiências políticas de mulheres que não são privilegiadas sociorracialmente no Brasil (por exemplo, mulheres rurais, pobres, negras, mestiças, nordestinas, periféricas, sindicalistas etc.). Pois, apesar dos Clubes de Mães serem apresentados como movimento de mulheres, e observados como não-feministas, identifico contradições nessas narrativas que são oriundas, sobretudo, de autoras feministas. Assim, debatemos a reivindicação do feminismo periférico em contestar a noção da sujeita política hegemônica do feminismo ao reconhecerem os Clubes de Mães enquanto historicamente feministas. De outra forma, a categoria mulheres da periferia é retomada para contestar a masculinização de narrativas sobre as periferias urbanas que comumente privilegiam vivências masculinas. Nesse sentido, o feminismo periférico problematiza tanto o machismo no Movimento Cultural das Periferias, através da sua articulação política-intelectual de coletividades de mulheres periféricas, quanto introduz vivências das mulheres em situações comumente observadas pelas experiências dos homens da periferia. Afinal, o que é ser mulher da periferia e lidar com essas situações? Que tipo de luta feminista é articulada tendo esse contexto social? Dessa maneira, a periferia urbana é observada para além do seu aspecto geográfico, sendo concebida como relação social urbana. E feminismo como processo social de experiência política das mulheres, isto é, está além de um arsenal conceitual fechado em si mesmo, por isso é movimento de práticas rebeldes de mulheres, que são diversas, desiguais, contextuais
Abstract: This study reflects some perspectives of peripheral feminism such as: a) the notion of feminism supported in the daily life of women from the periphery; b) territory as a social relationship that marks women's experiences through their class, race and gender relations; c) collective...
Abstract: This study reflects some perspectives of peripheral feminism such as: a) the notion of feminism supported in the daily life of women from the periphery; b) territory as a social relationship that marks women's experiences through their class, race and gender relations; c) collective actions based on the construction of rebel subjectivities. Thus, we start from the experience of women from the periphery of the south of São Paulo, being the heart of the analyzes the intellectual-political production of activists of the Fala Guerreira collective, recorded through individual / collective interviews and their actions promoted since the beginning. from the 2010s, stories of which I am also part. From this perspective, I revisited narratives of feminism in Brazil from the 1970s and 1980s, which produced the conceptual dichotomy "feminist movement" and "women's movement". Through the experience of the Southern Mother Clubs of this period, the political organization of women from the periphery, this dichotomy is insufficient to analyze the political experiences of women who are not socio-racially privileged in Brazil (eg, rural, poor, black women). mixed race, northeastern, peripheral, trade unionists, etc.). For, although Mothers Clubs are presented as a women's movement, and observed as non-feminist, I identify contradictions in these narratives that come mainly from feminist authors. Thus we debate the claim of peripheral feminism to contest the notion of the hegemonic political subject of feminism by recognizing Mothers Clubs as historically feminist. Otherwise, the category women from the periphery is taken up to challenge the masculinization of narratives about urban peripheries that commonly privilege masculine experiences. In this sense, peripheral feminism problematizes both machism in the Peripheral Cultural Movement, through its political-intellectual articulation of peripheral women's collectives, as it introduces women's experiences in situations commonly observed by the experiences of men from the periphery. After all, what is being a woman from the periphery and dealing with these situations? What kind of feminist struggle is articulated in this social context? Thus, the urban periphery is observed beyond its geographical aspect, being conceived as urban social relationship. And feminism as a social process of women's political experience, that is, is beyond a closed conceptual arsenal in itself, so it is a movement of rebellious women's practices that are diverse, unequal, contextual
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